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sábado, 28 de novembro de 2015

Violência psicológica e o mito do “machismo sutil” / Natalia Conti


É comum, quando mencionamos algo sobre violência contra a mulher, que se forme uma imagem mental sobre agressão física ou sexual. O estupro, o espancamento, na cabeça das pessoas, são os problemas por excelência deste tema. As agressões sexuais, sobretudo são identificadas como um problema de quando se está num beco escuro e se depara com um desconhecido agressor. Há dois nós aí, o primeiro sendo o do “desconhecido”, e o segundo, a ideia da violência estar associada somente ou principalmente a danos físicos.
O escopo de violência exercido sobre as mulheres é amplo, podendo alcançar os níveis físico, sexual, moral e psicológico. Além disso, os dados caracterizam fortemente a localização da violência em âmbito doméstico e/ou entre pessoas conhecidas. São eles pais, irmãos, tios, amigos, colegas de trabalho, maridos, namorados, companheiros de militância, etc. Este texto parte da necessidade em compreender o âmbito da violência entre pessoas conhecidas, retirando, contudo, o problema do âmbito privado; e em avançar na compreensão da violência psicológica e moral como práticas devastadoras para a vida das mulheres, com particularidades nas novas gerações.

 “machismo sutil”
Segundo o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil, 23% de mulheres atendidas foram vítimas de violência psicológica. Constitui-se a segunda forma mais frequente, seguida da violência física. Trata-se de 45.485 mulheres no último ano. Entre os casos registrados de violência psicológica, 47,8% foram vítimas de pessoas conhecidas, de círculos próximos, sendo que 10% delas sofrem com esta violência diariamente. Nos casos relatados de violência doméstica, sexual ou física, o aspecto do terror psicológico também é frequente, compondo o que conhecemos por ciclo da violência. O ciclo da violência é um encadeamento de acontecimentos em um relacionamento afetivo (não necessariamente entre casais), tendo início normalmente em agressões verbais, tensão psicológica, se intensificando em violência física e/ou sexual, ameaças de ruptura, e terminando com um momento denominado “lua de mel”, em que o agressor busca reatar a relação afetiva, sendo carinhoso e dizendo que tudo vai ficar bem, garantindo a interrupção e não repetição das agressões, quando o novo ciclo tem início.
A violência psicológica envolve xingamentos, tentativas de desmoralização da mulher, de afetar sua autoestima, grosserias, controle de sua vida pessoal e afetiva, invasão de espaços de privacidade, perseguição, ameaças de abandono frente a comportamentos que não seguem a maneira esperada, diminuição ou subestimação de suas capacidades em espaços públicos e práticas paternalistas e de tutela. Por não ter consequências evidentes e explícitas, é tratada como um mal menor, de efeito sutil, ou comumente não identificado como machismo, mas como “desvios” ou “desequilíbrios”, portanto, justificáveis. Entretanto, os danos causados às vítimas vão desde transtornos psicológicos, depressão, isolamento, até restrições cotidianas de seus espaços de convivência e trabalho.
Por ser uma prática encarada pelo senso comum como natural, fruto dos conflitos existentes em qualquer relação entre parceiros, amigos, familiares, etc., é mais difícil de ser combatida. Invisível, assume a forma de um fantasma onipresente na vida das mulheres. E justamente por ser invisível e encarada como socialmente aceitável, as próprias mulheres não reconhecem muitas vezes que são vítimas de relações abusivas.
 As gerações mais jovens
Ao observar os movimentos de mulheres na última década no Brasil, percebemos um salto no número de organizações, coletivos, blogs, publicações ligados à ideia do feminismo. Dentro da dinâmica internacional, hoje já reconhecida como uma nova onda de luta feminista, o boom de visibilidade do tema passou e foi mediado centralmente pela internet e as redes sociais. Mulheres, em sua maioria jovens, puderam através da internet, tomar contato de forma rápida com lutas contra o machismo em curso no mundo inteiro; lutas viralizadas, atingiram os mais provincianos rincões do machismo no Brasil. A SlutWalk canadense, de 2011, traduzida comoMarcha das vadias no Brasil, colocou na pauta de todos os jornais do mundo o problema do assédio e da culpabilização das vítimas de violência. Além disso, a possibilidade de encontrar pares nesta luta e de denunciar casos de machismo foi potencializada pelas redes sociais.
Há, no entanto, o revés desta moeda. É verdade incontestável o papel das redes sociais como canais para a organização de lutas feministas e tomada de consciência individual e coletiva sobre a opressão de gênero e sexualidade; outra verdade incontestável é o fato de que as redes sociais potencializam também a organização de setores conservadores, de práticas misóginas e, em âmbito mais estrito, a possibilidade de controle e violência psicológica contra as mulheres, sobretudo jovens nestes meios. Há ao menos dois fenômenos sobre os quais é importante tratar para pensar a violência psicológica exercida sobre as novas gerações, ostalking e o revanchismo.
O revanchismo acontece normalmente por ex-namorados ou ex-parceiros sexuais, inconformados com o fim da relação, que como forma de vingança colocam vídeos e fotos de suas parceiras nuas na internet. Enquadra-se na prática de violência psicológica e moral, destruindo a autoestima da mulher e condicionando seu cotidiano ao permanente constrangimento, vergonha e julgamento públicos. O revanchismo reflete, além da barbárie evidente, a concepção de que a vida sexual das mulheres é uma questão da qual elas têm de se envergonhar. Todos os dias, acompanhamos relatos de vítimas muito jovens, adolescentes. Muitas delas abandonam os estudos, e outras tantas, completamente desmoralizadas, chegam ao suicídio.
O Stalking como violência machista
Stalking é uma prática de perseguição e controle, envolvendo comportamentos de assédio persistente, a partir de diferentes formas de abordagem e contato, vigilância e monitoramento de uma pessoa. A constância da perseguição, mesmo aparentemente inofensiva, caracteriza ameaça e intimidação, e em toda circunstância oferece algum risco. Em se tratando de um fenômeno pouco conhecido como ameaçador, a despeito do avanço em relação à legislação sobre o tema em várias partes do mundo, a legislação do Brasil não reconhece o stalking como violência.
Potencializada pela internet e as redes sociais, possibilita o controle e o acesso permanente às vítimas, em sua maioria esmagadora, mulheres. O termo stalking ou stalker, com as redes sociais, banalizou-se ao ser reconhecido como uma prática de vasculhar o perfil de alguém que nos interessa sexual ou afetivamente. No entanto, é uma questão que habita o corredor da violência psicológica, gerando, do mesmo modo que outras violências, diversos transtornos às vítimas, desde restrições no estilo de vida até impactos na saúde psicológica.
O stalking é uma forma de aviso para violência futura, assumindo uma escala de aproximação que pode chegar à violência física e sexual. Estudos surgem no sentido de aprofundar a leitura sobre estes fenômenos, e cumprem o papel de pressionar o poder público de países como Portugal, por exemplo, a dar resposta legal. É o caso de “Stalking: Boas práticas no apoio às vítimas. Manual para profissionais”, de Gangeia, Matos, Ferreira e Azevedo. Um elemento que ganha notoriedade nas elaborações são os casos que têm como desenlace o homicídio da vítima, sobretudo naqueles em que existe relação prévia, ou seja, a vítima possuía um relacionamento com o agressor. Outras características importantes são o foco num só alvo e a natureza implícita das ameaças, como a ocorrência de “encontros casuais” ou contato indesejado. Percebam que a exposição da vítima em redes sociais, seja pela visibilidade de seus círculos de amigos, fotos, locais que frequenta e até mesmo marcar o local onde se encontra no momento – “checking”, ampliam a margem de risco.
Segundo Grangeia e Matos, por se tratar de violência não reconhecida como tal, as vítimas frequentemente não buscam ajuda, impedindo que estas consigam reconhecer o cenário de violência, sentindo-se envergonhadas ou mesmo culpadas pela situação vivida.
Desse modo, a busca por ajuda é protelada até o momento em que coisas mais graves, em um quadro criminal, aconteçam, como uma agressão física ou invasão de domicílio, por exemplo. As autoras tratam ainda da necessidade em avaliar os riscos, de modo a diminui-los. Esta avaliação deve ser feita a partir de uma série de sinais. Levar em consideração apenas a avaliação do próprio agressor pode resultar em subestimação do risco, visto que é comum a negação ou diminuição de sua responsabilidade. Conhecer os acontecimentos e os relatos da vítima é o primeiro passo para construir um mapa dos riscos. A percepção da vítima sobre o risco é sempre um importante foco de avaliação, ainda que esta possa, em alguns casos, minimizar a própria condição.
As autoras afirmam a evidência de maior risco quanto mais próxima for a relação do stalker com a vítima, e estabelece motivos geradores que envolvem também diferentes ameaças. Entre eles estão os perfis de “rejeitado”, que não aceita o fim de uma relação ou a negativa para o início de uma; o “ressentido”, que busca formas de vingança; o “desajustado” ou “cortejador”, com práticas inadequadas de abordagem do outro, etc. Curiosamente o rejeitado, o mesmo ator das práticas de revanchismo, é aquele quem oferece o mais amplo leque de riscos às vítimas.
A criminalização do stalking nos Estados Unidos e em diversos países da Europa é hoje uma realidade. Há, no entanto, um hiato na legislação brasileira que não reconhece a sua gravidade e ameaça, sobretudo à vida das mulheres. Em 2011, um grupo de 15 juristas encaminhou uma proposta de lei que, entre outras questões, criminalizava a prática de stalking; a proposta foi limada nos principais pontos no senado, tendo caído a criminalização. A única legislação que engloba o problema no país é a contravenção penal de “perturbação de tranquilidade”, prevista no artigo 65 do Dec.-lei n.3.688/41 (Lei das Contravenções Penais), que afirma que alguém que lhe perturbar a tranquilidade, pode ser punido com prisão simples de quinze dias a dois meses, ou multa.
Através da Lei Maria da Penha (Lei n.11.340/2006) seria possível encontrar uma ferramenta para abordar o tema, a partir dos artigos: 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

5 FERIDAS EMOCIONAIS DA INFÂNCIA QUE PODEM PERSISTIR NA IDADE ADULTA / Lisa Bourbeau

Embora não seja regra absoluta, não podemos negar que nossa infância e primeiras experiências afetivas podem influenciar na maneira como que lidamos com os relacionamos posteriores e na leitura que temos das coisas que acontecem ao nosso redor.
As boas e más experiências infantis afetam sim nossa qualidade de vida quando adultos. Influenciam também, depois, em como trataremos nossos filhos tanto do ponto de vista do afeto quanto do enfrentamento de adversidades. Agiremos, reproduzindo os comportamentos que conhecemos ou seremos diferentes?
Abaixo, estão descritas 5 feridas emocionais segundo a especialista em comportamento canadense Lisa Bourbeau. Para a autora, são elas algumas das mais determinantes nas dificuldades de relacionamentos que as pessoas podem carregar ao longo da vida adulta posterior.
1- O medo do abandono
Um dos medos frequentes nas crianças é o medo da ausência de seus pais, o medo do abandono. A criança, nos primórdios de sua vida, ainda não consegue separar fantasia de realidade, e, por também não conseguir quantificar o tempo, entende que as ausências podem ser sinônimos do abandono absoluto.
Se a aprendizagem dessa separação necessária já é complexa em ambientes onde os pais lidam com o fato com tranquilidade, no caso de pessoas que tiveram experiências de negligência na infância, as marcas deixadas podem acarretar um medo de solidão e rejeição contínuos todas as vezes em que a pessoa não tiver perto de si (fisicamente) a pessoa amada.
A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.
2- O medo da rejeição
É uma ferida profunda que é formada quando, durante o desenvolvimento, a criança não se sentiu suficientemente amada e acolhida pelas figuras de referência que estavam ao seu redor assim como, posteriormente, pode ser afetada também por rejeições em ambiente escolar.
Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como que é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.
O rejeitado passa, então, a rejeitar-se, e, na idade adulta, muitas vezes, mesmo frente ao sucesso e obtendo bons resultados, essa pessoa pode apresentar grande fragilidade frente a qualquer crítica que exponha seus medos internos de insucesso.
3- A humilhação
Esta ferida é gerada no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e criticam. Podemos criar esses problemas em nossos filhos, dizendo-lhes que eles são estúpidos, maus ou mesmo exagerando em comparações; isso destrói a criança e sua autoestima.
Uma pessoa criada em um ambiente assim pode desenvolver uma personalidade exageradamente dependente. Outra possibilidade é o desenvolvimento da “tirania” também em si, um mecanismo de defesa em que a pessoa passa a humilhar aos outros para se sentir mais valorizada.
4- Traição ou medo de confiar
Uma criança que se sentiu repetidamente traída por um de seus pais, principalmente quando o mesmo não cumpria as suas promessas, pode nutrir uma desconfiança que, mais tarde, pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos. Quem não recebe o que foi prometido pode não se sentir digno de ter os que os outros têm.
Pessoas que passaram por isso desenvolvem uma tendência maior a tentar controlar tudo e todos ao redor em uma tentativa de trazer para si o comando de variáveis que, antigamente, faziam com que se sentissem preteridas e injustiçadas. Quando perdem o controle, ficam nervosas e se sentem perdidas.
5- Injustiça
A ferida da injustiça surge a partir de um ambiente no qual os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, quando existe uma demanda além da capacidade real da criança, ela pode ter sentimentos de impotência e inutilidade que depois pode carregar ao longo dos anos.
Em ambientes assim, a criança pode desenvolver um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo como tentativa de minimizar os erros e as cobranças. Soma-se a isso a incapacidade de tomar decisões com confiança.
Nota da CONTI outra:
Como dito no começo, existem feridas da infância que aumentam a probabilidade de sequelas emocionais na vida adulta. Entretanto, nada é regra e existem pessoas que desenvolvem mecanismos adaptativos e superam essas questões. Outras, entretanto, não se saem tão bem. Se você for uma delas, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Nunca é tarde para rever questões mal resolvidas. O passado não muda, mas o futuro ainda é um livro em branco.
Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

DEPRESSÃO INFANTIL: ELA EXISTE E ESTÁ AUMENTANDO EM TODO O MUNDO

 Boa notícia é que a família tem papel fundamental para evitar que a doença se manifeste. Saiba mais sobre o assunto.
Um astronauta acaba de se deparar com a imensidão do espaço. Por algum motivo, suas amarras de proteção são desfeitas e ele não vê alternativas para voltar à nave, menos ainda para voltar à Terra. Ele agora está à deriva na imensidão do espaço. O quão desesperador isso lhe parece? Esta metáfora foi usada pelo psicólogo americano Douglas Riley para definir a sensação depressiva de uma criança. No livro The Depressed Child: A Parent’s Guide for Rescuing Kids (Criança Deprimida: um Guia para Pais Resgatarem os Filhos, em tradução livre), o especialista explica que pensamentos negativos, como “ninguém gosta de mim”, “sou inferior” e “a morte é a melhor saída” não são restritos aos adultos.
Pelo contrário, a depressão em crianças e adolescentes tem aumentado consideravelmente em todo o mundo, como mostram dados médicos recentemente divulgados. Um guia do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), no Reino Unido, alertou: já são mais de 80 mil crianças da região diagnosticadas anualmente, 8 mil delas menores de 10 anos. Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o transtorno depressivo é a principal causa de incapacidade de realização das tarefas do dia a dia entre jovens de 10 a 19 anos. No Brasil, não é diferente. Embora não haja dados estatísticos, estima-se que a incidência do distúrbio gire em torno de 1 a 3% da população entre 0 a 17 anos, o que significa, mais ou menos, 8 milhões de jovens.
O que está por trás dessa epidemia?
Os transtornos mentais podem ser acionados por qualquer gatilho – leia-se, situação ou experiência frustrante que a criança tenha enfrentado -, como separação dos pais, morte de um parente, bullying na escola, abandono, abusos físicos ou psicológicos, mudanças bruscas e alterações no padrão de vida. No entanto, o estilo de vida que levamos pode favorecer a manifestação da doença, como explica Marco Antônio Bessa, psiquiatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR): “Muitas crianças estão com a agenda lotada de compromissos, o que eleva o grau de estresse, dormem mais tarde, ficam fechadas em ambientes como apartamentos e shoppings, usam aparelhos eletrônicos excessivamente, sob risco de aumento de ansiedade e restrição do contato social, e convivem menos com seus pais”.
Há, ainda, um fator genético que exerce influência. A ciência já comprovou que, quando há episódios de depressão na família, a probabilidade de a criança desenvolver algum transtorno mental aumenta consideravelmente. Se as vítimas forem mãe ou pai, as chances podem ser até cinco vezes maiores. Além disso, um distúrbio psiquiátrico – os mais comuns em crianças são de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), de conduta e de ansiedade – pode abrir precedente para outro. Estudos conduzidos em 2012 pelo Hospital das Clínicas (SP) mostram que mais de 50% das crianças ansiosas experimentarão, pelo menos, um episódio de depressão ao longo da vida.
Não é só tristeza
O quadro depressivo de um adulto difere do de uma criança. Enquanto o adulto sofre com alteração de humor, falta de prazer em viver, de executar as tarefas, recolhimento, alterações de sono e de apetite, as crianças nem sempre dão sinais tão característicos. Como explica Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp, “é mais comum ela apresentar irritabilidade, agitação, explosões de raiva e agressividade, tristeza, sensação de culpa e de melancolia”. Não raro, a depressão é confundida com TDAH, por isso, é fundamental que se procure um profissional especializado. “Erros de diagnóstico e de tratamento podem mascarar os sintomas e até mesmo agravar o quadro”.
É claro que, assim como nós, a criança também não está imune à tristeza, a acordar sem vontade de se relacionar com as pessoas ou ao mau humor. O que se aconselha é tentar entender o contexto do seu filho, principalmente, observar a duração desses sentimentos (mais de um mês já é preocupante), a intensidade e de que maneira eles estão afetando a vida. “O pai que presta atenção em seu filho vai notar que algo mudou. Mesmo que ele não saiba exatamente o que é, já serve de sinal de alerta”, diz a especialista.
É possível evitar, sim
Assim como existem fatores facilitadores do transtorno depressivo, há outros que são protetores. Isso significa que o aparecimento da doença está intimamente ligado a uma equação de equilíbrio dessa balança. Mesmo que a criança tenha propensão genética e viva em um ambiente pouco favorável, ela pode não desenvolver o quadro e vice-versa.
Um bom funcionamento cognitivo, estabilidade e organização familiar, ambiente amoroso e ausência de fatos estressantes na vida da criança contribuem com a prevenção. Todos eles podem ser construídos e reforçados em casa, por você e por toda a família. Lembre-se: a criança que cresce com amor, carinho, que recebe atenção e proteção dos pais, dificilmente vai enfrentar problemas de comportamento ou desenvolvimento. E, ainda que os enfrente, serão mais facilmente superados.
(Autora: Andressa Basilio)
(Fonte: Revista Crescer)