Texto da Thatyana Tojal
Essa noite pensando, pensando e pensando cheguei a seguinte conclusão:
Quando as palavras não vem, o rosto se fecha e os olhos se afogam.
Quando o silêncio toma conta do nosso desespero, o nosso interior se
desaba. O fim do mundo é todos os dias para quem sente muito, para quem
demonstra pouco, para quem se esconde atrás de sorrisos que se
desmancham ao entardecer. O fim do mundo não é nada mais do que o nosso
próprio interior se remoendo, se despedaçando, se desmanchando por algo
que muitas vezes não sabemos nem sequer explicar, mas sentimos, sentimos
muito mesmo por isso.
Podemos morrer afogados em lágrimas,
podemos morrer queimados pelo orgulho ou podemos morrer com o coração
congelado pelo nosso medo. Medo esse que muitas vezes nos impede de ir
mais além, orgulho esse que muitas vezes nos impossibilita de nos dar
uma nova chance, lágrimas que lavam a nossa alma e secam o nosso
coração, assim sem nenhuma remediação.
O fim do mundo está diante dos nossos olhos, escorrega pelo nosso exterior e se esconde no nosso interior.
Não há quem comprove tamanha catástrofe humana, não há quem explique
profundo sentimento. O buraco é grande, sem tamanho e dificilmente será
preenchido. Cada um carrega uma dor diferente, com intensidades
diferentes e uma cicatriz que nunca se cura, sem profundidade internas e
externas. Nós somos mortais a vida inteira, vivemos e morremos a cada
dia sem uma explicação definida. Não há quem nos impeça de sentir. O fim
do mundo acontece todos os dias, aos poucos e, praticamente ninguém
sente além de nós mesmos.
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