O sexo feminino corresponde a 30% dos casos de infarto. “Ao comparar os casos entre jovens, o homem tem muito mais infarto. Porém, como a mulher vive mais, depois da menopausa elas apresentam até mais doenças do que eles. O homem adoece mais até a menopausa da mulher, depois ocorre um equilíbrio”, avalia o cardiologista Roberto Giraldez, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Universidade de São Paulo (USP).
Após a menopausa
Estatísticas revelam que o infarto ocorre duas a três vezes mais após a menopausa, quando se comparam mulheres de mesma idade. Sabe-se também que quanto mais jovem a mulher entra na menopausa, maiores os riscos de desenvolver as doenças cardiovasculares. Durante muitos anos acreditou-se que a patologia ocorria em decorrência da perda da proteção do estrógeno, hormônio produzido durante a vida fértil da mulher. “A parada de produção do estrógeno pelo ovário provoca alterações no perfil do colesterol, levando ao aumento do colesterol ruim (LDL) e dos triglicérides”, explica o cardiologista Fernando Abrão Adura, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (SP). A crença da contribuição dos hormônios femininos para a doença ainda existe no meio médico, mas não é totalmente clara.
Seguindo essa linha de pensamento, a solução mais óbvia seria a reposição hormonal após a menopausa, porém isso mostrou-se paradoxalmente prejudicial. “Essa reposição após a menopausa tem uma tendência a aumentar os riscos da mulher ter doença do coração. Acredita-se que a proteção tem a ver com os hormônios, mas ainda não dá para saber exatamente como isso ocorre”, esclarece Giraldez.
Casos jovens
Não é só na maturidade que o sexo feminino deve se preocupar com o infarto. Atualmente, duas mulheres, de 20 a 39 anos, são internadas todos os dias vítimas do problema, estatística que tem assustado cardiologistas. Especialistas ressaltam que é nessa fase, dos 20 até cerca dos 40 anos, que a ala feminina mais produz e é cobrada, tanto dos filhos, parceiros e no ambiente de trabalho, em busca de um espaço no mercado. As principais vítimas estão submetidas, em geral, a estresse, alimentação inadequada, pouco sono, fumo, sobrepeso e sedentarismo. Em jornadas até mesmo triplas, no papel de mãe, dona de casa e profissional dedicada, a figura da mulher moderna parece se aproximar da mulher maravilha, com os compromissos sendo salvos, porém correndo risco de morte.
Em qualquer idade
Quem deseja fugir das estatísticas deve apostar na prevenção e mudança de hábitos. Uma pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, indica que o risco de infarto em mulheres fumantes é seis vezes maior do que nas não fumantes. A combinação de fumo com pílula anticoncepcional pode agravar o quadro. De acordo com estudo norte-americano, nesses casos, o risco da mulher sofrer um ataque cardíaco pode ser até 30 vezes maior. A explicação disso está na redução pelo cigarro do efeito protetor dos hormônios femininos contra o infarto. Por isso, é importante buscar ajuda de um ginecologista para escolher o método anticoncepcional ideal em cada caso. Evitar o estresse, melhorar a alimentação e realizar visitas regulares ao médico também entram na lista de tarefas anti-infarto.
De olho no sintomas
Mulheres não têm sinais que homens têm durante um infarto e a maior resistência feminina à dor pode mascarar o problema, o chamado infarto silencioso. A qualquer sinal de dor no peito ou sensação muito desagradável ou anormal, procure o hospital mais próximo.
5 principais sintomas de infarto
-Falta de ar
-Cansaço súbito
-Náuseas e vômito
-Dor nas costas. Costuma ser bem no meio das costas, mas pode ocorrer em qualquer parte da área. Fique atenta se sentir essa dor durante um exercício físico ou uma situação estressante, como discussão.
-Pressão na parte inferior do corpo, muitas vezes confundida com dor de estômago.
-Cansaço súbito
-Náuseas e vômito
-Dor nas costas. Costuma ser bem no meio das costas, mas pode ocorrer em qualquer parte da área. Fique atenta se sentir essa dor durante um exercício físico ou uma situação estressante, como discussão.
-Pressão na parte inferior do corpo, muitas vezes confundida com dor de estômago.
Consultoria: Roberto Giraldez, cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da FMUSP; Fernando Abrão Adura, cardiologista do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (SP)
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia
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