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terça-feira, 27 de abril de 2010

Poemas / Textos do Amigo Andre Foppa

Às vezes perguntamos:
Por que tanta coisa acontece em nossas vidas?
Porque estamos andando, caminhando felizes...
E de repente levamos um tombo?
Tombo esse que às vezes nos trava,
Impossibilita por uns minutos ou horas,
A voltar a andar novamente?
É..... tem momentos que são extremamente difíceis!
Mas assim é a dança da vida!
Um dia rodando,
Noutro pulando,
Às vezes correndo,
Às vezes valsando!
Mas mesmo na hora da queda, temos que perceber,
Que faz parte da dança da vida!
No aprender dos passos às vezes caímos!
Mas não deixe que o tombo te faça parar!
A vida é bela!
A dança é linda!
E depois de vários tombos!
É que vem o equilíbrio,
É que vem a segurança!
Não deixe o tombo te fazer parar!!!
E faça sim do que poderia ser um horrível tombo,
Apenas mais um passo da tua dança!
A dança da vida!!!!



As pessoas poderão esquecer o que você disse,
depois de algum tempo. Mesmo porque, quase
sempre, não nos habituamos a escutar com o
coração e a memória nos trai.
As pessoas poderão esquecer do que você fez,
com o passar dos anos. A memória da gratidão
costuma empalidecer no decurso dos anos.
Mas as pessoas nunca esquecerão de como
você as fez sentir, da amizade que ofertou, da
emoção que proporcionou, da solidão que
preencheu, do amor que semeou!



Bonitas são as coisas vindas do interior,
as palavras simples,
sinceras e significativas.
Bonito é o sorriso que vem de dentro,
o brilho dos olhos ...
Bonito é o dia de sol
depois de noite chuvosa
ou as noites enluaradas, de verão
quando todos saem de casa.
Bonito é procurar estrelas no céu
e dar de presente
ao amigo, amiga, ao namorado...
Bonito é olhar a poesia do vento,
das flores e das crianças.
Bonito é chorar quando se sentir vontade,
e deixar as lágrimas rolarem
sem vergonha ou medo de crítica.
Bonito é ser realista, sem ser cruel,
e acreditar na beleza de todas as coisas.
Bonito é a gente continuar a ser gente,
em quaisquer situações.
Bonito é você ser você


Poema de Ana Maria C. Bruni

Porém,muitos conseguiram enterrar seus mortos outros não... Elas e eles caminham no luto.
São crimes físicos e morais que enterram milhares, mesmo aqueles que aparentemente vivam fisicamente entre nós. Caminham em outra vida sufocados, por terem apertado mãos que aparentemente se indignavam com os crimes que foram praticados contra eles.
Em muitos
Se houvessem quebrado suas pernas, se arrastariam
Se houvessem cortado suas mãos,usariam galhos
Se houvessem furado seus olhos,enxergariam com os galhos
Mas para muitos e muitas o crime foi maior,não respeitaram seus direitos constitucionais e muitos ainda são perseguidos por clamarem por eles.
O Luto permanece por seres brilhantes e iluminados que deixaram nosso país por tragédias
O Luto permanece pelo descalabro em nosso país
O Luto permanece por aqueles que enterraram seus mortos
O Luto permanece pela omissão da sociedade
O Luto permanece por aqueles que convivem com seus pesadelos e abandono
O Luto permanece
O Silêncio não será mortalha!
Não será a terra desta terra Brasil que sepultará as vozes que clamam pelos seus direitos.
Ana Maria C. Bruni
http://itacarenews.blogspot.com/2010/04/luto-o-silencio-nao-sera-nossa-mortalha.html

sábado, 24 de abril de 2010

Texto Da Ana Maria C. Bruni




TerritorioMulher:

Pois é, pois é. A cada dia muitas silenciam, estão cansadas, esgotadas, desoladas. Muitas que se manifestam com mais vigor na internet são as que sofreram violência ou participaram de alguma forma da violência contra amigas e familiares. Estas apesar de tudo são as que lutam para que as outras não passem por estas terríveis experiências.
É a violência em todas suas interpretções: A doméstica, a psicológica, a institucional, enfim violência. Todas aqui e já são quase 3.000 membros escrevem bem, são solidárias, algumas bem preparadas em relação a legislação, procedimentos jurídicos.
Leia mais
http://leimariadapenha.ning.com/forum/topics/nossa-voce-ainda-esta
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=20831555&tid=5463353367259133821&na=4

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Nível de Violência nas Escolas

Sou voluntária em uma escola estadual no meu bairro. Trabalho na parte da tarde, que engloba alunos adolescentes, de 11 a 17 anos. Nunca me senti tão acuada como ali, levando em conta que faço trabalho voluntário desde os 15 anos (estou completando 43). No início, fui recebida com desdém e muita, muita agressividade, Foi difícil convencer os alunos que eu estava ali para ajudar, para ser amiga. Isso foi devido a greve dos professores. Precisei substituir alguns, dando aulas, palestras ou atividades paralelas. Com horror, constatei que o professor era visto com desdém pelos mesmos. Pudera! Os professores (a maioria) não dão importância aos alunos e nem à matéria. Chegam atrasados, faltam ou ficam conversando entre si em vez de entrarem na sala de aula. São recebidos com desprezo e falta total de respeito.
Além das aulas, comecei a dar palestras sobre respeito, cidadania, educação e buling. Também trabalho muito com produção de textos, através de várias atividades e pequenas encenações de peças. Nessas encenações eles precisam escrever um pequeno roteiro e passo a responsabilidade para os líderes dos grupos. Trabalho muito com o desenvolvimento da linguagem, já que a maioria dos alunos é semi analfabeta e não tem o hábito de leitura.
Consegui com isso conquistar alguns, mas a grande maioria me olha ainda com desconfiança. Semana retrasada saí praticamente chorando de uma classe, por causa da agressividade verbal, que por pouco não chegou à física. Agora, temos que trabalhar em dupla, para a nossa segurança.
Semana passada aconteceram vários fatos de violência e agressividade, ao ponto da polícia ter sido chamada por duas vezes e os alunos mandados para a delegacia e, logo após, ao Conselho Tutelar. Numa dessas brigas, um aluno acertou a cabeça da colega com uma cadeira. Por pouco não virou um caso de morte. Infelizmente, quem começou a briga com agressões foi a própria vítima.
Fica a pergunta: o que podemos fazer por esses adolescentes? Como ajudar? Já tenho 20% ao meu lado, faltam 80%.
Estou criando um e-mail, orkut e uma comunidade para eles. Espero, através da internet, conseguir ajudá-los com temas variados. Tenho também os incentivado para formarem vários grupos de assuntos afins e concursos. Como estou voltando para São Paulo, essa é uma maneira de não "abandoná-los".
Gostaria de pedir ajuda, conselhos, idéias a quem ler esse texto. Através dos comentários ou e-mail, toda colaboração será bem vinda. Os adolescentes de hoje são os adultos de amanhã. Acredito que trabalhando, orientando, é um modo de diminuir tanta violência e agressividade. Eles não são maus, apenas incompreendidos, largados e sem atenção que todo ser humano merece.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Novo Blog

Montei um segundo blog com a minha história. O nome desse blog é: Depoimentos / Filhas do Silêncio.
O objetivo é juntar depoimentos de várias pessoas que sofreram qualquer tipo de violência e editar um livro. É um trabalho sério, que envolve sentimentos de todos os tipos. Quem quiser participar, é só mandar o seu relato para o e-mail beatriza67@gmail.com O endereço do blog é: www.filhasdosilencio2.blogspot.com 
Obrigada.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Elegia

Elegia de Ricardo Neftalí Reyes Bosoalto (PABLO NERUDA)

Talvez não nos despertam
e seguimos
dormindo na hora dormida,
e rechaçamos
o que continua,
a planta irrevogável
que persiste, que cresce.
Bem, é verdade, e o que acontece?

Por que aceitar o que não substitui
a água pura, o vinho do vinhedo,
o pão profundo que era o nosso pão, as presenças insignes ou impuras
que éramos nós mesmos e não estão,
e não porque estão mortas,
mas sim porque não estão, e não há remédio.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Objetivo da minha luta

Gostaria, através desse texto, apresentar os meus objetivos em relação ao trabalho que venho realizando. Sou uma vítima de violência / abuso sexual e estupro, praticado pelo meu próprio pai biológico. Sofri essa tortura e pressão emocional durante 20 anos, sob fortes ameaças à minha integridade e à integridade da minha irmã, quase 12 anos mais nova que eu.

Violência – ato ou efeito de violentar. Constrangimento físico ou moral. Qualquer força material ou moral empregada contra a vontade ou a liberdade de uma pessoa; coação.

Violentar – forçar, estuprar, coagir, constranger, obrigar.

Abusar – trair a confiança de, explorar, enganar, desonrar. Prática contrária às leis e aos bons usos e costumes.

Estuprar – violentação, coação com ameaças. Relação sexual sem consentimento e com emprego de força.

Fonte: Dicionário Larousse / Dicionário Michaelis

Sofri as quatro coisas acima. Sei que muitos perguntam: por que por tanto tempo. Porque a violência sexual não é praticada somente contra o seu corpo físico. A maior violência é a emocional. Eu estava sozinha, não tinha ninguém para compartilhar a minha angústia, a minha dor. Com uma mãe que me tratava ora com agressividade, ora com total rejeição. Eu não tinha a quem procurar. Sem falar o medo, o terror que sentia do meu pai. O meu emocional me influenciou tanto, que passei a ter problemas físicos que persistem até hoje. E o pior: a minha baixa estima quase me levou ao suicídio no ano passado. Somente com muito amor e carinho por parte do meu marido e dos meus filhos é que estou conseguindo sair da depressão. E foi com o total apoio do meu marido que recomecei a escrever; minha filha me ajudou a montar o blog e eu montei uma rede de amigos no orkut e uma comunidade.

O meu blog e a minha comunidade não estão somente focados na violência, mas sim, muito mais nos fatos do dia a dia e na cultura. Devemos diversificar os nossos pensamentos e provar a nós mesmos que somos capazes de outras coisas, além de lamentar o acontecido. Mas muito mais que isso, o meu grande objetivo é ajudar as mulheres a recuperar o amor próprio e a auto estima. É com isso que venho trabalhando, através de vários e-mails que tenho recebido e é esse o meu objetivo final: ajudar.

No momento estou escrevendo capítulos de um depoimento / resumo do que aconteceu comigo. Dos 06 anos até os 26, convivendo com a brutalidade do meu pai; e após o casamento. É apenas um resumo. Pretendo montar um segundo blog com esse depoimento e pedir que, com muita coragem e determinação, as outras mulheres acrescentem o seu depoimento para, quem sabe, mais tarde, esses depoimentos se transformarem num livro. Será o nosso grito de protesto, de indignação. Será a nossa vitória. Pois falar, mesmo sendo coagida, ameaçada, é uma grande vitória.

Nós precisamos de toda a ajuda. Não para a nossa exposição. Mesmo porque a maioria de nós usa um pseudônimo. Mas para a divulgação de o que acontece com as mulheres na faixa de 40 anos, que sofreram qualquer tipo de violência na infância / adolescência e precisaram se calar. Para que as meninas que passam por isso hoje, amanhã não precisem vivenciar o desespero que nós passamos.

Agradeço sinceramente a atenção. Com muito respeito, Beatriz Albuquerque.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Texto do amigo Renatto

Bya...minha querida amiga......que este caso de Isabella e tantos outros sejam um alerta para todos nós!
Um alerta sobre a violência contra a criança, contra a mulher, homens, idosos e animais.

Uma violência que não para nem diante dos exemplos de punição, uma violência explícita ou velada, mas que acontece tão perto de nós. Dentro dos lares de nossas famílias, amigos e vizinhos.
Uma violência que pode começar num ciúme, num egoísmo, num debate, numa competição ou em qualquer situação onde o ego, e apenas ele, está presente.
Uma violência que está dentro de nós mesmos, animal, humana, quase natural, mas controlada pelo superego, pelo sentido moral e espiritual.
Uma violência que se expressa desde agressões físicas, como psicológicas quando fazemos o outro quedar diante de nossa soberania.
Uma violência que se expressa em xingamentos e subestimação da capacidade do outro. Na agressão de palavras frias ou gritantes, mas que tentam fazer com que o outro se sinta menor.