De acordo com a descrição do projeto, a ferramenta é “uma tentativa de mapear os lugares mais incômodos e até perigosos para mulheres no Brasil”. No site, Juliana e Bárbara Castro, outra idealizadora do projeto, dizem que "ninguém deveria ter medo de caminhar pelas ruas simplesmente por ser mulher. Mas, infelizmente, isso é algo que acontece todos os dias". Ainda na descrição do mapa, a jornalista afirma que o "objetivo é lutar contra outros tipos de violência contra a mulher".
É possível ver alguns testemunhos já no site, que estreou no última terça-feira (22). “Estava sentada em algum dos bancos do metrô, quando um cara parou em pé na minha frente, haviam outros lugares para se sentar no vagão mas ele fez questão de parar na minha fente. Poucos minutos depois, quando olhei na direção em que ele estava, vi que havia abaixado as calças e estava com o pênis a mostra. Fiquei horrorizada e mudei de lugar, na hora fiquei tão assustada que não consegui pensar em nada, mandei apenas uma mensagem para o sms do metrô mas nada foi feito". O caso teria acontecido em São Paulo no dia 16 de outubro de 2013.
O metrô da capital paulista é um dos lugares com mais descritivos de assédio. Outra mulher relata que foi abusada sexualmente na Linha Vermelha no dia 5 de abril. “Dentro do trem lotado às sete da manhã, um homem ofegante abriu minha calça jeans. Distraída, senti cócegas na altura da virilha e pensei que fosse a corrente que usava pendurada na calça que estivesse me dando a sensação. Passei a mão e me assustei ao sentir que era a mão de outra pessoa. Afastei a mão dele, em choque. Ele tornou a colocá-la em mim, e eu tive que afastá-lo repetidamente até chegar na próxima estação, onde desci chorando. Entrei para as estatísticas do metrô, mas não conseguiram pegar o cara porque eu nem sequer consegui vê-lo direito”, contou.São Paulo possui mais denúncias. Na sequência vem Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. As idealizadoras do mapa pedem que as vítimas denunciem os crimes para a polícia. “O mapa não substitui denúncias oficiais contra a mulher. Pedimos que denunciem também nas Delegacias de Defesa da Mulher e na Central de Atendimento à Mulher pelo telefone 180”. Para Juliana, é importante que as mulheres se unam neste assunto. "O mapa é de todas nós. Ele só vai ser relevante se tiver números relevantes. Espero que as pessoas denunciem. Com números relevantes a gente consegue articular mudanças", finaliza.
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