Em sete anos, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet Brasil — associação civil de direito privado reconhecida internacionalmente, que tem parceria com o Ministério Público Federal — registrou 148 denúncias de pornografia infantil no país. O diretor de Prevenção da SaferNet, o psicólogo Rodrigo Nejm, diz que o caso de Y. não é o mais frequente entre as denúncias recebidas pela instituição, porém é o mais grave.
— Conforme aumenta o número de usuários no Brasil, tende a crescer também o número de pessoas que cometem crimes pela internet. Apesar de haver mais crianças com acesso à internet, não cresce, na mesma proporção, a quantidade de ações educativas, de uso do espaço cibernético de forma cuidadosa, evitando o contato com criminosos. Falta essa conscientização — diz Rodrigo.
Para ele, não é preciso privar crianças e adolescentes da internet, e sim assegurar o acompanhamento por pais e professores:
— Crianças não andam na rua sem a companhia de adultos. Da mesma forma, elas não podem navegar sem alguém que as oriente. A internet não é mais ou menos perigosa do que deixar uma criança sozinha numa praça pública. Ela exige que crianças e adolescentes conheçam e tenham a noção do perigo.
O diretor de Prevenção da SaferNet Brasil aconselha jovens e pais a não acreditarem em qualquer pessoa que faz um convite pela internet. Às meninas que querem ser modelos, a procuradora da República Gabriela Rodrigues Figueiredo recomenda que elas nunca mandem fotos íntimas para um desconhecido. E ressalta que os contatos devem ser feitos pessoalmente e, no caso dos menores, na companhia dos pais.
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