Ontem ocorreu um fato muito lamentável no meu face book. Foi postada uma matéria sobre uma estudante de 20 anos, que sofreu bullyng numa faculdade de Ribeirão Preto, por ser uma boa aluna. Essa aluna foi fazer reclamação na diretoria e, as que a estavam acuando, ficaram sabendo. Na hora da saída, a estudante, ainda dentro do estabelecimento, começou a ser agredida verbalmente. Na saída, a agressão verbal passou para a física. Ela foi barbaramente espancada e não recebeu ajuda de nenhum funcionário e nem de outro aluno. Além dos danos físicos, ficaram os danos emocionais...
Várias pessoas postaram a matéria, eu já conhecia o fato, pois sou de Ribeirão e vi o estado em que essa menina se encontra. Compartilhei a matéria e comentei o fato. Todos que me acompanham, sabem da minha luta contra esse tipo de violência, pela qual também passei e os meus filhos vivenciaram.
Logo após a postagem, veio um comentário de uma pessoa chamada Eduardo Paiva, que fez vários comentários extremamente radicais, preconceituosos e infelizes, todos rebatidos por mim.
Vou citar, resumindo, alguns deles:
1. Não existe bullyng; o que existe é a briga entre turmas de meninos, brigas essas facilmente superáveis.
2. Meninas não podem brigar, pois isso faz parte do universo masculino; e se há brigas entre elas, a culpa é da educação esquerdista e feminista que receberam.
3. Mulher, quando sofre, é porque merece ou procura por esse sofrimento, pois se fosse mulher, não se meteria em coisas de homens; não aderia ao feminismo. Sofre porque quer...
4. Várias mulheres são culpadas por serem abandonadas pelos maridos, pois macho gosta de submissão...
5. Todos os meus problemas foram ocasionados por eu ser feminista esquerdista radical!!!
Citei somente esses cinco fatos, pois acho que basta. Tentei usar os seguintes argumentos:
1. Bullyng é um crime violento, que marca por muito tempo. É sim uma VIOLÊNCIA!!!
2. Bullyng não escolhe sexo, religião, situação econômica, educação...
3. Tentei explicar ao Sr. Eduardo que o que houve aqui não foi uma briga de adolescentes como ele continuou afirmando (dizendo inclusive que menor aqui não é punido mesmo) e pedi para que lesse a matéria postada, antes de afirmar certos fatos e taxar certas situações.
4. Argumentei que se há mulheres fazendo papel de homem e pai, é porque há certos homens irresponsáveis que formam uma família e depois a abandonam. Ou seja: não é uma questão de feminismo e, sim, de sobrevivência.
E no final lembrei que ele nada conhecia sobre a minha vida, para me taxar de feminista esquerdista radical...
Fui ver o perfil desse jovem senhor e para o meu espanto, ele é amigo e defensor do Jair Bolsonaro e seus filhos. Preciso dizer mais??? Denunciei e bloqueei o Sr. Eduardo Paiva e tomarei mais cuidado ao aceitar amigos virtuais. Toda a conversa foi devidamente copiada na íntegra, constando como prova do que estou escrevendo aqui.
O que mais me penaliza é ver certos jovens com valores tão distorcidos e extremistas. É por causa dessas pessoas que existem certas violências, inclusive o bullyng. Esse jovem fez as suas afirmações sem medo de críticas, usando uma ferramenta que serve, principalmente, para unir as pessoas. Certo da impunidade, usou termos extremistas, desvalorizando a mulher e incitando o machismo. E o pior: quando percebeu que as minhas argumentações tinham lógica, se perdeu completamente no assunto e saiu fora da conversa. Mais ou menos meia hora após o ocorrido (deve ter se retirado para pensar e escrever), postou mais um comentário, que fiz questão de copiar e postar no mural dos meus dois faces e na minha página "Filhas do Silêncio". Assim, muitos puderam compartilhar a indignação causada pelos termos desse cidadão.
Fica aqui registrada a minha indignação pelo ocorrido e a minha solidariedade a todos que passam por qualquer tipo de violência e são obrigados a ouvir brutalidades de pessoas ignorantes.
Bya Albuquerque
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