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domingo, 29 de julho de 2012

''Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda mesmo dizendo verdades.A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.''

(Marquês de Maricá) 

INTRODUÇÃO

Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de "perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos. O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade, quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser.

O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito e portanto, sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais. Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores. Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social. Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites. Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.

Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo. A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar.

Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976). Existimos como seres humanos livres. Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma. Seríamos outros seres, incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido. Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão. Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui algo. E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações. Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos mais evidentes, que se manifestam no convívio social. A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção. Assim são nossos defeitos. Muitas vezes eles são evidentes, outras não.

A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes negativas daqueles que nos cercam. Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa. Assim, poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte. Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros. E no processo de mudança se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social. No final de cada interrelação, ambas as partes são capazes de exibir um estado superior ao anterior. É sobre estes pontos que iremos tecer algumas considerações.

A tolerância


A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente(1).

Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a paciência(2). E a paciência é justamente o bom humor ou o amor que nos faz suportar as coisas ruins ou desagradáveis. Ao tratar do tema da justiça, o Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas suas obras, no que respeita ao sofrimento dos males, em relação aos quais ela não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como a caridade; nem só a ira, como a mansidão, mas também a tristeza desordenada, raiz de todos os males que acabamos de enumerar. E por isso, é mais perfeita e maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz. Mas não é, absolutamente falando, mais perfeita que as outras virtudes, porque a fortaleza não suporta os sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os afronta, quando necessário. Por isso, quem é forte é paciente, mas não, vice-versa. Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)

A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das humanidades, a tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas. Alguns exemplos ilustram o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos séculos.

No final do séc. XVI, muito se falou de tolerância religiosa, eclesiástica ou teológica. Hoje em dia também se tolera - pacientemente - em pontos que não são essenciais de uma determinada doutrina mesmo que seja em detrimento da mesma, mas para uma melhor convivência social(4).

No passado (desde meados do séc. XIX), maison de tolérance(5) era a casa ou zona de prostituição: muitos toleram esses locais, procurando evitar, assim, a disseminação desses costumes em toda sociedade.

Na medicina, a palavra "tolerância" é utilizada para significar a aptidão do organismo para suportar a ação de um medicamento, um agente químico ou físico. Desta forma, as diferentes espécies toleram de diferentes modos os microrganismos: alguns adoecem e morrem, a outros nada ocorre. Os níveis de tolerância à radiação têm tal limite... Tecnicamente, a tolerância é o limite do desvio admitido dentro das características exatas de um objeto fabricado ou de um produto e as características previstas. Não são todos que suportam os medicamentos, e algo que está fora das normas algumas vezes pode ser tolerado. E assim pode se falar também de suportar fisicamente ou mentalmente algo pesado; em tolerar erros gramaticais; assim, podemos descer um degrau, recebendo o conhecimento neste nível, o qual é mais tolerável; algo pode ser tolerável, inclusive indiferente, aceitável: "o almoço foi bastante tolerável". Até mesmo dentro da ecologia Odum (1953) no seu livro Fundamentos de Ecologia coloca exemplos de limites de tolerância dentro da natureza(6).

Dentro das leis físicas, o universo tende a se desorganizar. Por outro lado, tudo que está vivo, tende a se organizar. Mas o homem, sendo livre, pode "ajudar" a desorganizar o mundo. Como num processo de tentativa e erro, as pessoas buscam soluções para viver consigo mesmo e com as demais. Às vezes parece que temos na mão um saco cheio de bolas, que tentamos arremessar e colocá-las dentro de um buraco distante. De modo simplista, dizemos que podemos acertar ou não, mas na prática, as coisas não ocorrem bem assim. O acerto aparece como uma vitória. Foram centenas de arremessos, e um acerto! Tolerar é aceitar os limites, é na realidade ser paciente. A paciência é justamente aceitar o desagradável, com bom humor.

Também na literatura universal, existem alguns provérbios que nos recordam a tolerância.

Tolérance n’est pas quittance(7), que poderíamos traduzir por: "Tolerância não é liberdade total...". Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos... Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância"(8).

Quanto à tolerância, costumamos atuar, como diz o provérbio, "com dois pesos e duas medidas": tendemos a ser muito complacentes com os desvios de nossa conduta (e isto quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes damos o tempo necessário para mudar. De fato, abandonar um mau costume e atuar de modo completamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode durar meses ou anos... E, quanto aos outros, exigimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural. Um feijão demora para germinar, crescer, florir, dar a vagem... e nós às vezes somos semelhantes às crianças, que deixam o feijão no algodão do pires com água, e no dia seguinte se decepcionam com a ausência de vagens. Para viver, deixar viver(9).

O que leva duas pessoas a entrarem em discórdia? A invasão do direito alheio, o ultrapassar o limite de tolerância, a incapacidade de compreensão mútua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento. Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que nos relacionamos muitas vezes com as pessoas.

A distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um. Às vezes percebemos que com alguns, já num primeiro momento, se consegue chegar perto, e falar sem gritar ou mandar mensageiros, mas nem sempre é assim. É preciso usar a inteligência, para encontrar o caminho da comunicação entre as pessoas. Inteligência e vontade de querer se comunicar... ou não.




Os limites


Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento. Em vez de gastar tempo reclamando que não existe comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação.

Por outro lado, quando as pessoas se aproximam, uma tem em relação a outra uma expectativa. Na prática existe também um pré-conceito, mas por ora, vale a pena refletir sobre a expectativa.


Expectativa


Nossas atividades estão inseridas no contexto da expectativa. Spes em latim, significa tanto esperança como expectativa de algo feliz. Um novo emprego, um novo trabalho, uma nova amizade geram expectativas. Alguns defendem a postura de não ter expectativa de nada, e assim, o que ocorrer de bom nos fará felizes. Mas isto não condiz com a etimologia da palavra. Temos esperança de que se agirmos de um modo, seremos felizes. Se nos relacionamos com alguém, é porque precisamos deste alguém, ou gostamos de estar com ele.

Quando um aluno se aproxima do professor para pedir um estágio, ambos têm uma expectativa. Explicitar estas expectativas um ao outro, evita a decepção. O combinado não sai caro, reza o ditado popular. Desta forma se evitaria a conhecida antropofagia...

A antropofagia nos une, quando os interesses pessoais têm a possibilidade de serem supridos pelas habilidades alheias. Agumas vezes o aluno apenas quer uma bolsa, ou aprender uma técnica, publicar um trabalho, decidir sua vida profissional; ou talvez ele esteja querendo ficar no estágio uma semana, um mês, um ano... sua vida toda. E como iremos saber se não perguntarmos? O professor também espera algo do aluno. Às vezes de modo possessivo, outras vezes de modo diferente, como mão de obra. Pode pensar também num talento para vida acadêmica, e se por um lado vê um discípulo, não pode deixar de encobrir as dificuldades pelas quais irá passar. Mas isto tudo, não passa de dúvidas. Um tem expectativa do outro, e nada mais lógico e razoável que exista um diálogo entre ambos, antes de iniciar as atividades. Alguém tem expectativa de alguém, mas ninguém não tem expectativa de ninguém... E os outros são para nós alguém... ou ninguém?!




Compreensão


Compreender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir. As vezes as pessoas precisam de peixe, outras vezes, precisam de trabalho educativo sobre a pesca, e sempre atenção externa de outras pessoas. Todos precisamos de cúmplices em nossas atividades.

Compreender, querer, perdoar. Esta tríade resume bem o relacionamento humano ideal. Da cultura popular somos capazes de lembrar: "Deus perdoa sempre, os homens de vez em quando, a natureza nunca" ou "Errar é humano, perdoar é divino". O perdão absoluto é divino. Nós podemos ter o ideal de perdoar, mas nem sempre conseguimos, como na terrível fórmula: "Perdoar, eu perdôo; mas esquecer, não esqueço...".

O erro das pessoas leva às vezes a conseqüências sérias para um perdão imediato. A reação pessoal ou social contra aquele que errou, pode ser irasciva, vingativa, punitiva. Mas o que se quer mesmo, é que aquele que errou, e com isto de certa forma agrediu, reconheça e mude. Talvez precise sofrer as conseqüências do seu ato para merecer o perdão. Não reconhecer o próprio erro ou de certa forma encobri-lo já consiste em parte da pena, por não se adequar com a verdade. Perdoar antes porém, abre uma porta honrosa para o agressor, que não precisa gastar tempo se justificando. Aqui vale mais uma definição do ser humano: aquele que é capaz de se desculpar e justificar em todos os seus atos, mas que ficaria envergonhado de manifestar esta desculpa ou justificativa em voz alta para outros. Sim, as desculpas que damos a nós mesmos para fazer coisas erradas, não convencem...

O castigo piora o ruim e melhora o bom, e como o bom deve ser melhorado, não se deve evitar o castigo. Mas, o ruim? Não merece o castigo, ou além do castigo precisa de algo para melhorar? Talvez precise também da compreensão... As pessoas aprendem também pelos erros, próprios ou alheios, históricos ou do presente. Quanto maior o erro, piores as conseqüências, e menores as chances de errar de novo. A evidência do erro para a sociedade mexe com os brios daquele que errou. A compreensão não pode ser confundida com a cumplicidade no erro; a cumplicidade está associada ao desejo de ser solidário com a pessoa que errou e disposição de ajuda para reverter esta situação. Esta aventura de compreender implica num compromisso. O amigo, é aquela pessoa que apesar de conhecermos perfeitamente como é, continua sendo amigo ou: "O amigo é o amigo do amigo".

O perdão, pode ser imediato ou não, com consequências ou sem elas. Ora, o tempo é apenas uma convenção, mas nem por isto deixa de existir... As pessoas, como o bom vinho, melhoram com o tempo ou, para continuar remetendo a provérbios: "O tempo é o melhor remédio". As pessoas, como já dissemos, buscam sempre uma justificativa para os seus atos, e também para perdoar. Em todos estes casos, é difícil ter a medida, pois a pena deve ser proporcional a ofensa, e o ofendido mostra que é grande, perdoando. As leis positivas neste sentido são como que a segurança da sociedade, na tentativa de se estabelecer uma medida; um verdadeiro protocolo social a ser atingido.

Sintonia


Uma rádio que está sintonizada, pode ser escutada sem ruídos, interferências. Escutar é um ato humano que reflete uma disposição interior. Peter Drucker dizia que "o verdadeiro comunicador é o receptor". Escutar é permitir o diálogo. A prática medieval de dialogar num debate, merece ser lembrada. Enquanto um falava, o outro era obrigado a escutar, pois antes de colocar seu ponto de vista, era obrigado a repetir a idéia do primeiro - com sua expressa aprovação - antes de colocar a sua resposta. Alguns têm o defeito quase físico de não escutar e a partir deste ponto seguem as discórdias.


Essencial, importante e acidental


Uma classificação das realidades pode incluir estas três divisões: essencial, importante e acidental. Talvez exista desacordo no que incluir em cada item. Pensar antes de discutir se aquilo é essencial ou importante ou acidental, em muito reduziria as discussões. Usar a inteligência para identificar exatamente onde se pretende chegar, também é uma forma de diminuir os problemas. Seja na via direta, não "criando" problemas, seja indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas.

"Humildade não faz mal" - esta máxima popular, ajuda a retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer. A humildade é a verdade... e a humildade não faz mal!


Ignorância e preconceito


As pessoas muitas vezes não atuam de modo errado por má fé, e sim por ignorância. Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer. Esta tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos. Aprendemos tanto, e por este motivo somos capazes de questionar as deficiências. Não são os professores e pais os únicos interessados. Ninguém dá o que não tem, e por isto sempre temos algo que dar a outrem, e assim diminuir a ignorância.

Outro ponto é o preconceito... O preconceito gera um prejuízo (e também um prejuízo). Uma idéia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade. Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes o preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente.


Considerações finais


A incapacidade pessoal provada, leva a ressaltar os possíveis limites alheios em vez de reconhecer os próprios.

No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A indiferença explica mas não resolve.

Mas a quem ajudar? E como ajudar? Castiga o bom e ele melhorará, castiga o ruim e ele piorará. Ou É melhor ensinar a pescar que dar o peixe. Como resolver situações pontuais, sem levar em conta o princípio da subsidiariedade? Se ajuda quem precisa, até que ela tenha condições de independência para aquele tipo de ajuda. Assim se respeita a autonomia, se exerce a autoridade, se compreende o verdadeiro valor da humildade.

As crianças mimadas representam um problema para a sociedade. As pessoas precisam de afetividade, mas mimar é dar mais do que elas realmente precisam. Com certeza, a tolerância e sua medida requerem um salutar e apaixonante exercício de análise e síntese. Esta é a postura de quem quer simplificar as coisas para ter o tempo livre, ou o ócio tão necessário em nossos dias.

Tolerância zero, é um tipo de lei social, que não permite o erro sem punição. Isto é levar em conta, que as pessoas são boas... Castiga o bom e ele irá melhorar... Mas o homem não é bom por natureza. Ele pode se fazer bom, se tem disposição de ser, pois o homem é um ser axiotrópico.

Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia, protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio, provisoriedade e religião. Höffner (1983). Cada uma das características do ser humano poderiam ser exploradas neste estudo, mas o protagonismo talvez seja o que mais atenção mereça. Somos sujeitos do nosso pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazer nossos atos(10). E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir. As pessoas prezam o que lhes é caro, e o dinheiro é caro a todos. Assim multar é uma forma de obrigar as pessoas a refletirem sobre si mesmas e a sociedade. Isto não é um direito, é uma tolerância(11).

Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário, gastar-se-ia tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características. Com certeza assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco próprios.

Para finalizar, vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, recolhidos por Reale & Antiseri (1990) "A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e só esta é a sua essência. E a alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Diz Sócrates: Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma - e esta ordem espiritual ou harmônica interior é a felicidade"(p. 92).



Rogério Lacaz-Ruiz
Anne Pierre de Oliveira
Viviane Scholtz
Nelson Haruo Anzai









''Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos.''

Oscar Wilde

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Texto enviado pelo amigo ARI CARRASCO


Nó no Lençol

Em uma reunião de pais numa escola de periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais deveriam dar aos filhos. Colocava esta diretora também que os mesmos deveriam se fazer presentes para os filhos; entendiam que, embora soubesse que a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e atender às crianças. 

Ela ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, na sua maneira humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana, pois quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda esta dormindo, e quando voltava do trabalho, o garoto já havia deitado, por chegar muito tarde. 

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para poder prover o sustento da sua família. Porém, ele contou também que isso o deixava angustiado não ter tempo para o filho, mas que tentava se redimir, indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa e, para que o filho soubesse de sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo.

Quando este acordava e via o nó, sabia através dele que o pai havia estado ali e o havia beijado. O nó era o elo de comunicação entre eles. Mais surpresa ainda a diretora ficou, quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da sala.

Esta estória faz-nos refletir muitas e muitas maneiras de um pai se fazer presente, de se comunicar com o filho, e esse pai encontrou a maneira dele. E o mais importante: "a criança percebe isso".

Nós nos preocupamos com os nossos filhos, mas é importante que eles sintam, que eles saibam disso.

Devemos nos exercitar nossa comunicação e encontrar cada um a sua própria maneira de mostrar ao seu filho e sua presença.

Então nós perguntamos:
Você já deu um nó no lençol de seu filho hoje?



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Postagem do blog "Brasil Sem Pedofilia"


terça-feira, 24 de julho de 2012

PABLO NERUDA


MENTEM os que disseram que eu perdi a lua,
os que profetizaram meu porvir de areia,
asseveraram tantas coisas com línguas frias:
quiseram proibir a flor do universo.

Já não cantará mais o âmbar insurgente
da sereia, não tem senão povo.
E mastigavam seus incessantes papéis
patrocinando para minha guitarra o esquecimento.

Eu lhes lancei aos olhos as lanças deslumbrantes
de nosso amor cravando teu coração e o meu,
eu reclamei o jasmim que deixavam tuas pegadas,

eu me perdi de noite sem luz sob tuas pálpebras
e quando me envolveu a claridade
nasci de novo, dono de minha própria treva.



Foto: LVII



MENTEM os que disseram que eu perdi a lua,
os que profetizaram meu porvir de areia,
asseveraram tantas coisas com línguas frias:
quiseram proibir a flor do universo.

Já não cantará mais o âmbar insurgente
da sereia, não tem senão povo.
E mastigavam seus incessantes papéis
patrocinando para minha guitarra o esquecimento.

Eu lhes lancei aos olhos as lanças deslumbrantes
de nosso amor cravando teu coração e o meu,
eu reclamei o jasmim que deixavam tuas pegadas,

eu me perdi de noite sem luz sob tuas pálpebras
e quando me envolveu a claridade
nasci de novo, dono de minha própria treva.

PABLO NERUDA




Dever do poeta é cantar com seu povo e dar ao homem o que é do homem: sonho e amor, luz e noite, razão e desvario.
Foto: Dever do poeta é cantar com seu povo e dar ao homem o que é do homem: sonho e amor, luz e noite, razão e desvario.
 
Pablo Neruda.




Os deveres do poeta foram sempre os mesmos na história. A honra da poesia foi sair à rua. A poesia é uma insurreição. Não se ofende o poeta porque o chamam subversivo. A vida ultrapassa as estruturas e há novos códigos para a alma.


Foto: “Os deveres do poeta foram sempre os mesmos na história. A honra da poesia foi sair à rua. A poesia é uma insurreição. Não se ofende o poeta porque o chamam subversivo. A vida ultrapassa as estruturas e há novos códigos para a alma.”
 
PABLO NERUDA

domingo, 22 de julho de 2012


Aqui no Brasil nós esperamos o pior acontecer para depois agir. Repare nos noticiários: entenda as consequências do abuso sexual infantil, reconheça os sintomas.... e a PREVENÇÃO? Porque esperamos que as crianças virem vítimas para então darmos a atenção e o cuidado que merecem? As escolas brasileiras devem ensinar as crianças a evitar o abuso sexual.

2013 está chegando. Precisamos do seu apoio!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A TODOS QUE PASSAM POR AQUI RECEBAM NESSE DIA DO AMIGO UM ABRAÇO SUPER CARINHOSO!!! BYA



terça-feira, 17 de julho de 2012

TODO DIA É DIA DE ESTUPRO / Eliane Brum

Ela deixou o coração das trevas para contar sua história. A travessia de Marie Nzoli – do Congo a um hotel de luxo de São Paulo.
“Por que a água é azul?”, pergunta Marie Nzoli, apontando para a piscina. Em um mundo com infernos demais, ela acabara de chegar do pior deles. Pela primeira vez em 48 anos de vida, deixara a República Democrática do Congo e, depois de uma saga de três dias, desembarcara no Gran Hyatt, um luxuoso hotel de São Paulo, com vista para a Ponte Estaiada. Na mala, trazia lençóis.Como nunca havia pegado um avião, ela pensava que seria necessário forrar a poltrona com eles. Ao olhar para a piscina e constatar que “a água é azul”, talvez estivesse tão ou mais encantada que o astronauta Iuri Gagarin ao ver pela primeira vez a Terra do espaço. Marie Nzoli atravessara vários mundos –fora e dentro de si – para contar sua história ao Brasil.
De onde Marie vem, o estupro é um instrumento de guerra. E as mulheres contaminadas pelo HIV são armas biológicas. O Congo é devastado por conflitos armados antes e depois da independência da Bélgica, em 1960. No final do século 19, quando a África já tinha sido canibalizada pelos europeus, a terra de Marie inspirou Joseph Conrad a escrever o perturbador “O coração das trevas” – livro que no século 20 inspiraria Francis Ford Coppola ao filmar“Apocalipse Now”, transportando o horror para o Vietnã. Hoje, o Congo continua habitado pela insanidade. Além das guerras, é arrasado também pela fome, pela falta de água potável e por doenças como Aids, sarampo e malária. Tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta.
Para compreender o espanto de Marie é preciso apalpar as dimensões de sua travessia.Marie deixara uma casa de madeira, tijolo e barro, com uma plantação de batata e feijão e uma criação de cabras, porcos e coelhos, na pequena cidade de Butembo, no Kivu do Norte, uma das regiões mais perigosas do Congo.E, quando algo é muito perigoso no Congo, pense no inimaginável. Encravado no leste do país, a província de Kivu do Norte faz fronteira com Uganda e Ruanda. E, para além de todos os tormentos, vive uma disputa étnica entre tutsis e hutus. O genocídio que matou cerca de 1 milhão de tutsis na vizinha Ruanda, em 1994, se estendeu para dentro da fronteira leste do Congo, para onde hutus fugiram em massa depois da recomposição do país. (Se você não conhece essa história, pegue na locadora um filme chamado “Hotel Ruanda”.) 
Militares e guerrilheiros igualam-se na capacidade de cometer atrocidades em massa, deixando a população desamparada, sem ter para quem pedir proteção. Quase 2 milhões de pessoas, segundo a ONU, vivem hoje longe de suas aldeias – em fuga, mas sem conseguir escapar.“O povo do meu país está sempre fugindo”, diz Marie. “Foge de tudo, porque sabe que está sendo exterminado.” Foge em círculos.
Mulheres como Marie vivem a demência de ter seus filhos recrutados à força pelas milícias, quando ainda são crianças, e suas filhas, assim como mães e irmãs, estupradas muitas vezes, por muitos homens alternando-se sobre os seus corpos. É prática comum, além de violentar, arrancar os mamilos e o clitóris à faca, e furar os pés para que não possam fugir e sangrem até a morte. É uma guerra sem fim, alimentada pelo mercado internacional de diamantes, e talvez o Congo seja, há mais tempo, o pior lugar do planeta para uma mulher nascer. 
A única saída para Marie é inventar vida no território da morte. Com outras 17 mulheres, ela criou, em 1983, uma organização chamada Coperma para reagir à violência contra seus filhos. Hoje, somam quase oito mil pessoas. Marie trabalha com vítimas de estupro. Mulheres de todas as idades que, além de serem estupradas, muitas vezes ficam com fístulas porque a violência transformou o canal do ânus e da vagina, ou da bexiga e da vagina, em uma coisa só. O rasgo é produzido pela quantidade de homens que se alternam sobre cada mulher, mas também é feito à faca ou com revólver ou fuzil. E, por terem sido estupradas, elas são discriminadas na comunidade.
No Congo, Marie é uma mulher de classe média. Perguntei o que isso significa. Ela explicou: “Eu como todo dia”. Marie nunca ouvira falar do Brasil. Nem mesmo do clássico futebol, favela e carnaval. Ela chegou aqui ao aceitar o convite da jornalista Ana Paula Padrão para participar de um fórum de debates chamado “Mulheres reais que inspiram”, promovido pelo site “Tempo de Mulher”, em 2 de julho. Quando recebeu o convite, foi correndo procurar o Brasil no mapa. Marie estava feliz, porque há muito sonhava em vencer as fronteiras do Congo para pedir socorro ao mundo.
Nos quatro dias em que permaneceu na capital paulista, Marie repetia: “Como o Brasil é rico, como as casas são bonitas, como a população vive bem aqui!”. Sua tradutora, Ilka Camarotti, retrucava: “Não é todo o Brasil que é assim”. Quando perguntei a Marie do que sentiria saudades, quando voltasse ao Congo, ela disse algo impensável para qualquer brasileiro: “Da limpeza do aeroporto”. 
Além do aeroporto, o hotel foi todo o Brasil que Marie conheceu. Nele, ela teve várias primeiras vezes: o banho de chuveiro, vinho branco argentino (ela nunca tinha provado nenhuma bebida alcoólica), algumas frutas, como coco, a escada rolante, o cartão para abrir o quarto, a TV (ela nunca tinha visto) e o controle remoto. Um arrepio de prazer ao receber nas axilas o jato de desodorante do patrocinador do evento.
Mas nada impressionou Marie mais do que o elevador. No último dia, ela já apertava os botões sozinha, com um dedo trêmulo, como se estivesse prestes a acessar algum tipo de magia. E nunca sabia qual era a hora de dar o passo para fora, o momento em que o chão, sem sair do seus pés, chegava ao chão de fato.
Várias vezes, ao longo desta entrevista, Marie divagou. Enquanto a tradutora passava as respostas do francês para o português, ela espiava um prédio em construção, onde um elevador subia e descia. Alto, mas para si mesma, Marie espantava-se com o mundo: “La technologie...” E ria sozinha, em abissal perplexidade. Depois, voltava a contar sobre os estupros.
Perguntei a Marie o que gostaria de dizer aos brasileiros. Ela disse: “Agora que eu vim e dividi a minha história, esse combate não pode ser apenas meu. Essa luta tem de ser também do Brasil. Vocês precisam ajudar as mulheres do Congo.”Marie acredita que o que faltava para que os brasileiros se importassem era que alguém conseguisse chegar até aqui para contar o que está acontecendo lá. Para ela, é difícil compreender que alguém saiba – e nada faça.
Esta é a história de Marie Nzoli – cujo último nome significa “sonho”. 
O pai expulsou a mãe porque ela só paria meninas
“Meu pai era professor na escola da prefeitura. E minha mãe, agricultora e dona de casa. Minha mãe teve quatro meninas. E porque minha mãe só tinha meninas, meu pai a escorraçou de casa junto com as filhas. Minha mãe fugiu para a casa do sogro. Eu tinha 8 anos.
Meu avô fez a reaproximação: por um lado, tentou convencer meu pai a aceitar minha mãe de volta, por outro, precisou convencer minha mãe a voltar para casa. Ela voltou. E então fez oito meninos, e meu pai ficou feliz. Mas, nós, meninas, continuamos sem existir.
Era meu pai quem dava dinheiro para a minha mãe. Mas o dinheiro era só para a escola dos meninos. Meu pai achava que menina não precisava estudar. Então, minha mãe roubou dinheiro dele. Eu não tenho o direito de dizer ‘roubar’, mas, na realidade, foi isso o que aconteceu. Minha mãe roubava dinheiro do meu pai para pagar o estudo das filhas.”
Marie “só” foi estuprada pelo marido
“Eu fui estuprada pelo meu marido. Muitas vezes. Eu estava fazendo comida e não queria. Mas, ele dizia: ‘Vem cá’. Eu não queria, mas ele dizia: ‘Eu tenho o direito. É o direito do homem’. Ele me pegava mesmo diante dos meus três filhos. E, se eu me recusasse, ele me batia na frente das crianças. Até hoje eu não suporto escutar meus filhos chamando ele de ‘papai’.”(A tradutora diz: “é um monstro”. E Marie repete: “É um monstro”.)
“Em 1997, depois de seis anos de casamento, meu marido deixou um bilhete, dizendo que partiria para libertar o Congo.”(Neste ano,o guerrilheiro Laurent-Désiré Kabila depôs o ditador Mobutu, no poder desde 1965). “Nunca mais vi meu marido. Eu tenho medo de que ele volte. Se ele voltar, vou dizer para ele que, como ficou muito tempo fora, só posso aceitá-lo se ele fizer um exame de HIV. Como nenhum homem quer fazer o exame de HIV, ele vai recusar. Porque os homens dizem: ‘Eu não vou fazer o teste, você tem de me aceitar como eu sou’.
Como ele vai se recusar a fazer o teste, eu posso dizer que então não posso aceitá-lo. Vou dizer a mesma coisa à família dele. Mas, talvez, eles exijam que eu devolva o dote de 10 cabras. Agora, não sou apenas eu que tenho de devolver, mas também os meus filhos. Sinceramente, eu não sei se eles vão querer.”
(Pergunto a Marie se ela já teve prazer sexual alguma vez.)
“Vários homens quiseram fazer sexo comigo depois que meu marido foi embora, mas eu não quis. Eu não quero mais pensar nisso. Eu não quero isso pra mim.”
Imaculada é o nome da irmã violada
“Minha irmã mais nova, de 14 anos, estava saindo da escola. E encontrou uma milícia. Eles viraram a cabeça da minha irmã para trás. Giraram tanto a cabeça que ela passou dois anos sem se mexer. Ficou também com os olhos doentes. Minha irmã ficava de olhos fechados, sem conseguir caminhar ou comer. Ela não se movia. Eu dava banho nela e também lhe dava comida. Naquele dia, minha irmã se debateu, mas dois deles a estupraram. Minha irmã se chama Immaculé.”
Mulheres contaminadas: a nova arma biológica
“Há estupros todo dia. Meninas e também mulheres mais velhas estão plantando. Os militares passam e as estupram na frente de todo mundo. Vi meninas de 10, as mais velhas com 15 anos, serem estupradas. Os mais pobres precisam andar até 30 quilômetros para encontrar água para beber. As meninas vão buscar água e, quando voltam, os militares as violentam. Depois, elas geram bebês.
Pouco importa se é milícia ou exército.Guerrilheiros e militares são todos selvagens. Se as mulheres resistem, eles cortam os seios e o clitóris. Uma vez jogaram vários militares que já estavam doentes de Aids na nossa cidade e contaminaram muitas mulheres. Existe lá um hospital só para cuidar das mulheres infectadas.
Os ruandeses e também os ugandenses, mas mais os ruandeses, querem exterminar a população do Kivu do Norte, onde eu vivo, para ocupar o nosso território. Antes, a guerra era com faca, com fuzil. Mas, hoje, além da faca e do fuzil, existe a doença. Eles estupram as mulheres, transmitem a Aids e assim vão nos matando. É um genocídio. E é um genocídio há muito tempo.”
Marie fez o parto nua, com dinheiro escondido no ânus e na mira de fuzis: se fosse menino, seria poupada; se fosse menina, fuzilada
“Na primeira vez em que fui de Butembo à cidade de Goma (capital da província de Kivu do Norte, na fronteira com Ruanda) para vender batatas, nosso ônibus foi parado por militares de Ruanda.Esses militares têm autorização para trabalhar e para matar. Nesta estrada, a cada dia dez pessoas são estupradas e mortas. Eles pegam a mala dos passageiros, tomam o dinheiro, tiram as roupas, estupram as mulheres e matam todos. Eu precisava vender batatas e levei dinheiro comigo para a viagem.”(Marie não lembra se eram 10, 15 ou 20 dólares.)
“Quando esses militares de Ruanda pararam nosso ônibus, mandaram todo mundo tirar a roupa, inclusive o motorista. Havia pastores evangélicos no nosso ônibus, e eles também tiveram de tirar a roupa. Eu enrolei o dinheiro, bem enroladinho, e enfiei no ânus para que não me roubassem.
Eu sentia medo e raiva. Quando nos mandam tirar a roupa, a gente precisa dizer ‘obrigada’. Eles ordenam: ‘Agora, digam obrigada porque a gente ainda não matou vocês’. Mas, desta vez, não nos mataram. Como eu fazia acompanhamento psicológico na Coperma, um pastor disse aos militares que eu era enfermeira. A mulher de um deles estava grávida, e eles precisavam que alguém ajudasse no parto. Me deram um pano para cobrir o sexo, e eu fui ajudar a mulher. O militar disse que, se nascesse um menino, seríamos poupados. Mas, se fosse uma menina, estaríamos mortos.
Eu tremia muito. Pensei que estava no final da minha vida. Mas, quando nasceu o menino, os militares ficaram numa felicidade enorme. Saíram para comprar cerveja e comemorar. E, quando voltaram, celebraram fuzilando todos os passageiros de um ônibus que estava atrás do nosso. E depois botaram fogo no ônibus e nas pessoas. Dezoito mortos.
Então, nos mandaram sumir. E voltamos para o nosso ônibus nus. Eu tirei o dinheiro do ânus e, com ele, comprei lençóis e cortinas na feira, para todo mundo se cobrir.”
(É comum as mulheres congolesas esconderem dinheiro no ânus e também na vagina, na tentativa de salvar o pouco que têm, caso sobrevivam à violência. Quando são estupradas, o dinheiro é de tal forma introjetado no corpo que é preciso uma cirurgia para retirá-lo.)
Só a mãe faz Marie chorar
(Pergunto a Marie se este foi o pior momento da vida dela. Ela me diz que não. Parece surpresa por eu cogitar que seja.)
“O pior momento da minha vida foi a morte da minha mãe, um ano atrás. Muitas emoções explodiram dentro de mim. Minha mãe morreu nos meus braços. Dizem que foi por causa de uma intoxicação, que destruiu o fígado. Era como se ela dormisse. Minha mãe, que me fez estudar. Que se esqueceu dela mesma.Eu sou velha, mas sinto muita falta do amor da minha mãe. Fiz tudo para curá-la, mas não foi possível. Com a morte, não há cooperação.”
(Então Marie, que narrou todas as violências com os olhos secos, como se contasse o seu cotidiano – e é o seu cotidiano – começa a chorar. E chora por um longo tempo. A mulher violentada de várias maneiras, que já testemunhou todas as formas de violência, chora apenas de saudades da mãe.)

Foto: O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO UMA CRIANÇA FOR ABUSADA SEXUALMENTE?

- Se a criança falar a respeito do abuso, escute-a, e leve-a a sério. As crianças pouquíssimas vezes inventam histórias de abuso sexual.
- Se você estiver alarmada ou sente vergonha, não demonstre à criança, pois ela se sentirá mais afetada ainda.
- Não pressiona. Apoie a criança evitando gestos, perguntas ou pré-julgamentos que a façam sentir-se ainda mais angustiadas ou culpadas.
- Se o menino ou menina decide falar, anime-o e mostre confiança para que diga a verdade e fale com liberdade. Não a julgue, nem a faça sentir-se culpada.
- Solicite apoio a algum especialista para ajudar a criança e também à família para saber como tratar do problema.
- Prepare a criança para essa ajuda. Explique que terá que conversar com outras pessoas sobre o acontecido. E que tudo será bom para ela.
- Deve-se denunciar às autoridades, a pessoa que abusou sexualmente da criança.
- Comunicar os serviços sociais.

http://br.guiainfantil.com/pedofia-e-abuso-sexual/366-o-que-dizer-e-fazer-com-a-crianca-que-sofreu-abuso-sexual.html




Postagem da Comunidade "Brasil sem Pedofilia"

O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO UMA CRIANÇA FOR ABUSADA SEXUALMENTE?

- Se a criança falar a respeito do abuso, escute-a, e leve-a a sério. As crianças pouquíssimas vezes inventam histórias de abuso sexual.
- Se você estiver alarmada ou sente vergonha, não demonstre à criança, pois ela se sentirá mais afetada ainda.
- Não pressiona. Apoie a criança evitando gestos, perguntas ou pré-julgamentos que a façam sentir-se ainda mais angustiadas ou culpadas.
- Se o menino ou menina decide falar, anime-o e mostre confiança para que diga a verdade e fale com liberdade. Não a julgue, nem a faça sentir-se culpada.
- Solicite apoio a algum especialista para ajudar a criança e também à família para saber como tratar do problema.
- Prepare a criança para essa ajuda. Explique que terá que conversar com outras pessoas sobre o acontecido. E que tudo será bom para ela.
- Deve-se denunciar às autoridades, a pessoa que abusou sexualmente da criança.
- Comunicar os serviços sociais.

http://br.guiainfantil.com/pedofia-e-abuso-sexual/366-o-que-dizer-e-fazer-com-a-crianca-que-sofreu-abuso-sexual.html

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sintomas do Stress


ESSA É A REALIDADE DE UM ABUSADO SEXUALMENTE...BYA.


Os sintomas físicos do Stress

Os sintomas físicos do stress muitas vezes podem ser idênticos aos sintomas de outras doenças, como úlceras, problemas de coluna, asma e distúrbios cardiovasculares. No entanto,  não devemos fazer suposições. Se não tivermos a certeza da causa dos sintomas, deve-se procurar o aconselhamento de um Terapeuta (terapias alternativas como Medicina Quântica, Medicina Tradicional Chinesa ou outra terapia credível) . Os seguintes sintomas físicos podem ser o resultado de, ou pelo menos, agravado pelo stress:
  • Distúrbios do sono
  • Coração com batimentos cardíacos acelerados
  • Costas, dor nos ombros ou no pescoço
  • Tensão dores de cabeça ou enxaquecas
  • Erupções cutâneas
  • Indigestão, cólicas, azia, gás, síndrome do intestino irritável
  • Constipação, diarreia
  • Náusea
  • Ganho ou perda de peso, distúrbios alimentares
  • Perda de cabelo
  • Tensão muscular
  • Sensação de aperto ou um “nó” no estômago
  • Fadiga
  • Pressão arterial elevada
  • Batimento cardíaco irregular, palpitações
  • Asma ou falta de ar
  • Apneia
  • Insónia
  • Inquietação
  • Dormir demais
  • Dor torácica
  • Palmas das mãos suadas ou
  • Mãos ou pés frios
  • Doenças de pele
  • Doença periodontal, dor de mandíbula
  • Problemas reprodutivos
  • Supressão do sistema imune (resfriados freqüentes, gripe ou infecções)
  • Inibição do crescimento
  • Dor crónica

Os sintomas emocionais do stress

Os sintomas do stress e depressão ligados ao foro emocional podem afectar o desempenho no trabalho, nas relações sociais, e na apreciação das actividades diárias. Os sintomas do stress resumem-se a:
  • Alterações de humor
  • Nervosismo
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Comportamento abrasivo
  • Dificuldade de concentração
  • Problemas para pensar claramente
  • Medo de fobias ou excessiva
  • Falta de controle sobre as emoções
  • Perda de senso de humor
  • Irritabilidade
  • Frustração
  • Dificuldade para lembrar coisas
  • Hostilidade

Sintomas Comportamentais do Stress

O stress e a pressão dos desafios do quotidiano pode levar as pessoas a comportarem-se de forma irregular. Podem andar envolvidos em nuvens de julgamentos e críticas o que pode tornar muito difícil para pessoas que sofrem de gerir o ambiente de trabalho, as tarefas e responsabilidades diárias. A seguir apresentamos alguns dos sintomas comportamentais do stress.
  • Esquecimento
  • Desorganização
  • Confusão
  • Apatia
  • Perspectiva negativa
  • Baixa auto-estima
Mecanismos de manifestação do Stress faz as pessoas reagirem de maneiras diferentes relativamente à sua cura. Os métodos de “libertação” ou fuga que algumas pessoas escolhem, podem ser desde o abuso da substâncias tóxicas, dependências que pode deteriorar a saúde da pessoa, a estabilidade financeira,  os relacionamentos com a família, amigos, colegas de trabalho. Uma pessoa sob stress pode manifestar os seguintes comportamentos destrutivos:
  • Agressividade excessiva ou argumentando
  • Violência
  • Mudança de emprego com frequência
  • Conflitos com os empregadores ou colegas de trabalho
  • Reacções excessivas
  • Abuso de drogas ou álcool
Fonte: Google

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"NÃO CREIA QUE ENCONTRARÁ A PERFEIÇÃO NAQUELES QUE O RODEIAM. A SUBLIMIDADE É DIFÍCIL. PORTANTO, SE ENCONTRAR FALHAS NAQUELES QUE VOCÊ ADMIRA, NÃO SE DECEPCIONE: DÊ A ELES MAIS CARINHO E APOIO, PARA QUE POSSAM REPARAR AS OPORTUNIDADES PERDIDAS. NÃO DESPREZE A QUEM ERRA: PROCURE ERGUE-LO, EXALTANDO AQUELAS QUALIDADES QUE TODOS TÊM DENTRO DE SI, DE MODO QUE ELE POSSA VENCER E SUBIR."


Fonte: Minutos de Sabedoria
C. Torres Pastorino


terça-feira, 3 de julho de 2012

As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância / Amanda Teixeira


As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância

            por Amanda Teixeira


Segundo o Aurélio, p. 85 e 738. “Abuso sexual é violação, mau uso, o uso errado, excessivo, ou injusto do sexo”. 

Abuso sexual é toda situação em que uma criança é utilizada para gratificação sexual das pessoas, ou para oferecer prazer e satisfação sexual em um adulto. O abuso pode ser uma relação heterossexual ou homossexual cujo agressor está em estagio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança, usufruindo do poder, entre abusador e abusado, assim o abusador usa a violência física e ameaças para impor as práticas eróticas.  
O abuso sexual inclui o incesto, a violação, o estupro, atentado violento ao pudor, o assédio, o contato corporal, invasão de privacidade, negligência, a estimulação verbal e visual impróprias, pornografia, as caricias ou toques inadequados. Abusar é precisamente ultrapassar os limites, ou seja, um ato de transgressão.
 No primeiro trimestre de 2010, foram registrados no SEV 25 casos de violência contra crianças e adolescentes, sendo que de abril a junho esse número aumentou para 29. E nos três últimos meses de julho, agosto e setembro o números de casos subiram para 46.
Os bairros mais afetados de boa vista são os bairros da periferia, onde as famílias precisam trabalhar, e na maioria das vezes as crianças ficam sozinhas, para realizarem afazeres de casa, e ficam a mercê do abusador, sem o cuidado de alguém que a protege e dê atenção necessária para evitar a agressão.

 Nem sempre o abusado sofre com contato físico, pois, o abuso divide-se em:
             SEM CONTATO FÍSICO: quando se fala em abusos cometidos sem contato físico pode parecer que eles causam menos danos que aqueles que envolvem contatos, mas isso é um grande engano, pois, tudo que envolve violência sexual sempre causar algum tipo de dano emocional.
       Abuso sem contato físico pode ser caracterizado como abuso sexual verbal,são conversas destinadas a despertar o interesse da criança ou chocá-lo. Telefonemas obscenos, na maioria das vezes feito por adultos especialmente do sexo masculino, podendo gerar ansiedade na criança e na família. Exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar diante da criança. Voyeurismo, observar fisicamente atos ou órgãos sexuais de outras pessoas, quando elas não desejam serem vistas e em conseqüência desse ato obter satisfação.  
          COM CONTATO FÍSICO: sendo caracterizado; em atos físicos genitais, relações genitais com penetração vaginal, carícias, masturbação, sexo oral e penetração anal. Sadismo, abuso sexual incluindo flagelação, torturas e surras. Pornografia, prostituição de crianças e exploração visando fins econômicos.
  O abuso sexual acontece em todos os níveis socioeconômicos, religiosos e étnicos, em qualquer classe social, envolvendo pessoas com bons níveis de instrução ou não. As vítimas de abuso sexual são de ambos os sexos, mas as meninas são os maiores alvos.

Conseqüências do abuso sexual
Devido o fato de a criança muito nova não estar preparada psicologicamente para o estimulo sexual as conseqüências da violência sexual são inúmeras, como por exemplo, comportamento rebelde, enfermidades psicossomáticas, que são vários problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, vômitos, fobias, erupções na pele, dificuldades digestivas que tem na realidade, fundo psicológico e emocional.
 As conseqüências perduram por muito tempo depois do abuso, muitas vezes o adulto que foi abusado leva as seqüelas para o resto da vida, afetando até mesmo na hora de definir o próprio sexo, e outras vezes as conseqüências da agressão é levada para o casamento, a gestação pode ser problemática, aparecendo complicações orgânicas. O abusado corre o risco também de não desenvolver qualidade nas relações sexuais, demonstrando desprazer, aversão sexual, e muitas vezes a incapacidade de atingir o orgasmo ou demorar muito tempo para atingi-lo.
Uma das conseqüências do abuso sexual também são as doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, incluindo AIDS e hepatite B. Coceiras na área genital, infecção urinária, odor vaginal, corrimento, secreções, penianas e cólicas intestinais, dor constante na vagina, no ânus, dificuldade em engolir devido à inflamação causada por gonorréia na garganta (amídalas), reflexo de engasgo hiperativo causado por sexo oral, inchaço, lesão e sangramento nas áreas da vagina ou ânus, a ponto de causar dificuldade de caminhar e sentar, hemorragias.
           Consequentemente estes atos levam a gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança.

Mudanças Psicológicas
Sentimento de isolamento, medo indefinido, permanente sentimento de culpa, depressão, sentimento de estar "marcado" para o resto da vida. Tentativa de suicídio, preocupação em agradar os outros, medo de sair na rua, agitação, autoflagelação, vergonha excessiva, inclusive em mudar de roupa na frente das pessoas, baixo rendimento escolar, ansiedade generalizada, desconfiança no adulto, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga e personalidade múltipla.
A vítima de abuso sexual passa a considerar o corpo pouco atraente, obtendo assim sentimento de baixa auto-estima, quando evidencia sentimentos de menos valia por pensar ser diferente dos outros, passa a ter sexualidade vista como punitiva, com culpabilidade, sem prazer, podendo interferir de forma traumática no jogo da sedução, erotização, falta de amor próprio, perda da integridade física, culpa, oferecendo possível dificuldade de relacionamentos sexuais na idade adulta.

Mudanças no comportamento 
E certas situações nota dificuldade de expressar o sentimento de raiva, queda no rendimento escolar, atitudes autodestrutivas, agressividade contra a família, uso excessivo de álcool e de drogas, regressão da linguagem e do comportamento, aumento do grau de provocação erótica, perturbações durante o sono, pesadelos constantes e até mesmo desinteresse em brincar com outras crianças.
A criança abusada torna-se também lenta, inquieta, sempre muito irritada e pouco tolerante quando adultos a elogiam, ganha ou perde peso, visando afetar a atratividade do agressor, sendo visível mudanças súbitas e inexplicáveis no comportamento, mentiras, roubos, fuga de casa, oscilações no humor entre retraída e extrovertida, regressão a comportamentos infantis, chupar dedo, choro excessivo sem causa aparente, depressão crônica, comportamentos suicida, mal-estar pela sensação de modificação do corpo.
A criança mostra experiência em determinados assuntos inadequados para a faixa etária que se encontra, desenvolvendo brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos, demonstra confusão de idade, medo de escuro e de lugares fechados.
O abuso sexual altera as percepções da criança, as emoções, a imagem que ela vê de si mesma, a visão da própria capacidade afetiva e do mundo familiar. Estes fatores produzem estresse, angústia, perda de energia, fugas e transtorno de identidade sexual.

           Cuidados corporais e higiênicos
A vítima que sofreu o abuso sexual desenvolve resistência em participar de atividades físicas, aparência descuidada, sem ânimo para produzir-se para uma ocasião importante, incapaz de perceber qualidade em si mesma, toma banho varias vezes ao dia, devido ao fato de sentir-se suja pela agressão sofrida, e nota-se algumas vezes mudança nos hábitos alimentares, falta de apetite (anorexia), ou excesso de alimentação (obesidade). Sentir a boca, quando usada no ato sexual, sempre suja, e sucessivamente todo o corpo.

Pontos de ajuda no combate ao abuso sexual
Os familiares dos abusados podem recorrer nas seguintes instituições: Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Adolescência, Ministério Público, CEDICA – Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, DECA – Delegacia da criança e do Adolescente, COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Abrigos, Postos de Saúde, Prefeituras, Igrejas, Fórum Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, ONG de Defesa de Criança e Adolescentes, Poder Judiciário, Delegacias de Policia, Escolas, Movimentos Sociais, Sindicatos, Conselhos de Direitos da Mulher, Câmara de Vereadores, Entidades de Mulheres e Feministas.
Todos esses órgãos e instituições são importantes para ajudar a combater a violência, o abuso, e a exploração sexual.