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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ABUSO SEXUAL CONTRA AUTISTAS / Crianças abandonadas

PARTE 1

As caraterísticas e os padrões de comportamento típicos dos Aspies e Autistas e Portadores de necessidades Especiais são fatores que podem torná-los especialmente vulneráveis nos casos de violência sexual. Para Itamar Gonçalves, coordenador de Programas da Childhood-Brasil, organização que trabalha no enfrentamento à violência sexual, crianças e adolescentes
com deficiência estão mais expostos ao problema porque, muitas vezes, os adultos não acreditam no que elas contam. “A violência sexual normalmente já é marcada pelo silêncio e medo. A deficiência potencializa isso. Há casos, em que a situação só vem à tona quando há uma gravidez”.

A ausência de programas e ações voltadas para a prevenção é outro obstáculo no enfrentamento dos crimes sexuais. Daniele Bastos, assistente de projetos da ONG Escola de Gente, que atua na inclusão de pessoa com deficiência por meio da comunicação, aponta que a recorrência de casos de abuso sexual fez com que se tentasse articular um projeto específico para a área, mas a ausência de dados que relacionassem a violência sexual e deficiência dificultou o trabalho. “Este é um assunto a ser pensado urgentemente, começando por se reunir informações”

TRAUMAS

Tais entraves fazem reproduzir pelo Brasil casos como o de um estudante de 23 anos, que devido a ansiedade necessita de ansiolíticos sempre que relata os episódios de abuso sexual que sofreu desde criança. Diagnosticado com deficiência intelectual e com dificuldade de locomoção, João não conseguia denunciar as violências cometidas pelo padrasto. O Caso só foi descoberto aos 16, quando houve um flagrante em seu quarto.

A situação desse rapaz não é diferente de muitos outros casos. Porém, sua deficiência motora, o impossibilitava de correr do agressor, também enfrentava dificuldades em verbalizar o abuso para a família. Mesmo com a prisão do padrasto, só agora João será ouvido no processo que apura as responsabilidades. “Todas as testemunhas já foram ouvidas, mas a Justiça o considerava incapaz de relatar o fato”, afirma a advogada do rapaz.

Para Itamar Gonçalves, o caminho para enfrentar esses casos de violência sexual está na atenção integral em áreas como saúde, educação e assistência. “Ás vezes, a criança revela o abuso na escola, no posto de saúde; e o profissional que a atende necessita estar preparado para identificar o problema e encaminhá-la à rede de assistência”.

Violência Silenciosa

A violência sexual contra crianças e adolescentes com deficiência é tão comum quanto silenciosa. Atualmente, no Brasil, não existem dados sobre o fenômeno. O Disque Denúncia Nacional, o Disque 100, que é um dos mais completos registros sobre a questão da violência sexual, recolhe as informações sobre a condição da vítima, inclusive se apresenta alguma deficiência, mas não incluiu esse tipo de dado em seus relatórios.

Para Eliana Oliveira Victor, vice-presidente da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), a violência sexual faz parte de um cenário maior de exclusão da pessoa com deficiência, em que falta educação formal, políticas de inclusão profissional e mesmo afirmação na sociedade. “As carências são muitas e a sociedade ainda precisa entender que a pessoa com deficiência é como todos nós e tem as mesmas necessidades, incluindo o direito a uma sexualidade sadia”. Mas a violência é agravada pelas dificuldades de entendimento, verbalização e até reação física contra abusadores.

Apostando nisso, a Avape tem implementado grupos de sexualidade com jovens de idade cronológica entre 18 e 30 anos, com deficiência intelectual leve. Os grupos estão hoje em oito unidades no estado de São Paulo e no Rio de Janeiro. Acompanhados por uma psicóloga, os jovens se reúnem uma vez por semana para tratar de assuntos como gravidez e DSTs. Alguns dos integrantes relataram já terem sofrido violência durante a infância ou a adolescência. “Muitas vezes eles demoram a identificar, mas quando trabalham aspectos da sexualidade percebem que sofreram violência sexual”.

O trabalho também envolve os familiares, que “aprendem” que seus filhos e filhas têm deficiências, mas não são assexuados. “As famílias têm dificuldade de entender a fase da adolescência”, explica Eliana. A escola é um espaço muito importante para falar sobre os direitos sexuais e prevenir os crimes sexuais.

O tema é polêmico e delicado, além de envolver preconceitos. O desejo e as descobertas da sexualidade são sinais de saúde, mas quando o adolescente com deficiência é quem começa a conhecer pessoas e a querer namorar e buscar uma vida sexual ativa, a família muitas vezes se sente perdendo o controle sobre suas atividades. Com a intenção de proteger os filhos, pais e mães acabam tratando jovens como eternas crianças, negando a eles o seu direito à sexualidade.

Violência Sexual contra Autistas

Se detectar o abuso sexual em crianças e deficientes é difícil, se eles têm autismo se torna ainda mais complicado. O pedófilo costuma ver a criança como um "objeto", que irá utilizar para a gratificação sexual. Os comportamentos de crianças com autismo pode aumentar essa percepção da criança "objeto" e torná-los mais atraentes para os abusadores. Os problemas de comunicação proporcionam uma certa segurança de impunidade, "quem não fala, não conta". Por sua vez, o próprio comportamentos pode mascarar os sinais de abuso.
Há vários tipos de sinais a serem detectados, dependendo do perfil da criança: O perfil difere muito entre Aspies e entre Autistas quanto aos fatores de funcionalidade, sociabilidade e comunicação Em cada caso, os sinais podem variar substancialmente, mascarando as opções de rastreio.
Por sua vez, teremos diferentes perfis de agressores : Cerca de 90% são do sexo masculino; entre 20 e 30% são cometidos por outras crianças. Potenciais agressores podem ser encontrados dentre o pessoal contratado para atender às necessidades pessoais como profissionais de Transporte Escolar, Terapeutas, Recreadores. Uma grande porcentagem de abuso sexual é cometido por parentes próximos) As famílias de crianças com autismo, para suprir suas necessidades, muitas vezes precisam contratar terceiros para prestar apoio. Não hesite em pedir referências tão extensas quanto possível e procure comprovar a cada uma delas.

Por sua vez, o agressor fará, cuidadosamente, pequenas simulações das suas possíveis investidas para avaliar a facilidade ou a dificuldade de realizar o abuso com a criança. Uma criança consciente do que é certo e errado apresenta um potencial de rejeição da tentativa de abuso. Crianças com deficiência intelectual são especialmente atraentes para os pedófilos, é essencial que estas crianças sejam adequadamente informadas sobre a sexualidade e os devidos cuidados a fim de se tornarem menos vulneráveis.
Encontramos dois tipos principais de abuso: O esporádico e o sucessivo. E cada um desses tipos de abuso tem um quadro diferente, embora as mesmas terríveis conseqüências...

Abuso Sexual Esporádico:
Um abusador ataca uma vítima vulnerável, neste caso uma criança não-verbal com o comportamento estereotipado, com sérios problemas de comunicação... portanto, o agressor se sente seguro de que será difícil para a criança dizer qualquer coisa. Ou pior, que ninguém percebeu nada, visto que seus sinais podem ser muito sutis a ponto de passarem desapercebidos. Neste caso, o ataque é baseado no princípio da oportunidade. Ou seja, o agressor está sozinho com a sua "vítima" em um "lugar seguro" e "ambiente calmo e tranquilo". Assim, é um ataque ou um "bote" no pleno sentido da palavra.

Se a agressão se limitar a tocar, acariciar, ou for uma tentativa de sexo oral, ou masturbação... Após uma agressão nesse nível a vítima será encontrada em estado com que de perplexidade e deverá ser detectada num período tão curto quanto possível. Uma vez que é um abuso esporádica, não significa que não pode ser repetido. Preste atenção a sinais de rejeição da criança a essa pessoa. A confiança da criança no agressor diminuirá e irá querer a companhia de outra pessoa. Pode ser mo sinal de que há algo errado.
Em casos de penetração, tanto vaginal como anal, isso será, evidentemente, muito mais brutal. Atenção aos sinais físicos, vermelhidão, sangramento, marcas ou hematomas e arranhões em suas partes íntimas. São indicadores claros de possível abuso. Procure se certificar, mas nesse caso é comum que a vítima apresente sinais de comportamento mais que evidentes de que algo aconteceu. Saiba interpretá-los.

http://menosiguais.blogspot.com.br/2012/07/abuso-sexual-parte-1.html



Foto: ABUSO SEXUAL CONTRA AUTISTAS

PARTE 1

As caraterísticas e os padrões de comportamento típicos dos Aspies e Autistas e Portadores de necessidades Especiais são fatores que podem torná-los especialmente vulneráveis nos casos de violência sexual. Para Itamar Gonçalves, coordenador de Programas da Childhood-Brasil, organização que trabalha no enfrentamento à violência sexual, crianças e adolescentes
com deficiência estão mais expostos ao problema porque, muitas vezes, os adultos não acreditam no que elas contam. “A violência sexual normalmente já é marcada pelo silêncio e medo. A deficiência potencializa isso. Há casos, em que a situação só vem à tona quando há uma gravidez”.

A ausência de programas e ações voltadas para a prevenção é outro obstáculo no enfrentamento dos crimes sexuais. Daniele Bastos, assistente de projetos da ONG Escola de Gente, que atua na inclusão de pessoa com deficiência por meio da comunicação, aponta que a recorrência de casos de abuso sexual fez com que se tentasse articular um projeto específico para a área, mas a ausência de dados que relacionassem a violência sexual e deficiência dificultou o trabalho. “Este é um assunto a ser pensado urgentemente, começando por se reunir informações”

TRAUMAS

Tais entraves fazem reproduzir pelo Brasil casos como o de um estudante de 23 anos, que devido a ansiedade necessita de ansiolíticos sempre que relata os episódios de abuso sexual que sofreu desde criança. Diagnosticado com deficiência intelectual e com dificuldade de locomoção, João não conseguia denunciar as violências cometidas pelo padrasto. O Caso só foi descoberto aos 16, quando houve um flagrante em seu quarto.

A situação desse rapaz não é diferente de muitos outros casos. Porém, sua deficiência motora, o impossibilitava de correr do agressor, também enfrentava dificuldades em verbalizar o abuso para a família. Mesmo com a prisão do padrasto, só agora João será ouvido no processo que apura as responsabilidades. “Todas as testemunhas já foram ouvidas, mas a Justiça o considerava incapaz de relatar o fato”, afirma a advogada do rapaz.

Para Itamar Gonçalves, o caminho para enfrentar esses casos de violência sexual está na atenção integral em áreas como saúde, educação e assistência. “Ás vezes, a criança revela o abuso na escola, no posto de saúde; e o profissional que a atende necessita estar preparado para identificar o problema e encaminhá-la à rede de assistência”.

Violência Silenciosa

A violência sexual contra crianças e adolescentes com deficiência é tão comum quanto silenciosa. Atualmente, no Brasil, não existem dados sobre o fenômeno. O Disque Denúncia Nacional, o Disque 100, que é um dos mais completos registros sobre a questão da violência sexual, recolhe as informações sobre a condição da vítima, inclusive se apresenta alguma deficiência, mas não incluiu esse tipo de dado em seus relatórios.

Para Eliana Oliveira Victor, vice-presidente da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), a violência sexual faz parte de um cenário maior de exclusão da pessoa com deficiência, em que falta educação formal, políticas de inclusão profissional e mesmo afirmação na sociedade. “As carências são muitas e a sociedade ainda precisa entender que a pessoa com deficiência é como todos nós e tem as mesmas necessidades, incluindo o direito a uma sexualidade sadia”. Mas a violência é agravada pelas dificuldades de entendimento, verbalização e até reação física contra abusadores.

Apostando nisso, a Avape tem implementado grupos de sexualidade com jovens de idade cronológica entre 18 e 30 anos, com deficiência intelectual leve. Os grupos estão hoje em oito unidades no estado de São Paulo e no Rio de Janeiro. Acompanhados por uma psicóloga, os jovens se reúnem uma vez por semana para tratar de assuntos como gravidez e DSTs. Alguns dos integrantes relataram já terem sofrido violência durante a infância ou a adolescência. “Muitas vezes eles demoram a identificar, mas quando trabalham aspectos da sexualidade percebem que sofreram violência sexual”.

O trabalho também envolve os familiares, que “aprendem” que seus filhos e filhas têm deficiências, mas não são assexuados. “As famílias têm dificuldade de entender a fase da adolescência”, explica Eliana. A escola é um espaço muito importante para falar sobre os direitos sexuais e prevenir os crimes sexuais.

O tema é polêmico e delicado, além de envolver preconceitos. O desejo e as descobertas da sexualidade são sinais de saúde, mas quando o adolescente com deficiência é quem começa a conhecer pessoas e a querer namorar e buscar uma vida sexual ativa, a família muitas vezes se sente perdendo o controle sobre suas atividades. Com a intenção de proteger os filhos, pais e mães acabam tratando jovens como eternas crianças, negando a eles o seu direito à sexualidade.

Violência Sexual contra Autistas

Se detectar o abuso sexual em crianças e deficientes é difícil, se eles têm autismo se torna ainda mais complicado. O pedófilo costuma ver a criança como um "objeto", que irá utilizar para a gratificação sexual. Os comportamentos de crianças com autismo pode aumentar essa percepção da criança "objeto" e torná-los mais atraentes para os abusadores. Os problemas de comunicação proporcionam uma certa segurança de impunidade, "quem não fala, não conta". Por sua vez, o próprio comportamentos pode mascarar os sinais de abuso.
Há vários tipos de sinais a serem detectados, dependendo do perfil da criança: O perfil difere muito entre Aspies e entre Autistas quanto aos fatores de funcionalidade, sociabilidade e comunicação Em cada caso, os sinais podem variar substancialmente, mascarando as opções de rastreio.
Por sua vez, teremos diferentes perfis de agressores : Cerca de 90% são do sexo masculino; entre 20 e 30% são cometidos por outras crianças. Potenciais agressores podem ser encontrados dentre o pessoal contratado para atender às necessidades pessoais como profissionais de Transporte Escolar, Terapeutas, Recreadores. Uma grande porcentagem de abuso sexual é cometido por parentes próximos) As famílias de crianças com autismo, para suprir suas necessidades, muitas vezes precisam contratar terceiros para prestar apoio. Não hesite em pedir referências tão extensas quanto possível e procure comprovar a cada uma delas.

Por sua vez, o agressor fará, cuidadosamente, pequenas simulações das suas possíveis investidas para avaliar a facilidade ou a dificuldade de realizar o abuso com a criança. Uma criança consciente do que é certo e errado apresenta um potencial de rejeição da tentativa de abuso. Crianças com deficiência intelectual são especialmente atraentes para os pedófilos, é essencial que estas crianças sejam adequadamente informadas sobre a sexualidade e os devidos cuidados a fim de se tornarem menos vulneráveis.
Encontramos dois tipos principais de abuso: O esporádico e o sucessivo. E cada um desses tipos de abuso tem um quadro diferente, embora as mesmas terríveis conseqüências...

Abuso Sexual Esporádico:
Um abusador ataca uma vítima vulnerável, neste caso uma criança não-verbal com o comportamento estereotipado, com sérios problemas de comunicação... portanto, o agressor se sente seguro de que será difícil para a criança dizer qualquer coisa. Ou pior, que ninguém percebeu nada, visto que seus sinais podem ser muito sutis a ponto de passarem desapercebidos. Neste caso, o ataque é baseado no princípio da oportunidade. Ou seja, o agressor está sozinho com a sua "vítima" em um "lugar seguro" e "ambiente calmo e tranquilo". Assim, é um ataque ou um "bote" no pleno sentido da palavra.

Se a agressão se limitar a tocar, acariciar, ou for uma tentativa de sexo oral, ou masturbação... Após uma agressão nesse nível a vítima será encontrada em estado com que de perplexidade e deverá ser detectada num período tão curto quanto possível. Uma vez que é um abuso esporádica, não significa que não pode ser repetido. Preste atenção a sinais de rejeição da criança a essa pessoa. A confiança da criança no agressor diminuirá e irá querer a companhia de outra pessoa. Pode ser mo sinal de que há algo errado.
Em casos de penetração, tanto vaginal como anal, isso será, evidentemente, muito mais brutal. Atenção aos sinais físicos, vermelhidão, sangramento, marcas ou hematomas e arranhões em suas partes íntimas. São indicadores claros de possível abuso. Procure se certificar, mas nesse caso é comum que a vítima apresente sinais de comportamento mais que evidentes de que algo aconteceu. Saiba interpretá-los.

Chega de tortura por hoje... Falaremos mais numa segunda postagem que publicaremos em breve...

http://menosiguais.blogspot.com.br/2012/07/abuso-sexual-parte-1.html

REVIRANDO O BAÚ / Renata Beiro e Otton Bellucco

Vejo-me aqui
revirando meu baú
à procura do espelho,
em meio a panos velhos,
planos, cartas, palavras d’outrora,
retratos queridos, coloridos,
alguns esmaecidos...Tudo em vão!...
Hoje, não mais sinto
vínculo com o passado,
com aquele passado!...
Prostrei-me triste...
Mas, num riste,
deixei de lado
o passado gasto,
se posso ter um novo...

Exalta meu coração
o presente que dá
novo uso e valor
ao baú antigo!...
Meu baú é opinião
temperada pelo humor...
Inventa e guarda, sempre,
um presente inesperado...
São meus os ares seus!...
Se vibro ou regozijo...,
o baú é Dionísio!...
Se me inclino ao descalabro,
o baú é Minotauro...
Nele está meu labirinto

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O QUE VI DA VIDA / Dhiogo José Caetano

Analisei inúmeros filmes e neste processo de análise descobri a importância da história; ela nos envolve e nos leva há diferentes interpretações.
A partir deste momento cheguei à conclusão que a minha vida é um filme onde não há dubles e tudo é real, fere o corpo e marca a alma. Tenho convicção que o filme “O Anônimo” nunca chegará aos cinemas e muito menos tornará um campeão em bilheterias, mas isto não importa, pois esta é minha história, é real e no mais tudo muda até mesmo as convicções.
O filme da minha vida se inicia no dia 24 de novembro de 1988, o dia escolhido para o meu nascimento.
Tive uma infância difícil, passei por momentos arrepiantes. Vivenciei o confronto com pedófilos ou "monstros", que viviam a minha volta, pessoas íntimas da minha família que sem piedade violaram a minha imagem angelical de criança e em nome do desejo, destruíram meus sonhos. Quanto medo.
Não entendia o comportamento daqueles monstros que conviviam à minha volta. Eu era simplesmente uma criança, mas, mesmo assim, aqueles seres me atormentavam.
Fui perseguido, obrigado a fazer coisas que nem mesmo eu sabia o que era. Mas, dentro de mim, sentia que era algo errado e que não deveria ser feito. Mas aqueles monstros me obrigavam, me ameaçavam. E eu era obrigado a fazê-lo.
Eu me sentia culpado. Tinha medo e vergonha, também. Mas me sentia obrigado.
Dentro de mim um desalinho, pois sabia que algo errado estava acontecendo mas, ao mesmo tempo, tinha medo de contar e omitia pra mim mesmo aquela cena terrível.
Não fui violentado graça a Deus, mas foram inúmeras as vezes que me deparei com pessoas ditas honestas e humanas, que olharam pra mim, uma simples criança e diziam, olhando para o seu membro genital: “eu deixo você pegar”.
Não foi uma só pessoa; foram algumas pessoas em momentos diferentes da minha vida. Eu me sentia mal, me considerando culpado, um verdadeiro lixo.
Nada aconteceu no meu corpo físico, mas na alma ficaram as marcas de uma experiência que nunca será esquecida.
Fui utilizado como parte da fantasia sexual de indivíduos que se diziam humanos mas que, na verdade, não passavam de seres irracionais, monstros da pior espécie.
Acreditava que tudo acontecera comigo, era porque tinha que acontecer; mas viver tal experiência é um estigma que fica registrado na alma.
No decorrer da vida, encarei essa cruel realidade e sobrevivi e, hoje, busco defender pessoas que, como eu, foram traumatizadas por monstros que não respeitam ninguém.
Diga não à pedofilia.
Pois podemos ver ainda na atualidade a coisa acontecer em todos os lugares e de variadas formas, mas com um único ser; os mais especiais, puros e frágeis também: as nossas crianças que são usadas e humilhadas por monstros em forma de seres humanos.
A cada esquina um olhar enigmático, mas louco!
A cada passo um medo e, na garganta, um sufoco.
A cada momento nada se pensa, sobre o que aconteceu, o nosso corpo pode ser pertença de quem abusos tece. Mas tudo silencia e nada nos descansa quando surge um novo dia e alguém se apropria da doçura da alma de uma criança.
Por isso respeite as crianças. Seja humano e se coloque no lugar das mesmas, assim você verá, ou melhor, sentirá na pele o medo, o desalinho da alma.
Na escola sempre me perseguiram, fizeram de mim um ser triste, neurótico, ansioso, excluído e repudiado. Não sei o porquê, mas sempre fui diferente dos outros da minha idade, era um jovem clássico, hilário e ao mesmo tempo medroso, tímido e solitário. Quantas foram as vezes que me perguntei: “O que leva um ser humano a destruir a vida de outro ser igual?”
Quantas foram às vezes que fui espancado, humilhado e violado por ser simplesmente o Dhiogo que sou.
Queria saber do que são feitas estas pessoas que, de forma monstruosa, destroem a vida de seres que querem bravamente viver?
Eu e inúmeras outras pessoas fomos e, ainda, somos vítimas de uma perseguição plenamente injusta.
Você já parou para pensar “o porquê”?
Não!
Eu já vivi as marcas de uma perseguição totalmente injusta. No decorrer da vida, encarei essa cruel realidade e sobrevivi. Hoje busco defender pessoas que, como eu, foram estigmatizadas pela dor de um simples bullying.
Você deve ter ouvido falar desta palavra, mas você sabe o que é sofrer bullying? Você sabe o que é ser humilhado, isolado, espancado, marcado e profundamente excluído pela sociedade ou por grupos sociais?
Será que vale a pena destruir uma história, uma pessoa que simplesmente quer ter o direito de viver como você?
Quem são estes que dão vida para a famosa palavra do século XXI: BULLYING? Estes agressores merecem a nossa compaixão, precisam de toda atenção, pois os mesmo até matam para se tornarem populares.
Mas quem são as vítimas destes monstros? Posso dizer que são simplesmente seres humanos. Acredito que tudo aconteceu comigo, aconteceu porque tinha que acontecer, mas viver a dor de uma perseguição injusta é um estigma que fica registrado na alma.
Com propriedade digo a todos agressores que nós, as vítimas, queremos simplesmente viver as nossas vidas, por isso respeito as diferenças do outro. Não desenvolva uma visão etnocêntrica das pessoas que vivem a sua volta.
Seja humano e se coloque no lugar das pessoas que sofrem a dor do bullying, assim você verá, ou melhor, sentirá na pele a dor do abandono, da exclusão.
Afinal, uma palavra pode marcar a história de uma pessoa por toda a sua existência.
Sentia-me um velho preso em um corpo jovem, um filósofo nato e um ser humilhando por natureza. Sempre tive medo de envolver com os outros, pois tinha bastante medo das perversidades que estavam guardadas dentro do outro.
Nas noites solitárias sempre voltava pra minha escrivaninha; e lá poematizava a vida, o outro, os meus medos e os monstros que me cercavam. Todo sofrimento era transformado em poemas e crônicas.
Sempre morei com meus pais, cercado de inúmeras pessoas, de superproteção, mas passei grande parte da vida, confinado pela solidão que espreitava a minha alma e me levava há pensamentos mórbidos e suicidas.
Ao longo da minha vida sempre busquei analisar o mundo e o porquê de tudo...
Na busca do meu eu, sempre me voltei ao mundo gótico, sinistro, exótico e mórbido. O nada me inspirava a entender o tudo que coabitava aquele espaço.
Em suma, analisando o meu filme que nunca ninguém viu ou ouviu, busco de forma pragmática descrever o enredo da minha memória história. Mas, afinal mesmo descrevendo de forma precisa posso concluir que sempre serei um enigma e nem eu mesmo conseguirei compreender o verdadeiro sentido do meu viver.


Dhiogo José Caetano Professor, escritor e jornalista 
Comendador da Academia de Letras de Goiás.  Senador da FEBACLA Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes 
Membro das Academias:  ALB (Brasil/Suíça), ACLAC (RJ),  ACLA (MG), CACL (ES), ARTPOP(RJ) e OsConfradesdaPoesia (Portugal)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Texto postado no grupo pela Célia Portes

O mal não existe aos olhos de quem não quer ver... fecham-se os olhos tapam-se os ouvidos, não se ver, e nem ouvir falar sobre isso... A violência sexual e pedofilia. Muitas pessoas não fazem ideia de como podem ser traumatizantes passar por essa experiência brutal. Como pode ser difícil recompor o ânimo a fé na vida e nas pessoas. Como pode ser complicada e se tornar praticamente impossível uma reestruturação emocional e sentimental. Para quem sofre ou sofreu abusos, precisa ter envolta de si, pessoas com sentimentos nobres dotadas de sensibilidade, que sejam capazes de doar-se, que deem carinho, compreensão, paciência e notável amor verdadeiro, sem queixas, mas sempre sim esperançoso em harmonizar aquela difícil condição, pois acima de tudo, ele será o amigo verdadeiro que dá apoio e aparo sincero para todas as horas... Os casos de violência sexual contra a mulheres, crianças e adolescentes, tomam vulto e se propagam no momento acalorado da descoberta, mas poucas são as pessoas que acompanham o desespero e as condições precárias dos sentimentos feridos dessas vitimas, que custa a se recompor e, quando conseguem é com indescritível dificuldade. o estupro por ser um assunto delicado, tendo em vista o grau de intimidade, não é comentado. Todas as vítimas de furto se mostram, elas tem coragem de dizer "eu fui furtada"; todas as vítimas de agressão física se anunciam. As vítimas de estelionato não tem muita vergonha de se revelar. Entretanto, se elas trazem em si um trauma, um certo ressentimento, ou até pânico pelo que sofreram, imaginem a vítima de uma violência sexual.'' Existem inúmeros crimes onde a vítima se revela e comenta o ocorrido, mas a vítima do estupro se cala, silencia, carregando dentro de si os mais dolorosos sentimentos, as mais tristes lembranças de um ato tão cruel. Pela delicadeza do assunto, aqueles que com ela convivem, quando se tornam conhecedores do ato, o querem esquecer, não podem falar, e em alguns extremos, chegam a abandonar aquela criatura que carece de amor, respeito, compreensão e paciência. A pessoa que foi molestada se constrange, se isola, se condena, se desgasta na lembrança do experimento doloroso, no qual sofreu pela delinquência e desequilíbrio do outro. Flagelada na humilhação, que pela delicadeza do fato se envergonha de comentar, essa criatura de aflige em conflitos íntimos e secretos. Poucos são aqueles companheiros, amigos ou parentes, que se dedicam e se dispõe a amar, compreender, acalentar e procurar dar a ajuda que pode trazer o equilíbrio e a renovação. É muito difícil de encontrarmos, aquele companheiro, amigo fiel ou parente que entende e auxilia na recomposição do equilíbrio desse ser violentado que carrega dentro de si, os lastros de tristeza e dor. A respeito do sexo, podemos dizer que o ser humano ainda necessita de muita orientação, educação e controle. a pretexto do prazer compulsivo, existem criaturas desequilibradas que se manifestam na imposição sexual ao outro, violentando-lhe, não só o corpo, mas também a alma, os sentimentos e as emoções. o ato de violência sexual, rouba de sua vítima a tranquilidade, o alicerce do equilíbrio,na fé, na alegria, tirando-lhe o encanto e o sonho criador. dificilmente elas conseguem obter novamente a confiança nos outros, a afetividade no contato e voltar a compartilhar emoções no campo do relacionamento íntimo. Acredito que aqueles que através dessa violência, impõe essas dificuldades a outro recolhe pra si angustiosos momentos de aflição em vivências futuras. E aquele que na educação de um filho, ou na educação de uma criança a qual a educação lhe foi confiada, deixa-lhe faltar a orientação na área do campo sexual, que é o ensino do controle, respeito, dignidade e moral, será também responsável pela agressividade hedionda que ele cometer através da prática do estupro, tendo assim suas vivências futuras comprometidas... o medo que carrega dentro de si uma vitima dessa ato cruel, é difícil de ser superado, somente muito amor, carinho e compreensão, podem trazer de volta a verdadeira confiança. Poucos imaginam ou podem compreender o drama que se passa na mente de alguém que sofreu tal violência. Essa criatura precisa de amparo carinho, para que possa trocar os conceitos violentos que sofreu por confiança e afeto, sendo que para isso, seja necessário um longo tempo... (Célia Portes)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A vida e o cálice de vinho / Célia Portes

A vida e o cálice de vinho... A vida as vezes te decepciona tanto, que você acaba se acostumando com as coisas ruins... E aí você aprende a aceitar a dor, como aceita outras coisas. Como pedaços de rolha dentro de um cálice de vinho. Você não vai jogar o vinho fora só por causa disso. Você vai simplesmente separar os pedaços de rolha, e continuar a beber, a viver... Mesmo que os pedaços de rolha, a dor, ou as coisas ruins continuem ali, indo e voltando em seu copo. As vezes vai parecer que você vai se engasgar, sufocar com os pedaços de rolha, com a dor... Mais aí você aspira o ar com mais força, e continua bebendo, ou simplesmente vivendo... Mas chega uma hora, que você não quer mais beber seu cálice de vinho, com pedaços de rolha dentro, não quer mais viver com a dor, com as coisas ruins, com as tristezas. O que você quer mesmo é mudar o cálice, quer provar outros vinhos, quer viver outras vidas. Vidas onde pedaços de rolhas como dores sofrimentos e tristezas, não estarão mais dentro do seu cálice, em sua vida. Para fazer isso, é preciso aspirar muito fundo, e ter muita força e coragem, para mudar de cálice, trocar o vinho, mudar a vida, viver a vida...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ATRAVÉS DO CAMINHO / Susana Carizza


Impossível atravessar a vida sem
que um trabalho saia mal feito,
sem que uma amizade cause decepção,
sem padecer com alguma doença,
sem que um amor nos abandone,
sem que ninguém da família morra,
sem que a gente se engane em um negócio.
Esse é o custo de viver.
O importante não é o que acontece,
mas, como você reage.
Você cresce...
Quando não perde a esperança,
nem diminui a vontade, nem perde a fé.
Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la.
Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo.
Quando aceita o que deixa para trás,
construindo o que tem pela frente e
planejando o que está por vir.

Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.
Cresce quando abre caminho,
assimila experiências... E semeia raízes….
Cresce quando se impõe metas,
Sem se importar com comentários,
nem julgamentos quando dá exemplos,
sem se importar com o desdém,
quando você cumpre com seu trabalho..

Cresce quando é forte de caráter,
sustentado por sua formação,
sensível por temperamento...
E humano por nascimento! Cresce quando enfrenta o inverno mesmo que perca as folhas, colhe flores mesmo que tenham espinhos e marca o caminho mesmo que se levante o pó.

Cresce quando é capaz de lidar com
resíduos de ilusões, é capaz
de perfumar-se com flores...
E se elevar por amor!
Cresce ajudando a seus semelhantes,
conhecendo a si mesmo e
Dando à vida, mais do que recebe.
E assim se cresce….. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância / Amanda Teixeira


Segundo o Aurélio, p. 85 e 738. “Abuso sexual é violação, mau uso, o uso errado, excessivo, ou injusto do sexo”. 

Abuso sexual é toda situação em que uma criança é utilizada para gratificação sexual das pessoas, ou para oferecer prazer e satisfação sexual em um adulto. O abuso pode ser uma relação heterossexual ou homossexual cujo agressor está em estagio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança, usufruindo do poder, entre abusador e abusado, assim o abusador usa a violência física e ameaças para impor as práticas eróticas.  
O abuso sexual inclui o incesto, a violação, o estupro, atentado violento ao pudor, o assédio, o contato corporal, invasão de privacidade, negligência, a estimulação verbal e visual impróprias, pornografia, as caricias ou toques inadequados. Abusar é precisamente ultrapassar os limites, ou seja, um ato de transgressão.
 No primeiro trimestre de 2010, foram registrados no SEV 25 casos de violência contra crianças e adolescentes, sendo que de abril a junho esse número aumentou para 29. E nos três últimos meses de julho, agosto e setembro o números de casos subiram para 46.
Os bairros mais afetados de boa vista são os bairros da periferia, onde as famílias precisam trabalhar, e na maioria das vezes as crianças ficam sozinhas, para realizarem afazeres de casa, e ficam a mercê do abusador, sem o cuidado de alguém que a protege e dê atenção necessária para evitar a agressão.

 Nem sempre o abusado sofre com contato físico, pois, o abuso divide-se em:
             SEM CONTATO FÍSICO: quando se fala em abusos cometidos sem contato físico pode parecer que eles causam menos danos que aqueles que envolvem contatos, mas isso é um grande engano, pois, tudo que envolve violência sexual sempre causar algum tipo de dano emocional.
       Abuso sem contato físico pode ser caracterizado como abuso sexual verbal,são conversas destinadas a despertar o interesse da criança ou chocá-lo. Telefonemas obscenos, na maioria das vezes feito por adultos especialmente do sexo masculino, podendo gerar ansiedade na criança e na família. Exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar diante da criança. Voyeurismo, observar fisicamente atos ou órgãos sexuais de outras pessoas, quando elas não desejam serem vistas e em conseqüência desse ato obter satisfação.  
          COM CONTATO FÍSICO: sendo caracterizado; em atos físicos genitais, relações genitais com penetração vaginal, carícias, masturbação, sexo oral e penetração anal. Sadismo, abuso sexual incluindo flagelação, torturas e surras. Pornografia, prostituição de crianças e exploração visando fins econômicos.
  O abuso sexual acontece em todos os níveis socioeconômicos, religiosos e étnicos, em qualquer classe social, envolvendo pessoas com bons níveis de instrução ou não. As vítimas de abuso sexual são de ambos os sexos, mas as meninas são os maiores alvos.

Conseqüências do abuso sexual
Devido o fato de a criança muito nova não estar preparada psicologicamente para o estimulo sexual as conseqüências da violência sexual são inúmeras, como por exemplo, comportamento rebelde, enfermidades psicossomáticas, que são vários problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, vômitos, fobias, erupções na pele, dificuldades digestivas que tem na realidade, fundo psicológico e emocional.
 As conseqüências perduram por muito tempo depois do abuso, muitas vezes o adulto que foi abusado leva as seqüelas para o resto da vida, afetando até mesmo na hora de definir o próprio sexo, e outras vezes as conseqüências da agressão é levada para o casamento, a gestação pode ser problemática, aparecendo complicações orgânicas. O abusado corre o risco também de não desenvolver qualidade nas relações sexuais, demonstrando desprazer, aversão sexual, e muitas vezes a incapacidade de atingir o orgasmo ou demorar muito tempo para atingi-lo.
Uma das conseqüências do abuso sexual também são as doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, incluindo AIDS e hepatite B. Coceiras na área genital, infecção urinária, odor vaginal, corrimento, secreções, penianas e cólicas intestinais, dor constante na vagina, no ânus, dificuldade em engolir devido à inflamação causada por gonorréia na garganta (amídalas), reflexo de engasgo hiperativo causado por sexo oral, inchaço, lesão e sangramento nas áreas da vagina ou ânus, a ponto de causar dificuldade de caminhar e sentar, hemorragias.
           Consequentemente estes atos levam a gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança.

Mudanças Psicológicas
Sentimento de isolamento, medo indefinido, permanente sentimento de culpa, depressão, sentimento de estar "marcado" para o resto da vida. Tentativa de suicídio, preocupação em agradar os outros, medo de sair na rua, agitação, autoflagelação, vergonha excessiva, inclusive em mudar de roupa na frente das pessoas, baixo rendimento escolar, ansiedade generalizada, desconfiança no adulto, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga e personalidade múltipla.
A vítima de abuso sexual passa a considerar o corpo pouco atraente, obtendo assim sentimento de baixa auto-estima, quando evidencia sentimentos de menos valia por pensar ser diferente dos outros, passa a ter sexualidade vista como punitiva, com culpabilidade, sem prazer, podendo interferir de forma traumática no jogo da sedução, erotização, falta de amor próprio, perda da integridade física, culpa, oferecendo possível dificuldade de relacionamentos sexuais na idade adulta.

Mudanças no comportamento 
E certas situações nota dificuldade de expressar o sentimento de raiva, queda no rendimento escolar, atitudes autodestrutivas, agressividade contra a família, uso excessivo de álcool e de drogas, regressão da linguagem e do comportamento, aumento do grau de provocação erótica, perturbações durante o sono, pesadelos constantes e até mesmo desinteresse em brincar com outras crianças.
A criança abusada torna-se também lenta, inquieta, sempre muito irritada e pouco tolerante quando adultos a elogiam, ganha ou perde peso, visando afetar a atratividade do agressor, sendo visível mudanças súbitas e inexplicáveis no comportamento, mentiras, roubos, fuga de casa, oscilações no humor entre retraída e extrovertida, regressão a comportamentos infantis, chupar dedo, choro excessivo sem causa aparente, depressão crônica, comportamentos suicida, mal-estar pela sensação de modificação do corpo.
A criança mostra experiência em determinados assuntos inadequados para a faixa etária que se encontra, desenvolvendo brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos, demonstra confusão de idade, medo de escuro e de lugares fechados.
O abuso sexual altera as percepções da criança, as emoções, a imagem que ela vê de si mesma, a visão da própria capacidade afetiva e do mundo familiar. Estes fatores produzem estresse, angústia, perda de energia, fugas e transtorno de identidade sexual.

           Cuidados corporais e higiênicos
A vítima que sofreu o abuso sexual desenvolve resistência em participar de atividades físicas, aparência descuidada, sem ânimo para produzir-se para uma ocasião importante, incapaz de perceber qualidade em si mesma, toma banho varias vezes ao dia, devido ao fato de sentir-se suja pela agressão sofrida, e nota-se algumas vezes mudança nos hábitos alimentares, falta de apetite (anorexia), ou excesso de alimentação (obesidade). Sentir a boca, quando usada no ato sexual, sempre suja, e sucessivamente todo o corpo.

Pontos de ajuda no combate ao abuso sexual
Os familiares dos abusados podem recorrer nas seguintes instituições: Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Adolescência, Ministério Público, CEDICA – Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, DECA – Delegacia da criança e do Adolescente, COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Abrigos, Postos de Saúde, Prefeituras, Igrejas, Fórum Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, ONG de Defesa de Criança e Adolescentes, Poder Judiciário, Delegacias de Policia, Escolas, Movimentos Sociais, Sindicatos, Conselhos de Direitos da Mulher, Câmara de Vereadores, Entidades de Mulheres e Feministas.
Todos esses órgãos e instituições são importantes para ajudar a combater a violência, o abuso, e a exploração sexual.

Abuso Sexual Infantil / Texto elaborado por Marta Cabrita


O que é?
O Abuso Sexual Infantil é definido como a exposição de uma criança a estímulos sexuais impróprios para a sua idade, o seu nível de desenvolvimento psicossocial e o seu papel na família. Ou seja, o abuso sexual infantil é qualquer conduta sexual com uma criança, originado por um adulto ou criança mais velha, em que ocorre penetração vaginal/anal, toque da criança nos genitais do adulto e vice-versa, contacto genital-anal ou quando os genitais do adulto roçam nos da criança.
                  
Podem ocorrer outros tipos de abusos sexuais infantis, mas que são considerados menos graves dos que os anteriormente referidos, como mostrar os genitais do adulto à criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos ou utilizar a criança para o fabrico de material pornográfico.
O Abuso Sexual Infantil pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão, ou outro parente qualquer. Pode ocorrer fora de casa, na casa de algum amigo, por um professor, ou mesmo por um desconhecido.

A criança abusada
A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, normalmente desenvolve uma perda de auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma ideia anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiança nas pessoas e até considerar o suicídio, principalmente quando a pessoa que abusa a ameaça de violência se se negar aos seus desejos.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter, e normalmente tem, muito medo da violência do parente abusador, da vergonha dos outros membros da família, das possibilidades de vingança, e também medo que a família se desintegre, ou que não acredite nela. 
As crianças abusadas sexualmente, quando em adultos, têm muitas dificuldades em criar relações harmónicas com outras pessoas, podem tornar-se em adultos que também abusam de outras crianças, podem prostituir-se ou podem ter outros problemas sérios.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente pode ser muito variado, e pode incluir:
- Interesse excessivo ou o evitar de natureza sexual;
- Problemas com o sono e pesadelos;
- Depressão ou isolamento em relação a amigos e família;
- Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
- Terem medo de que haja algo de mal com os seus genitais;
- Negarem-se a ir à escola;
- Rebeldia e delinquência;
- Agressividade excessiva;
- Comportamento suicida;
- Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
- Respostas ilógicas quando perguntamos sobre alguma ferida nos seus genitais;
- Terror irracional diante do exame físico;
- Mudanças súbitas de conduta.

O agressor
Usualmente quem abusa sexualmente de crianças são pessoas que a criança conhece e que podem controlá-la. Na maioria dos casos, a criança conhece o abusador. Esta pessoa, normalmente é alguém de quem a criança gosta e em quem confia. Por isso, quase sempre, consegue convencer a criança a participar neste tipo de actos através da persuasão, recompensas ou ameaças.
Quando o abuso sexual não ocorre dentro de casa, este pode rondar algum sítio frequentado regularmente pela criança, como a escola, o local onde poderá praticar alguma actividade, entre outros.
Normalmente, os adultos conhecidos, como por exemplo, o pai, o padrasto, irmão mais velho, são os agressores sexuais mais frequentes, apesar de existirem casos em que os agressores sejam do sexo feminino
Os casos de abuso sexual infantil começam lentamente, apenas com a prática de “carinhos” que raramente deixam lesões físicas, passando mais tarde a outro tipo de atitudes. É neste momento de mudança entre “carinhos” e outras atitudes, que a criança questiona, como é que alguém em quem ela confia e de quem gosta, pode ter atitudes tão desagradáveis.

A família da criança abusada
A primeira reacção da família diante da notícia de abuso sexual pode ser de incredulidade. Muitas vezes acreditam que as crianças inventaram histórias. De um modo geral, mesmo que o suposto abusador seja conhecido, é importante que não se ponha em causa a denúncia da criança.
Em geral, aqueles que abusam sexualmente de crianças podem fazer com que as suas vítimas fiquem extremamente assustadas e com medo, sujeitando-as a uma série de pensamentos torturantes, tais como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por isso, se a criança diz ter sido abusada sexualmente, os pais devem fazê-la sentir que o que se passou não foi sua culpa, devem procurar ajuda médica e levar a criança a um psicólogo.
               
Sequelas
Os danos físicos permanentes como consequência do abuso sexual são muito raros. A recuperação emocional, depende, em parte, da reacção da família. As reacções ao abuso sexual variam com a idade e com a personalidade de cada criança, bem como da natureza da agressão sofrida.
O período de readaptação depois do abuso é difícil não só para a criança, mas também para a família. Muitas crianças continuam com medo por várias semanas, podendo ter dificuldades em comer e dormir.
Ao nível dos traços do desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado com futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização. Relacionado também com o abuso sexual infantil temos a Personalidade de Boderline e o Transtorno de conduta.
Ao nível de quadros psiquiátricos mais graves, o abuso sexual infantil relaciona-se com o Transtorno de Stress Pós-Traumático, com a depressão, disfunções sexuais, quadros dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono, transtornos da alimentação, ansiedade e fobias.

Recuperação da vítima
Quando a criança confia a um adulto que foi vítima de abuso sexual, seja o abusador um familiar ou não, esse adulto deve imediatamente assegurar a protecção da criança, e apesar de não saber o que fazer por se sentir incomodado, deve:
- Incentivar a criança a falar livremente do que se passou;
- Demonstrar que compreende a angústia dela e levar a sério o que está a dizer;
- Assegurar à criança que fez bem em contar o que se passava, mesmo que o abusador seja um familiar;
- Mostrar à criança que ela não tem culpa do abuso sexual. A maioria das crianças vítimas de abuso sexual pensa que elas foram a causa do ocorrido ou podem pensar que é um castigo por algo errado que tenham feito.
                  
Quando se sabe de algum caso de abuso sexual, deve-se pensar em algumas condutas, como:
- Informar as autoridades de qualquer suspeita;
- Consultar um pediatra ou médico de família para atestar a veracidade da agressão;
- Levar a criança a fazer uma avaliação psiquiátrica para determinar os efeitos emocionais da agressão sexual, bem como avaliar a necessidade de ajuda profissional para superar o trauma do abuso;
- Ainda que a maior parte das acusações de abuso sejam verdadeiras, pode haver falsas acusações em casos de disputa sobre a custódia infantil;
- Quando a criança tem que testemunhar sobre a identidade do seu agressor, deve-se preferir métodos indirectos e especiais;
- Quando a criança faz uma confidência a alguém sobre abuso sexual é importante dar-lhe apoio para assim ajudar no restabelecimento da sua autoconfiança, na confiança nos outros adultos e na melhoria da sua auto-estima.
                  
Bibliografia:
http://www.virtualpsy.org/infantil/abuso.htmlPolícia e Justiça III Série Família, Violência e Crime – abuso sexual de crianças: características e dinâmicas (Ana Isabel Sani)
Manual para o atendimento de crianças vítimas de violência sexual (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – APAV)
Texto elaborado por Marta Cabrita

Sexualidade X Violência / Jussara de Barros


Em tempos de globalização, acesso fácil a tudo o que se passa no mundo, cada vez mais temos visto casos de crianças e adolescentes explorados e abusados sexualmente.
Nunca se viu tanto noticiário na TV sobre o assunto, onde os agressores são pessoas do contato direto das crianças ou adolescentes, sendo os próprios pais, padrastos, tios, avós, vizinhos, ou outras pessoas próximas.
Na escola, esses alunos vão se mostrando retraídos, tristes ou com uma personalidade mais agressiva, facilmente percebida pelos professores, que podem questionar para o aluno se o mesmo está passando por algum tipo de problema.
Trabalhar a sexualidade na escola não é mais aquele problema de antes, onde a sociedade não aceitava o assunto ou temia que uma professora mais moderninha pudesse virar a cabeça das crianças e jovens.
Pelo contrário, hoje em dia os diálogos sobre a sexualidade devem acontecer a fim de mostrar aos estudantes que existe proteção para os mesmos, que possuem amparo da lei, de entidades públicas e da própria escola, que não estão sozinhos nesse triste caminho.
Algumas séries são favoráveis às discussões, devido à maturidade dos alunos, outras já trazem os conteúdos referentes ao corpo humano, mas segundo o psicólogo e especialista, Içami Tiba, não existe idade certa para se falar de sexualidade, mas sim o momento adequado, onde o adulto deve esclarecer apenas o que a criança ou jovem perguntou.
Trabalhar sobre o corpo humano, falar de seus órgãos e de suas funções é uma grande oportunidade para se abordar o tema.
Valorizar as pesquisas, incentivar as discussões, observar as diferentes condutas dos alunos durante a exposição do assunto é um ótimo recurso para se tirar algumas conclusões. Algumas crianças ou jovens se esquivam das conversas, não opinam, demonstrando medo, tensão, choro, o que pode demonstrar algum tipo de problema ou mesmo uma situação de risco. Outras pegam nas partes íntimas, manifestando algum incômodo.
Casos opostos, com a supervalorização da genitália e da sensualidade aflorada também podem ser características de que a sexualidade está em evidência.
Ao desconfiar de que algum aluno esteja sofrendo abusos, o melhor é acolher a criança de forma gentil. Depois, conversar num local mais reservado a fim de colher algumas informações sobre o que a incomoda quando o assunto é discutido. Nesse momento, se a criança ou o jovem sentir espaço de confiança e segurança, poderá revelar aquilo que está sofrendo ou presenciando.
Mesmo assim, pode não contar o seu “segredo” por medo da desintegração familiar, medo de desapontar sua mãe ou de que a mesma duvide de sua palavra, já que sua autoestima encontra-se muito baixa.
Em casos de desconfiança, é necessário que o professor compartilhe a dúvida com a coordenação e direção da escola, mas nunca descarte a hipótese, pois episódios de abuso sexual não podem ser tratados com descaso. Pelo contrário, se descobertos devem ser denunciados às delegacias especiais.
Um grande problema que as mulheres têm enfrentado é que esses abusos e agressões, na maioria dos casos, partem de seus próprios parceiros. Recebendo ameaças, calam-se diante do problema, temendo sofrer represálias ou mesmo risco de perda de sua vida ou da criança abusada.
Reuniões na escola podem orientar sobre os direitos e deveres das mães diante de tais fatos, bem como das penalidades cabíveis por lei, em casos de cumplicidade da mesma com o agressor.
Aos poucos, a escola cumpre o seu papel social, mostrando que é uma instituição responsável pela formação integral do sujeito, do exercício da cidadania, repensando nos melhores caminhos para defender a integridade moral dos alunos e de suas famílias.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola




sábado, 16 de fevereiro de 2013

É lamentável, que os índices envolvendo pedofilia em nosso país estejam aumentando de forma acentuada. Considerado, um dos crimes mais repugnantes; que consiste no abuso de crianças. O mesmo, geralmente acontece dentro da própria família, e o que pior, é triste presenciar a calamidade que está se impondo dentro da sociedade, através desse crime bárbaro. 

Além de se tratar de um crime horrendo e imoral, na maioria das vezes é praticado por alguém, da própria família, ou por um vizinho, ou aquela pessoa em quem a família deposita a maior confiança.

Em pleno século XXI, vem ocorrendo de forma exacerbada o crime de pedofilia através do uso da cibernética, tendo como propagador de informações a internet, que está presente na maioria dos lares. Este instrumento de propagação teria como finalidade principal, divulgar difundir, propagar informações com maior celeridade como realmente acontece, só que, infelizmente a mesma vem sendo usado com outra finalidade.

A pedofilia praticada na internet, que consiste em produzir, publicar, vender, adquirir e armazenar pornografia infantil pela rede mundial de computadores, por meio das páginas da Web, e-mail, newsgroups, salas de bate-papo (chat), ou qualquer outra forma.

Compreende, ainda, o uso da internet com a finalidade de aliciar crianças ou adolescentes para realizarem atividades sexuais ou para se exporem de forma pornografia.

O pior de tudo, é que as cenas mostradas, não são montagens, é resultado daquilo que realmente aconteceu e acontece com crianças e adolescentes, isso é revoltante sob todos os aspectos.

Denuncie !!!!



Prescrição para crime de abuso e exploração sexual de menores tem prazo estendido

Prescrição para crime de abuso e exploração sexual de menores tem prazo estendido 

— registrado em: ação penal, direitos, crime sexual, lei, Legislativo, ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), infância e juventude

Desde o dia 18 de maio, Dia de Luta contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, entrou em vigor a Lei nº 12.650, que modificou as regras relativas ao prazo prescricional dos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes.

Antes, a prescrição, ou seja, o tempo para o agressor ser julgado ou punido pelo Estado, era contada a partir do crime praticado. Hoje, ela começa a ser contada quando a vítima completar 18 anos. Essa lei altera o Código Penal para dar mais tempo para que a criança ou adolescente que tenha sofrido abuso sexual possa ingressar com uma ação penal contra o agressor.

Na prática, como isso funciona?

Por exemplo, uma criança sofre um abuso sexual aos 12 anos de idade, um estupro. Este crime é de maior gravidade e prescreve em 20 anos, ou seja, de acordo com a lei antiga, a criança teria 20 anos após o ato para denunciar o agressor: 12 + 20 = 32. Então, ela teria até os 32 anos para denunciá -lo

Pela nova lei, ela pode denunciar até os 38, ou seja, 18 anos (quando começa a prescrição) + 20 anos. Como, muitas vezes, os crimes são praticados por pessoas próximas à criança, ela não consegue denunciar o agressor, por medo ou vergonha, mesmo porque ela, na maioria das vezes, também não entende bem o que aconteceu. Agora, ela pode chegar a maioridade e, com mais maturidade e independência, fazer a denúncia.



A lei levou o nome de “Lei Joanna Maranhão”, nome da nadadora pernambucana que, em 2008, revelou ter sido abusada na infância por um treinador. Sua coragem de revelar seu segredo, segundo ela, pode até ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.



No Brasil, nós temos o Disque Direitos Humanos, o Disque 100, onde pode ser denunciada a agressão, pois esse serviço trata, entre outros, de grupos sociais vulneráveis, como as crianças e os adolescentes.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Caminho / Bya Albuquerque

Uma mulher estava caminhando. Não carregava bagagem material, somente ressentimentos, raiva, frustração, humilhação e vergonha. Numa das curvas ela sentou-se para descansar, pois a carga emocional pesava muito. Começou a pensar em como se livrar da negatividade...e tentou pensar em soluções...
Lembou-se de quantas vezes esteve errada, mas mesmo assim a vida sempre deu-lhe uma segunda chance. Então por que não perdoar? Refletiu muito sobre o tamanho e intensidade do perdão e se todos que a magoaram mereciam essa dádiva. Após algum tempo, percebeu que muitos deveriam ter uma segunda chance e aqueles a quem ainda não poderia perdoar totalmente, não mereciam o seu ressentimento...Após levantar-se, se sentiu um pouco mais leve e continuou a andar.
Num certo lugar resolveu sentar-se novamente, pois a carga ainda pesava. Agora pensava sobre a raiva e suas consequências emocionais e físicas. Levou minutos para concluir que não valia a pena e livrou-se dessa carga rapidinho. Afinal: raiva só gera mais raiva e pensamentos negativos. Ao levantar-se, percebeu que havia parado de chover e que caminhar estava sendo mais fácil...mais leve.
Andando e sempre refletindo, concluiu que as frustrações fazem parte da vida e que poderia trocar suas expectativas por outros sonhos e ter a esperança de um recomeço. Percebeu que cada vez mais sentia-se leve e que a paisagem ao seu redor estava se modificando e clareando.
Lembou-se de toda a humilhação pela qual passou e a vergonha que sentiu por causa da mesma...e percebeu que não foi ela a humilhar e, portanto, não deveria sentir vergonha. Nesse momento toda a leveza e o alívio invadiram o seu ser. Olhando em volta, viu que estava num campo florido...percebeu que havia esperanças e de que somente ela mesma poderia fazer as suas conquistas, carregando o perdão...a paz...a harmonia...e o amor.

















quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Novo depoimento no Blog / Depoimentos

Recebi esse depoimento como um comentário para esse blog, uma postagem de 2011. Ana, por algum motivo, não conseguiu postar o comentário, então mandou o mesmo para meu e-mail. Quando li, senti toda a força e o sofrimento dela. E já que ela ia postar em forma de um comentário, dei o endereço do blog / depoimentos e pedi permissão para postar aqui a sua triste história. Ana, que você possa encontrar forças e esperança para sair dessa escuridão. Abraço carinhoso, Bya.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Psicoterapia / Crystal Espaço Terapêutico


Quando pensamos em procurar uma psicoterapia muitas vezes sentimos vergonha desse primeiro contato; lutamos e adiamos o quanto dá essa procura profissional. Por que será que precisamos ser sempre tão auto-suficientes? Com o passar do tempo e das inúmeras reportagens sobre a Psicologia e em especial a psicoterapia, desmitifica-se a ideia ultrapassada de que consultório de psicologia é coisa de "maluco", que é "para gente louca". Por que não pensamos que será um local para cuidar de si mesmo? Aliás o que cada um de nós faz pela própria saúde? O que fazemos de nós mesmos é a eterna questão. E nem vamos aqui entrar na questão complexa do que vem a ser saúde. Mas retomando a questão da psicoterapia sabemos que muitas pessoas se acham fracassadas por procurar ajuda; sentem vergonha de contar suas vidas a uma pessoa desconhecida; pensam ser culpadas por algo de errado que aconteceu ou pela necessidade de ajuda; muitos se sentem frágeis em não saber lidar com questões sentimentais. Seja qual o motivo for, e psicoterapia nem precisa ter motivos tão intensos, pois acredito que o fato de querermos nos conhecer e aprender mais sobre nós mesmos já seria um ótimo motivo, o que importa é fazermos algo por nós mesmos. Todos nós precisamos de sentido de vida, de sonhos, expectativas e a sensação de que escolhemos os melhores caminhos, ou ao menos os caminhos possíveis.