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sábado, 3 de maio de 2014

Abuso sexual na infância / Sandra Lordsleem

O assunto não estava esquecido pela sociedade, mas apenas adormecido nos meios de comunicação diante do cenário político no Brasil que hoje chama a atenção da mídia. Temos o dever de levantar sempre esse assunto diante da sociedade para mostrar que nossas crianças estão sendo abusadas sexualmente todos os dias.

Depois do depoimento de uma celebridade que foi abusada sexualmente na infância, o assunto ganhou destaque novamente nos meios de comunicação. No Disque Denúncia são aproximadamente 2.200 denúncias por mês, conforme informações da Central do Disque Denúncia no Recife e Região Metropolitana que trabalha junto com o Agreste de Pernambuco. (81-3241-9595/3719-4545)

Não existe uma idade limite para ocorrer o abuso sexual. A criança pode ter quatro anos, seis anos ou dez anos. O agressor não tem escrúpulos. Não leva em consideração o ambiente, o horário, a família e, principalmente, sua vitima. Isso ocorre em qualquer classe social, com pessoas esclarecidas com nível de instrução e com as famílias sem esclarecimentos pedagógicos. Como no interior de Pernambuco, onde o pai mantém relação sexual com a filha de menor, e a mãe se cala diante do agressor.

O abusador sexual, geralmente, é um membro da própria família ou um amigo próximo que convive diretamente com a vítima. Sem levantar suspeita e com certo grau de confiança dentro do contexto familiar. Quais os sintomas que a criança apresenta quando ocorre o abuso sexual? Mudança súbita no comportamento, principalmente a agressividade; Isolamento; Falta ou excesso de sono; Irritação; Dificuldade de concentração e de relacionamento; Alteração no comportamento na escola com a família, nas brincadeiras com os amigos; Não quer ficar sozinha com determinado adulto; Medo aparentemente infundado; Pesadelos; Tremores noturnos; Ganho ou perda de peso; Crianças extrovertidas podem ficar mais caladas, ou vice-versa.

Alertamos também que um sintoma isolado não significa que a criança sofreu abuso sexual. A linguagem da criança não é somente verbal: vale a pena prestar atenção no isolamento, no comportamento, nas brincadeiras e nos desenhos.

O sinal mais grave que pode indicar o abuso sexual na criança pode ser notado quando ela chega a desenhar a genitália do abusador, como imagens de homens com o pênis ereto e com pelos pubianos. Isso é um sinal de abuso. Afinal, como a criança pode ter visto um pênis ereto e com pelos?
As brincadeiras e os gestos também são uma forma de denunciar.

O abuso sexual tem um impacto muito grande na saúde física e mental da criança e do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir por toda vida.
Sintomas mais frequentes em adultos que sofreram abuso sexual na infância apresentam-se como, por exemplo, a dificuldade de adaptação interpessoal; Com pessoas em geral e figuras masculinas. Dificuldade de adaptação sexual; Medo de transar, masturbação excessiva, problemas de relacionamento sexual com o marido, medo da intimidade. São as marcas deixadas pelo agressor. Dificuldade afetiva; sentimento de culpa, suicídio como idealização e/ou fixação em ideias de morte, sintomas de depressão.

Devemos orientar nossas crianças de forma clara e objetiva. Qualquer idade. Sabendo, claro, se utilizar das palavras. Como por exemplo: Não sente no colo de ninguém; Mamãe é quem ajudar você a tomar banho; Ninguém pega no seu bumbum, se pegar, avise para a mamãe.

Criar um ambiente de confiança com a criança para que ela conte tudo para a mãe ou o cuidador. Isso com menina ou menino, não importa o sexo. O abuso sexual na infância ocorre independentemente do sexo, classe social ou religião. Temos que ficar em alerta caso a criança conviva com algum membro da família que use drogas ilícitas. Se, por exemplo, o pai, o tio ou outro parente chegam em casa alcoolizados com frequência, resguardar ainda mais a criança exposta nesse tipo de ambiente é nosso dever.

Recomendo procurar um profissional de sua confiança para ajudar a criança, e aos pais a aliviar as consequências deixadas pelo agressor.

*Sandra Lordsleem é psicóloga clínica e atende adultos, adolescentes e crianças.

http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/Maio/28_05_2012/0093.html



Foto: Abuso sexual na infância

O assunto não estava esquecido pela sociedade, mas apenas adormecido nos meios de comunicação diante do cenário político no Brasil que hoje chama a atenção da mídia. Temos o dever de levantar sempre esse assunto diante da sociedade para mostrar que nossas crianças estão sendo abusadas sexualmente todos os dias.

Depois do depoimento de uma celebridade que foi abusada sexualmente na infância, o assunto ganhou destaque novamente nos meios de comunicação. No Disque Denúncia são aproximadamente 2.200 denúncias por mês, conforme informações da Central do Disque Denúncia no Recife e Região Metropolitana que trabalha junto com o Agreste de Pernambuco. (81-3241-9595/3719-4545)

Não existe uma idade limite para ocorrer o abuso sexual. A criança pode ter quatro anos, seis anos ou dez anos. O agressor não tem escrúpulos. Não leva em consideração o ambiente, o horário, a família e, principalmente, sua vitima. Isso ocorre em qualquer classe social, com pessoas esclarecidas com nível de instrução e com as famílias sem esclarecimentos pedagógicos. Como no interior de Pernambuco, onde o pai mantém relação sexual com a filha de menor, e a mãe se cala diante do agressor.

O abusador sexual, geralmente, é um membro da própria família ou um amigo próximo que convive diretamente com a vítima. Sem levantar suspeita e com certo grau de confiança dentro do contexto familiar. Quais os sintomas que a criança apresenta quando ocorre o abuso sexual? Mudança súbita no comportamento, principalmente a agressividade; Isolamento; Falta ou excesso de sono; Irritação; Dificuldade de concentração e de relacionamento; Alteração no comportamento na escola com a família, nas brincadeiras com os amigos; Não quer ficar sozinha com determinado adulto; Medo aparentemente infundado; Pesadelos; Tremores noturnos; Ganho ou perda de peso; Crianças extrovertidas podem ficar mais caladas, ou vice-versa.

Alertamos também que um sintoma isolado não significa que a criança sofreu abuso sexual. A linguagem da criança não é somente verbal: vale a pena prestar atenção no isolamento, no comportamento, nas brincadeiras e nos desenhos.

O sinal mais grave que pode indicar o abuso sexual na criança pode ser notado quando ela chega a desenhar a genitália do abusador, como imagens de homens com o pênis ereto e com pelos pubianos. Isso é um sinal de abuso. Afinal, como a criança pode ter visto um pênis ereto e com pelos?
As brincadeiras e os gestos também são uma forma de denunciar.

O abuso sexual tem um impacto muito grande na saúde física e mental da criança e do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir por toda vida.
Sintomas mais frequentes em adultos que sofreram abuso sexual na infância apresentam-se como, por exemplo, a dificuldade de adaptação interpessoal; Com pessoas em geral e figuras masculinas. Dificuldade de adaptação sexual; Medo de transar, masturbação excessiva, problemas de relacionamento sexual com o marido, medo da intimidade. São as marcas deixadas pelo agressor. Dificuldade afetiva; sentimento de culpa, suicídio como idealização e/ou fixação em ideias de morte, sintomas de depressão.

Devemos orientar nossas crianças de forma clara e objetiva. Qualquer idade. Sabendo, claro, se utilizar das palavras. Como por exemplo: Não sente no colo de ninguém; Mamãe é quem ajudar você a tomar banho; Ninguém pega no seu bumbum, se pegar, avise para a mamãe.

Criar um ambiente de confiança com a criança para que ela conte tudo para a mãe ou o cuidador. Isso com menina ou menino, não importa o sexo. O abuso sexual na infância ocorre independentemente do sexo, classe social ou religião. Temos que ficar em alerta caso a criança conviva com algum membro da família que use drogas ilícitas. Se, por exemplo, o pai, o tio ou outro parente chegam em casa alcoolizados com frequência, resguardar ainda mais a criança exposta nesse tipo de ambiente é nosso dever.

Recomendo procurar um profissional de sua confiança para ajudar a criança, e aos pais a aliviar as consequências deixadas pelo agressor.

*Sandra Lordsleem é psicóloga clínica e atende adultos, adolescentes e crianças.

http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/Maio/28_05_2012/0093.html

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