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terça-feira, 3 de julho de 2012

As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância / Amanda Teixeira


As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância

            por Amanda Teixeira


Segundo o Aurélio, p. 85 e 738. “Abuso sexual é violação, mau uso, o uso errado, excessivo, ou injusto do sexo”. 

Abuso sexual é toda situação em que uma criança é utilizada para gratificação sexual das pessoas, ou para oferecer prazer e satisfação sexual em um adulto. O abuso pode ser uma relação heterossexual ou homossexual cujo agressor está em estagio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança, usufruindo do poder, entre abusador e abusado, assim o abusador usa a violência física e ameaças para impor as práticas eróticas.  
O abuso sexual inclui o incesto, a violação, o estupro, atentado violento ao pudor, o assédio, o contato corporal, invasão de privacidade, negligência, a estimulação verbal e visual impróprias, pornografia, as caricias ou toques inadequados. Abusar é precisamente ultrapassar os limites, ou seja, um ato de transgressão.
 No primeiro trimestre de 2010, foram registrados no SEV 25 casos de violência contra crianças e adolescentes, sendo que de abril a junho esse número aumentou para 29. E nos três últimos meses de julho, agosto e setembro o números de casos subiram para 46.
Os bairros mais afetados de boa vista são os bairros da periferia, onde as famílias precisam trabalhar, e na maioria das vezes as crianças ficam sozinhas, para realizarem afazeres de casa, e ficam a mercê do abusador, sem o cuidado de alguém que a protege e dê atenção necessária para evitar a agressão.

 Nem sempre o abusado sofre com contato físico, pois, o abuso divide-se em:
             SEM CONTATO FÍSICO: quando se fala em abusos cometidos sem contato físico pode parecer que eles causam menos danos que aqueles que envolvem contatos, mas isso é um grande engano, pois, tudo que envolve violência sexual sempre causar algum tipo de dano emocional.
       Abuso sem contato físico pode ser caracterizado como abuso sexual verbal,são conversas destinadas a despertar o interesse da criança ou chocá-lo. Telefonemas obscenos, na maioria das vezes feito por adultos especialmente do sexo masculino, podendo gerar ansiedade na criança e na família. Exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar diante da criança. Voyeurismo, observar fisicamente atos ou órgãos sexuais de outras pessoas, quando elas não desejam serem vistas e em conseqüência desse ato obter satisfação.  
          COM CONTATO FÍSICO: sendo caracterizado; em atos físicos genitais, relações genitais com penetração vaginal, carícias, masturbação, sexo oral e penetração anal. Sadismo, abuso sexual incluindo flagelação, torturas e surras. Pornografia, prostituição de crianças e exploração visando fins econômicos.
  O abuso sexual acontece em todos os níveis socioeconômicos, religiosos e étnicos, em qualquer classe social, envolvendo pessoas com bons níveis de instrução ou não. As vítimas de abuso sexual são de ambos os sexos, mas as meninas são os maiores alvos.

Conseqüências do abuso sexual
Devido o fato de a criança muito nova não estar preparada psicologicamente para o estimulo sexual as conseqüências da violência sexual são inúmeras, como por exemplo, comportamento rebelde, enfermidades psicossomáticas, que são vários problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, vômitos, fobias, erupções na pele, dificuldades digestivas que tem na realidade, fundo psicológico e emocional.
 As conseqüências perduram por muito tempo depois do abuso, muitas vezes o adulto que foi abusado leva as seqüelas para o resto da vida, afetando até mesmo na hora de definir o próprio sexo, e outras vezes as conseqüências da agressão é levada para o casamento, a gestação pode ser problemática, aparecendo complicações orgânicas. O abusado corre o risco também de não desenvolver qualidade nas relações sexuais, demonstrando desprazer, aversão sexual, e muitas vezes a incapacidade de atingir o orgasmo ou demorar muito tempo para atingi-lo.
Uma das conseqüências do abuso sexual também são as doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, incluindo AIDS e hepatite B. Coceiras na área genital, infecção urinária, odor vaginal, corrimento, secreções, penianas e cólicas intestinais, dor constante na vagina, no ânus, dificuldade em engolir devido à inflamação causada por gonorréia na garganta (amídalas), reflexo de engasgo hiperativo causado por sexo oral, inchaço, lesão e sangramento nas áreas da vagina ou ânus, a ponto de causar dificuldade de caminhar e sentar, hemorragias.
           Consequentemente estes atos levam a gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança.

Mudanças Psicológicas
Sentimento de isolamento, medo indefinido, permanente sentimento de culpa, depressão, sentimento de estar "marcado" para o resto da vida. Tentativa de suicídio, preocupação em agradar os outros, medo de sair na rua, agitação, autoflagelação, vergonha excessiva, inclusive em mudar de roupa na frente das pessoas, baixo rendimento escolar, ansiedade generalizada, desconfiança no adulto, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga e personalidade múltipla.
A vítima de abuso sexual passa a considerar o corpo pouco atraente, obtendo assim sentimento de baixa auto-estima, quando evidencia sentimentos de menos valia por pensar ser diferente dos outros, passa a ter sexualidade vista como punitiva, com culpabilidade, sem prazer, podendo interferir de forma traumática no jogo da sedução, erotização, falta de amor próprio, perda da integridade física, culpa, oferecendo possível dificuldade de relacionamentos sexuais na idade adulta.

Mudanças no comportamento 
E certas situações nota dificuldade de expressar o sentimento de raiva, queda no rendimento escolar, atitudes autodestrutivas, agressividade contra a família, uso excessivo de álcool e de drogas, regressão da linguagem e do comportamento, aumento do grau de provocação erótica, perturbações durante o sono, pesadelos constantes e até mesmo desinteresse em brincar com outras crianças.
A criança abusada torna-se também lenta, inquieta, sempre muito irritada e pouco tolerante quando adultos a elogiam, ganha ou perde peso, visando afetar a atratividade do agressor, sendo visível mudanças súbitas e inexplicáveis no comportamento, mentiras, roubos, fuga de casa, oscilações no humor entre retraída e extrovertida, regressão a comportamentos infantis, chupar dedo, choro excessivo sem causa aparente, depressão crônica, comportamentos suicida, mal-estar pela sensação de modificação do corpo.
A criança mostra experiência em determinados assuntos inadequados para a faixa etária que se encontra, desenvolvendo brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos, demonstra confusão de idade, medo de escuro e de lugares fechados.
O abuso sexual altera as percepções da criança, as emoções, a imagem que ela vê de si mesma, a visão da própria capacidade afetiva e do mundo familiar. Estes fatores produzem estresse, angústia, perda de energia, fugas e transtorno de identidade sexual.

           Cuidados corporais e higiênicos
A vítima que sofreu o abuso sexual desenvolve resistência em participar de atividades físicas, aparência descuidada, sem ânimo para produzir-se para uma ocasião importante, incapaz de perceber qualidade em si mesma, toma banho varias vezes ao dia, devido ao fato de sentir-se suja pela agressão sofrida, e nota-se algumas vezes mudança nos hábitos alimentares, falta de apetite (anorexia), ou excesso de alimentação (obesidade). Sentir a boca, quando usada no ato sexual, sempre suja, e sucessivamente todo o corpo.

Pontos de ajuda no combate ao abuso sexual
Os familiares dos abusados podem recorrer nas seguintes instituições: Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Adolescência, Ministério Público, CEDICA – Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, DECA – Delegacia da criança e do Adolescente, COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Abrigos, Postos de Saúde, Prefeituras, Igrejas, Fórum Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, ONG de Defesa de Criança e Adolescentes, Poder Judiciário, Delegacias de Policia, Escolas, Movimentos Sociais, Sindicatos, Conselhos de Direitos da Mulher, Câmara de Vereadores, Entidades de Mulheres e Feministas.
Todos esses órgãos e instituições são importantes para ajudar a combater a violência, o abuso, e a exploração sexual.

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