O que quer uma Mulher?!...
Quer amor e liberdade:
Viver sua vida em paz...
O respeito dos demais:
Cultivar fraternidade...
O que quer uma Mulher?!:
A vida sem violência...
Despertar a consciência:
A luz da sabedoria...
A Mulher quer o que é bom:
O prazer em harmonia...
Na sinfonia da vida:
União, paz, fantasia...
Quer viver a poesia:
Sem medo sem ameaça...
Quer levantar sua taça
E brindar com alegria...
O que quer uma Mulher?!...
Esse blog não trata só de abusos, principalmente sexual. Há um segundo blog com os depoimentos. É claro que o tema é relevante, mas o blog trata de outros temas diversos, principalmente culturais.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Polêmica criada com o depoimento da XUXA / Bya Albuquerque
Antes de tudo quero deixar bem claro que não sou e nunca fui fã da XUXA...alias, ninguém aqui de casa. Mas uma coisa é o meu apreço pessoal e outra, a solidariedade.
Tenho lido...ouvido vários tipos de declarações, comentários, críticas. Falar é fácil...passar por abuso e revelar é que não é nem um pouco.
Pode até ter sido um golpe de publicidade...porém isso não exclui a dor da violência. Eu não posso acreditar que a XUXA iria se expor tanto, sendo tão querida por vários tipos de público e, principalmente, expor a filha Sacha, a quem ela ama muito. Ela simplesmente não precisa disso...
Muito dizem: por que somente agora. E eu, como uma vítima, respondo: cada um tem a sua hora...a hora certa e não cabe a ninguém julgar quando essa hora deve chegar. Quem passou por um abuso sexual entende bem o que estou falando...
Muito dizem: ela foi devassa. Devassidão é uma das consequências do abuso sexual, assim como: prostituição...frigidez...não conseguir um relacionamento com alguém ou ficar quieta na hora de NÃO sentir prazer... homossexualismo.
Muito dizem: ela só quer publicidade para não ser esquecida. Acho que ela não precisa disso. Tem fama e dinheiro de sobra...
O mais importante que sendo um ícone da televisão, alavancou a campanha contra o abuso sexual e, para nós que lutamos por essa causa, deve bastar.
Recebi muitos e-mails e mensagens falando que nós, "pobres mortais", não conseguimos tanta divulgação. Mas para quem quer realmente ajudar, isso não deve importar...ao contrário, devemos ficar contentes pelo fato de várias celebridades darem o seu grito e com isso, chamar atenção para a nossa luta.
Realmente, a única coisa que eu não concordo é com a Lei Joanna Maranhão (com o nome). Há pessoas que mereciam muito mais carregar essa bandeira. O que aconteceu com aquela menina, do interior de Pernambuco, a qual foi engravidada pelo namorado da mãe aos nove anos e deu à luz aos gêmeos com dez. Aquela que a hipocrisia de muitos e da igreja não a deixaram abortar...??? Para mim, é o nome dessa pequena guerreira sofrida que a lei deveria levar. Mas moramos num país onde as celebridades predominam e são cultuadas. Nada contra, desde que sirvam à causa e não se omitam.
Tenho lido...ouvido vários tipos de declarações, comentários, críticas. Falar é fácil...passar por abuso e revelar é que não é nem um pouco.
Pode até ter sido um golpe de publicidade...porém isso não exclui a dor da violência. Eu não posso acreditar que a XUXA iria se expor tanto, sendo tão querida por vários tipos de público e, principalmente, expor a filha Sacha, a quem ela ama muito. Ela simplesmente não precisa disso...
Muito dizem: por que somente agora. E eu, como uma vítima, respondo: cada um tem a sua hora...a hora certa e não cabe a ninguém julgar quando essa hora deve chegar. Quem passou por um abuso sexual entende bem o que estou falando...
Muito dizem: ela foi devassa. Devassidão é uma das consequências do abuso sexual, assim como: prostituição...frigidez...não conseguir um relacionamento com alguém ou ficar quieta na hora de NÃO sentir prazer... homossexualismo.
Muito dizem: ela só quer publicidade para não ser esquecida. Acho que ela não precisa disso. Tem fama e dinheiro de sobra...
O mais importante que sendo um ícone da televisão, alavancou a campanha contra o abuso sexual e, para nós que lutamos por essa causa, deve bastar.
Recebi muitos e-mails e mensagens falando que nós, "pobres mortais", não conseguimos tanta divulgação. Mas para quem quer realmente ajudar, isso não deve importar...ao contrário, devemos ficar contentes pelo fato de várias celebridades darem o seu grito e com isso, chamar atenção para a nossa luta.
Realmente, a única coisa que eu não concordo é com a Lei Joanna Maranhão (com o nome). Há pessoas que mereciam muito mais carregar essa bandeira. O que aconteceu com aquela menina, do interior de Pernambuco, a qual foi engravidada pelo namorado da mãe aos nove anos e deu à luz aos gêmeos com dez. Aquela que a hipocrisia de muitos e da igreja não a deixaram abortar...??? Para mim, é o nome dessa pequena guerreira sofrida que a lei deveria levar. Mas moramos num país onde as celebridades predominam e são cultuadas. Nada contra, desde que sirvam à causa e não se omitam.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Na violência sexual, ficar em silêncio é atitude mais comum / Rosely Sayão
"Quando o assunto é bullying, fazemos o maior barulho. Reportagens, colunas, palestras, orientações, conselhos, livros e mais livros.
Acreditamos que, adquirindo muita informação a esse respeito, nossos filhos ficarão mais seguros. Já quando o assunto é violência sexual contra crianças e adolescentes...silêncio é o que fazemos.
O constrangimento que sentimos em relação a essa situação é tamanho que preferimos ignorar o assunto ou, pelo menos, encontrar boas justificativas para isso. Acreditar, por exemplo, que esse é um fato que não atinge famílias como a que pertencemos costuma ser uma delas.
Acontece. Em todo tipo de família. E mais: em geral, são pessoas bem próximas à família que praticam tais atos.
Tios, avós, amigos íntimos da família, padrastos, vizinhos que partilham da intimidade da casa, etc. São esses, entre outros, os personagens principais, segundo os estudos apontam, dos abusos sexuais contra os mais novos.
É um caso bem sério esse, principalmente quando nos lembramos de duas características de nosso mundo.
A primeira: os mais novos estão eroticamente hiperestimulados. Acham "normal" as cenas que assistem nos canais de TV, as fotos que veem nas revistas e sites. Podem achar "normal" viver uma experiência desse tipo, portanto.
A segunda: hoje, crianças e jovens não sabem mais que têm direito à intimidade. Aliás, nem sabem o que é isso.
Nos canais abertos, em horários que as crianças estão expostas à TV, há uma explosão de "reality shows". Eles não sabem, portanto, o que é intimidade.
Temos motivos para não ficar em silêncio quanto a assunto tão importante. A questão é saber tratar do tema com a delicadeza que ele exige."
ROSELY SAYÃO é colunista da FOLHA.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, 22 de maio de 2012.
Acreditamos que, adquirindo muita informação a esse respeito, nossos filhos ficarão mais seguros. Já quando o assunto é violência sexual contra crianças e adolescentes...silêncio é o que fazemos.
O constrangimento que sentimos em relação a essa situação é tamanho que preferimos ignorar o assunto ou, pelo menos, encontrar boas justificativas para isso. Acreditar, por exemplo, que esse é um fato que não atinge famílias como a que pertencemos costuma ser uma delas.
Acontece. Em todo tipo de família. E mais: em geral, são pessoas bem próximas à família que praticam tais atos.
Tios, avós, amigos íntimos da família, padrastos, vizinhos que partilham da intimidade da casa, etc. São esses, entre outros, os personagens principais, segundo os estudos apontam, dos abusos sexuais contra os mais novos.
É um caso bem sério esse, principalmente quando nos lembramos de duas características de nosso mundo.
A primeira: os mais novos estão eroticamente hiperestimulados. Acham "normal" as cenas que assistem nos canais de TV, as fotos que veem nas revistas e sites. Podem achar "normal" viver uma experiência desse tipo, portanto.
A segunda: hoje, crianças e jovens não sabem mais que têm direito à intimidade. Aliás, nem sabem o que é isso.
Nos canais abertos, em horários que as crianças estão expostas à TV, há uma explosão de "reality shows". Eles não sabem, portanto, o que é intimidade.
Temos motivos para não ficar em silêncio quanto a assunto tão importante. A questão é saber tratar do tema com a delicadeza que ele exige."
ROSELY SAYÃO é colunista da FOLHA.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, 22 de maio de 2012.
Mitos e realidades do abuso sexual infantil / Alejandro Urman, Fabián Barmak
É um crime minimizado. Muitas vezes é preferível não falar do assunto ou fazer uma piada. Acredita-se ser algo que só acontece nas classes mais baixas, ou, na sua maioria, os abusadores são desconhecidos. Este texto tenta desmascarar esses mitos e propõe algumas medidas para resolver a questão com a seriedade que ela merece.
De um lado do balcão, Michael Jackson, o DJ Marlboro o Médico Roger Abdelmassih
Personagens reconhecidos são os que estão ou estiveram envolvidos acusados ou condenados por abuso sexual infantil.
Por outro lado, Virginia Woolf, Britney Spears, Joanna Maranhão ect. Famosos que sofreram algum tipo de abuso quando eram crianças.
Através de notícias de entretenimento ou de polícia aparece esta questão complicada, resultando em confusão e choque, na maioria de nós. Desde o início dos anos 70 em diante, foi ganhando popularidade. Mas por ser um assunto complicado, nem sempre a informação que circula é de boa qualidade. Quantas vezes usam esses nomes famosos que fazem piadas com o crime que cometeram, ou foram vítimas? É que muitas vezes se banaliza a questão ou são fans dele, ignorando os aspectos que devem ser inesquecíveis.
Um caso que representa milhares
A Malena, há três anos está morando em um lar de crianças. Foi separada da mãe e do pai em caso de suspeita de abuso sexual está envolvido o pai da criança. Ficamos surpresos ao saber que a Malena, apesar dos seus 9 anos de idade, estava muito efusiva com os homens que cuidavam dela, os abraçava e os beijava. Esfregava também as pernas nos adultos. Falava que os seus genitais tinham um gosto muito gostoso e pediu para que lhe fizeram carinho em suas partes privadas.
A Malena faz xixi nas roupas mais de quatro vezes por semana não passou de série na escola duas vezes. Ela tem dificuldade em estabelecer novas relações. Possui comportamentos cleptomanos , rouba coisas, embora não necessitar delas, e logo as perde, ou as presenteia. Quando a Malena conta o que acontece é desafectivizada, parece que o que aconteceu foi a outra pessoa ou algo que ela assistiu num filme. Normalmente fala que as pessoas não gostam dela. Na escuridão da noite, algumas vezes, sente que há um homem que se esconde e aque a está olhando. Quem conhece a Malena, não pode deixar de sentir uma grande pena por ela e uma grande raiva pelo pai que a molestou.
Definições do indefinível
Como referência, em primeiro lugar, nós tomamos a definição dada na Real Academia Espanhola sobre o abuso sexual. "Crime consistente na realização de atos que interferem com a liberdade sexual de uma pessoa sem violência ou intimidação e sem consentimento".
Esta definição é um pouco complicada, porque no caso das crianças, muitas vezes existe uma intimação na forma de ameaças. Além disso, enquanto o adulto é posicionado em um lugar assimétrico, também existe intimidação.
Muitos autores explicam que o abuso sexual infantil não implica uma relação sexual, seja concordada ou não. Na maioria dos casos envolvem avanços sexuais que acontecem de forma repetida e intencionalmente. Não é necessário que o abusador utilize a força física, o abuso é geralmente baseado em uma relação de poder que se exerce sobre a vítima.
Tome cuidado com estranhos ou tome cuidado com conhecidos?
Vemos nas clínicas, o que é muito comum que os pais demonstrem uma certa desconfiança por deixar seus filhos nas consultas que eles próprios pedem. Parece se espalhou na sociedade o medo de abuso por parte de profissionais de certos casos que aconteceram recentemente.
No entanto, pesquisas realizadas na Argentina e no exterior mostram que a maioria dos abusos ocorre dentro das famílias, ou seja, dentro da mesma família. O mais comum é o pai-filha. As estatísticas ainda apresentam os casos da família tios, primos e conhecidos vizinhos, professores, etc. No final da lista estão os estranhos, ao contrário do que muitas pessoas acham.
"Uma bala na psique"
O abuso é considerado o pior maltrato infantil. São as conseqüências mais graves, especialmente quando o agressor é um familiar, ainda pior, se é uma figura de pai.
Ireve Intebi - médico especialista em pedofilia e abuso de crianças considerada este crime como um "tiro no psiquismo" de uma criança. Leonard Shengold Outro autor descreve-o como o assassinato da alma
Na medida que uma criança cresce, o seu aparelho psíquico desenvolve e treina para compreender certos temas. Lidar com situações para as quais não estão prontos pode ser traumático.
Um mecanismo comum utilizado por uma pessoa que está passando por uma situação traumática é separar os fatos dos sentimentos que estes eventos geram. Isso garante a proteção contra situações muito dolorosas.
Mas este mecanismo pode levar a sérias rupturas na personalidade. Uma conseqüência disto pode ser distúrbios de personalidade associada a um possível esgotamento do potencial. As crianças abusadas podem mostrar um pobre desempenho escolar, enurese, encoprese, depressão, dificuldade de conviver com os outros, mudanças de humor, repetitivo choro, tristeza, hiperatividade. Na vida adulta podem ter problemas na sexualidade: a partir de frigidez à promiscuidade, o aumento da probabilidade de serem viciados em álcool e drogas, mais probabilidade de sofrer um transtorno mental, entre outros.
Será que acontece nas melhores famílias?
Muitos acreditam que este tipo de crime só acontece nas famílias de classe baixa. É certo que em maior quantidade, tem sido detectado abuso de famílias de baixa condição socioeconômica. Mas o fato de que é detectado menos nos lares de classe média ou alta não significa que não ocorre. Na análise não se deve perder de vista o fato de que a detecção de abusos sexuais é mais comum em um setor da população com recursos limitados, deve-se, em grande medida ao grau de exposição que tem às intervenções da comunidade.
Refira-se que o abuso sexual acontece em famílias com graves disfunções relacionais . Essas disfunções são transmitidas de uma geração para outra. Isso pode ser interrompido após a inclusão de profissionais treinados em tratar esses vínculos.
O que acontece quando uma criança diz que foi uma possível vítima de abuso?
É difícil ouvir uma criança que está passando por situações de abuso sexual. Em muitos casos, acha-se que ela está fantasiando ou que existem mal entendidos. Sabemos também que elas podem mentir quando crianças e que podem ser influenciados por seus pais para contar histórias de coisas que não aconteceram.
Sem dúvida, saber que uma criança foi vítima de abuso é uma situação que nunca planejamos viver. Mas não se deve virar a cabeza ou não perceber o que está acontecendo. É importante saber que o que façamos vai ter uma conseqüência importante na vida dessa pequena pessoa.
Sempre se deve prestar atenção diante de uma suspeita. . Em Buenos Aires, temos o sistema Defensorias de Crianças, onde se deve fazer a denúncia. Também as Delegacias podem recebê-las. E é importante consultar com médicos e psicólogos, especialistas neste assunto
O abuso de crianças é algo que acontece mais frequentemente do que se pensa em todas as classes sociais. Tem grandes custos psíquicos para crianças / jovens abusados.
É uma questão muito difícil e a nós como adultos torna-se complicado entender e gerenciar. Mas devemos ser cuidadosos, pois não podemos prevenir, mas pelo menos podemos cooperar com outros profissionais para esclarecer estes crimes.
As Crianças por seu crescimento anatômico e físico, nunca deveriam ser pensadas em termos sexuais como adultos. O abuso sexual deixa marcas indeléveis na vitima e é necessário abordar esta questão com a seriedade que merece, sem tomá-lo como uma piada. Mesmo quando os personagens envolvidos apareçam na tela da televisão.
terça-feira, 22 de maio de 2012
"Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência". - Lei Maria da Penha, Art. 2º.
Vamos compartilhar a Lei Maria da Penha e dizer NÃO à violência contra a mulher.
Vamos compartilhar a Lei Maria da Penha e dizer NÃO à violência contra a mulher.
sábado, 19 de maio de 2012
José / Carlos Drummond de Andrade
Um dos meus poemas prediletos...
JOSÉ
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
sexta-feira, 18 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Denúncias de abuso e exploração de menores quase triplicam em 2011
Disque Direitos Humanos recebeu 82.281 denúncias; São Paulo lidera.
Nos primeiros meses de 2012, já houve aumento de 71%, diz secretaria.
O Disque Direitos Humanos recebeu 82.281 denúncias de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes em 2011, uma média de 225 por dia, segundo dados do serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República obtidos pelo G1.
Total de denúncias recebidas pelo Disque Direitos Humanos por ano*
2011 82.281
2010 30.544
2009 29.756
2008 32.589
2007 24.942
2006 13.830
2005 5.138
2004 3.774
2003 4.494
*Fonte: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
O número é quase o triplo das denúncias recebidas no ano anterior, quando houve um total de 30.544 – um aumento de 169,4%.
E neste ano, o total dos relatos sobre abusos contra crianças e adolescentes em apenas 4 meses já representa quase a metade do recebido em todo o ano passado. Foram 34.142 atendimentos de janeiro a abril, aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2011.
"O aumento na capacidade de atendimento e a ampla divulgação do canal de denúncias trouxeram um salto no número de denúncias registradas", diz a secretaria.
A partir de março de 2011, o atendimento do Disque 100 foi ampliado, passando a funcionar todos os dias, 24 horas. Até então, funcionava das 7h às 22h.
Os dados do Disque 100 devem ser divulgados oficialmente nesta sexta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Tipos de violência
No ano passado, as denúncias de abuso contra menores representaram 84,7% do total recebido pelo serviço. Também foram registrados relatos sobre violações contra idosos (8,7%), pessoas com deficiência (3,2%), população LGBT (1,3%), população de rua (0,5%) e outros grupos, como quilombolas e indígenas (1,7%).
As denúncias de violência contra crianças e adolescentes dividiram-se em: negligência (40,88%), seguida da violência psicológica (24,34%), violência física (21,67%) e sexual (11,53%). Esta última divide-se em: abusos (70%) e exploração sexual (30%).
Denúncias em 2011 por estado
SP 10.496
BA 9.395
RJ 9.120
MG 5.703
MA 4.686
PE 4.152
CE 3.994
RS 3.377
AM 3.375
PA 3.221
PR 3.188
RN 2.750
GO 2.135
SC 2.106
PB 2.095
AL 1.969
DF 1.852
PI 1.771
ES 1.376
MS 1.345
RO 1.104
MT 1.073
SE 829
TO 435
AC 352
AP 178
RR 95
Nos dados divulgados de 2012, o percentual de denúncias apenas sobre abuso sexual, aqueles ocorridos em sua maioria dentro de caso, aumentou de 11,53% para 20% do total.
Por estado e região
São Paulo lidera o número de denúncias recebidas pelo Disque 100 sobre violência contra crianças e adolescentes em 2011, com um total de 10.496 ligações (12,8% do total). Em seguida, aparecem Bahia, com 9.395 denúncias (11,4%), Rio de Janeiro, com 9.120 (11,1%), Minas Gerais, com 5.703 denúncias (6,9%), e Maranhão, com 4.686 ligações (5,7%).
Os estados que menos registraram ligações em 2011 foram Roraima, com 95 relatos (0,1%), Amapá, com 178 denúncias (0,2%), Acre, com 352 denúncias (0,4%), Tocantins, que registrou 435 relatos (0,5%) e Sergipe, com 829 denúncias (1%).
Nos primeiros meses deste ano, São Paulo continua a liderar o total de ligações, com 4.644 relatos, seguido pelo Rio de Janeiro com 4.521 e Bahia com 3.634.
'Pacto do silêncio'
“Quanto mais se promovem ações de prevenção, maior número de casos vão aparecer. As pessoas tomam consciência, criam coragem de denunciar”, afirma Eduardo Pan, gestor do Polo de Prevenção à Violência da ONG Liga Solidária, que faz atendimentos de famílias na Zona Oeste da capital paulista.
Segundo Pan, os dados do Disque 100 demonstram o que a ONG vem observando na região. “A maior parte dos casos é de negligência. Os adolescentes acabam indo para os abrigos porque vivem em condição subumana”, explica.
“E é onde começa a acontecer o abuso. A maioria é o pai, padrasto, tio. As mães até percebem o que está acontecendo, mas não têm força para falar do próprio companheiro. E o adulto ele ameaça a criança, que fica completamente à mercê”, completa.
Em 2010, o total de atendimentos da ONG por violência sexual representava 7% dos casos atendidos. Em 2011, aumentou para 11%. "Isso mostra que estamos quebrando esse pacto do silêncio. O que a gente espera é que a criança e o adolescente consiga sair dessa situação, devolver a dignidade.”
A região Sudeste foi responsável por 36,2% do total de registros nos primeiros 4 meses deste ano, seguida do Nordeste com 34,7%, do Sul com 11,3%, do Centro-Oeste com 9% e do Norte, com 8,8% do total de denúncias registradas no período.
Contando apenas o abuso e a exploração sexual, a Bahia foi o estado que mais registrou denúncias nos dois casos: 962 contra abusos (12,54% do total dos estados) e 250 sobre exploração sexual.
Ao todo, 1.585 municípios (há 5.561 no Brasil, segundo o IBGE) entraram em contato com o Disque Direitos Humanos relatando violações de abuso sexual. Os municípios com maior incidência foram: Salvador com 346 relatos, Brasília com 269, São Paulo com 250 e o Rio de Janeiro com 236.
Incluindo apenas as denúncias de exploração sexual, 809 municípios acionaram Disque 100. Salvador lidera com 81 denúncias, Manaus com 67, Rio de Janeiro com 66 e São Paulo com 61.
24 horas
O Disque 100 é um serviço destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, especialmente as que atingem grupos sociais vulneráveis. O número funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive domingos e feriados. A ligação é gratuita e atende ligações de todo o território nacional.
As manifestações de violações de Direitos Humanos acolhidas pelo Disque Direitos Humanos são examinadas e encaminhadas para os órgãos responsáveis.
De Rosanne D'Agostino no G1, em São Paulo
Nos primeiros meses de 2012, já houve aumento de 71%, diz secretaria.
O Disque Direitos Humanos recebeu 82.281 denúncias de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes em 2011, uma média de 225 por dia, segundo dados do serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República obtidos pelo G1.
Total de denúncias recebidas pelo Disque Direitos Humanos por ano*
2011 82.281
2010 30.544
2009 29.756
2008 32.589
2007 24.942
2006 13.830
2005 5.138
2004 3.774
2003 4.494
*Fonte: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
O número é quase o triplo das denúncias recebidas no ano anterior, quando houve um total de 30.544 – um aumento de 169,4%.
E neste ano, o total dos relatos sobre abusos contra crianças e adolescentes em apenas 4 meses já representa quase a metade do recebido em todo o ano passado. Foram 34.142 atendimentos de janeiro a abril, aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2011.
"O aumento na capacidade de atendimento e a ampla divulgação do canal de denúncias trouxeram um salto no número de denúncias registradas", diz a secretaria.
A partir de março de 2011, o atendimento do Disque 100 foi ampliado, passando a funcionar todos os dias, 24 horas. Até então, funcionava das 7h às 22h.
Os dados do Disque 100 devem ser divulgados oficialmente nesta sexta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Tipos de violência
No ano passado, as denúncias de abuso contra menores representaram 84,7% do total recebido pelo serviço. Também foram registrados relatos sobre violações contra idosos (8,7%), pessoas com deficiência (3,2%), população LGBT (1,3%), população de rua (0,5%) e outros grupos, como quilombolas e indígenas (1,7%).
As denúncias de violência contra crianças e adolescentes dividiram-se em: negligência (40,88%), seguida da violência psicológica (24,34%), violência física (21,67%) e sexual (11,53%). Esta última divide-se em: abusos (70%) e exploração sexual (30%).
Denúncias em 2011 por estado
SP 10.496
BA 9.395
RJ 9.120
MG 5.703
MA 4.686
PE 4.152
CE 3.994
RS 3.377
AM 3.375
PA 3.221
PR 3.188
RN 2.750
GO 2.135
SC 2.106
PB 2.095
AL 1.969
DF 1.852
PI 1.771
ES 1.376
MS 1.345
RO 1.104
MT 1.073
SE 829
TO 435
AC 352
AP 178
RR 95
Nos dados divulgados de 2012, o percentual de denúncias apenas sobre abuso sexual, aqueles ocorridos em sua maioria dentro de caso, aumentou de 11,53% para 20% do total.
Por estado e região
São Paulo lidera o número de denúncias recebidas pelo Disque 100 sobre violência contra crianças e adolescentes em 2011, com um total de 10.496 ligações (12,8% do total). Em seguida, aparecem Bahia, com 9.395 denúncias (11,4%), Rio de Janeiro, com 9.120 (11,1%), Minas Gerais, com 5.703 denúncias (6,9%), e Maranhão, com 4.686 ligações (5,7%).
Os estados que menos registraram ligações em 2011 foram Roraima, com 95 relatos (0,1%), Amapá, com 178 denúncias (0,2%), Acre, com 352 denúncias (0,4%), Tocantins, que registrou 435 relatos (0,5%) e Sergipe, com 829 denúncias (1%).
Nos primeiros meses deste ano, São Paulo continua a liderar o total de ligações, com 4.644 relatos, seguido pelo Rio de Janeiro com 4.521 e Bahia com 3.634.
'Pacto do silêncio'
“Quanto mais se promovem ações de prevenção, maior número de casos vão aparecer. As pessoas tomam consciência, criam coragem de denunciar”, afirma Eduardo Pan, gestor do Polo de Prevenção à Violência da ONG Liga Solidária, que faz atendimentos de famílias na Zona Oeste da capital paulista.
Segundo Pan, os dados do Disque 100 demonstram o que a ONG vem observando na região. “A maior parte dos casos é de negligência. Os adolescentes acabam indo para os abrigos porque vivem em condição subumana”, explica.
“E é onde começa a acontecer o abuso. A maioria é o pai, padrasto, tio. As mães até percebem o que está acontecendo, mas não têm força para falar do próprio companheiro. E o adulto ele ameaça a criança, que fica completamente à mercê”, completa.
Em 2010, o total de atendimentos da ONG por violência sexual representava 7% dos casos atendidos. Em 2011, aumentou para 11%. "Isso mostra que estamos quebrando esse pacto do silêncio. O que a gente espera é que a criança e o adolescente consiga sair dessa situação, devolver a dignidade.”
A região Sudeste foi responsável por 36,2% do total de registros nos primeiros 4 meses deste ano, seguida do Nordeste com 34,7%, do Sul com 11,3%, do Centro-Oeste com 9% e do Norte, com 8,8% do total de denúncias registradas no período.
Contando apenas o abuso e a exploração sexual, a Bahia foi o estado que mais registrou denúncias nos dois casos: 962 contra abusos (12,54% do total dos estados) e 250 sobre exploração sexual.
Ao todo, 1.585 municípios (há 5.561 no Brasil, segundo o IBGE) entraram em contato com o Disque Direitos Humanos relatando violações de abuso sexual. Os municípios com maior incidência foram: Salvador com 346 relatos, Brasília com 269, São Paulo com 250 e o Rio de Janeiro com 236.
Incluindo apenas as denúncias de exploração sexual, 809 municípios acionaram Disque 100. Salvador lidera com 81 denúncias, Manaus com 67, Rio de Janeiro com 66 e São Paulo com 61.
24 horas
O Disque 100 é um serviço destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, especialmente as que atingem grupos sociais vulneráveis. O número funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive domingos e feriados. A ligação é gratuita e atende ligações de todo o território nacional.
As manifestações de violações de Direitos Humanos acolhidas pelo Disque Direitos Humanos são examinadas e encaminhadas para os órgãos responsáveis.
De Rosanne D'Agostino no G1, em São Paulo
COMPORTAMENTOS MAIS FREQUENTEMENTE OBSERVADOS EM CRIANÇAS QUE FORAM OU SÃO ABUSADAS SEXUALMENTE: / BRASIL SEM PEDOFILIA
ATENÇÃO!!!!
COMPORTAMENTOS MAIS FREQUENTEMENTE OBSERVADOS EM CRIANÇAS QUE FORAM OU SÃO ABUSADAS SEXUALMENTE:
1 - Crianças extremamente submissas 2 - Crianças extremamente agressivas e antissociais 3 - Crianças pseudo maduras 4 - Crianças com brincadeiras sexuais persistentes, exageradas e inadequadas 5 - Crianças que frequentemente chegam muito cedo à escola e dela saem tarde (num esforço inútil de escapar da situação do lar) 6 - Crianças com fraco ou nenhum relacionamento com seus pares e com imensa dificuldade de estabelecer vínculos de amizade e com falta de participação nas atividades escolares e sociais 7 - Crianças com dificuldade de concentração na escola 8 - Crianças com queda repentina no desempenho escolar 9 - Crianças com total falta de confiança nas pessoas, em especial nas pessoas com autoridade 10 - Crianças com medo de adultos do sexo oposto ao seu 11 - Crianças com comportamento aparentemente sedutor com pessoas adultas do sexo oposto ao seu 12 - Crianças que fogem de casa 13 - Crianças com sérias alterações do sono (como em geral os abusos são feitos na cama, se estabelece o medo de dormir e sofrer o ataque ) 14 - Crianças com depressão clínica 15 - Crianças com ideias suicidas 16 - Crianças com comportamentos de automutilação 17 - Crianças com imensos sentimentos de culpa em relação a tudo.
COMPORTAMENTOS MAIS FREQUENTEMENTE OBSERVADOS EM CRIANÇAS QUE FORAM OU SÃO ABUSADAS SEXUALMENTE:
1 - Crianças extremamente submissas 2 - Crianças extremamente agressivas e antissociais 3 - Crianças pseudo maduras 4 - Crianças com brincadeiras sexuais persistentes, exageradas e inadequadas 5 - Crianças que frequentemente chegam muito cedo à escola e dela saem tarde (num esforço inútil de escapar da situação do lar) 6 - Crianças com fraco ou nenhum relacionamento com seus pares e com imensa dificuldade de estabelecer vínculos de amizade e com falta de participação nas atividades escolares e sociais 7 - Crianças com dificuldade de concentração na escola 8 - Crianças com queda repentina no desempenho escolar 9 - Crianças com total falta de confiança nas pessoas, em especial nas pessoas com autoridade 10 - Crianças com medo de adultos do sexo oposto ao seu 11 - Crianças com comportamento aparentemente sedutor com pessoas adultas do sexo oposto ao seu 12 - Crianças que fogem de casa 13 - Crianças com sérias alterações do sono (como em geral os abusos são feitos na cama, se estabelece o medo de dormir e sofrer o ataque ) 14 - Crianças com depressão clínica 15 - Crianças com ideias suicidas 16 - Crianças com comportamentos de automutilação 17 - Crianças com imensos sentimentos de culpa em relação a tudo.
PEDOFILIA E ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS
Texto confeccionado por Pedro Delgado de Paula, Advogado Trabalhista em Belo Horizonte mestrando em Direito do Trabalho pela PUC/MG.
1.INTRODUÇÃO
A pedofilia e o conseqüente abuso sexual contra menores talvez seja o maior ato de covardia de que um ser humano seja capaz.
Tal crime, atualmente muito exposto na mídia, em decorrência do caso Michael Jackson e um pouco menos recente, a divulgação de fitas de vídeo onde o famoso e bem conceituado médico ucraniano naturalizado brasileiro, Eugênio Chipkevitch, abusava sexualmente de crianças, seus pacientes, constitui-se num trauma que estas crianças carregarão para sempre em suas vidas.
Essa síntese pessoal tem por objetivo prestar maiores esclarecimentos sobre o assunto pedofilia e abuso sexual na infância, temas muito em voga no contexto atual e sempre.
2.O QUE É PEDOFILIA?
Segundo os especialistas, pedofilia é um distúrbio de conduta sexual, onde o indivíduo adulto sente desejo compulsivo, de caráter homossexual ou heterossexual, por crianças ou pré-adolescentes.
Esse distúrbio ocorre em função do sentimento de impotência e incapacidade de obter satisfação sexual com pessoas adultas e a maioria dos casos ocorrem com homens de personalidade tímida.
Na opinião dos pedófilos, pedofilia é uma orientação sexual, como heterossexualidade, homossexualidade ou bissexualidade. Clinicamente falando, um pedófilo é uma pessoa adulta que deseja sexo com crianças.
Defendem ainda que a palavra pedófilo significa “amante de crianças”, ou seja, amam as crianças. Argumentam que os verdadeiros pedófilos não se interessam exclusivamente por crianças para sexo... eles estão contentes na companhia de crianças. Amam e se preocupam com elas além de as desejar para a atividade sexual.
Por fim, sustentam que os pedófilos não são extremamente comuns, embora eles existam desde muitos séculos atrás, podendo um pedófilo ser, literalmente, quase qualquer um que você conheça. Justificam-se alegando que é por causa do estigma social ligado ao sexo entre adultos e crianças, que a maior parte dos pedófilos escondem o que eles são do mundo, pois enfrentam prisão por causa de suas visões.
3.PERFIL DO PEDÓFILO
Pedófilos podem ser heterossexuais, homossexuais e bissexuais. Podem ser homem ou mulher, mas muitos dos casos relatados são de homens casados, insatisfeitos sexualmente.
Geralmente são portadores de distúrbios emocionais que dificultam um relacionamento sexual saudável com suas esposas.
Ante esta dificuldade de um relacionamento sexual saudável e do sentimento de inferioridade e impotência perante o parceiro adulto, o pedófilo procura a segurança na ação sexual e no controle da situação diante da criança.
Trata-se de uma manifestação libidinosa muito ligada à impotência concreta, o olhar desejoso em relação à infância revela uma fantasia de domínio absoluto e transgressão. É como se a inocência da menina pudesse excitar a fragilidade do homem inseguro quanto à sua própria identidade sexual.
Na verdade, trata-se de doença e lesão no desenvolvimento da sexualidade e da personalidade, que pode se associar a comportamento doloso de natureza criminal (abuso sexual de menores), devendo esta realidade ser verificada com cautela para que o criminoso não se acoberte, debaixo das atenuantes de problemática emocional.
4.QUANDO A PEDOFILIA SE TRANSFORMA EM ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS
A partir do momento em que o desejo de se relacionar com crianças deixa de ser apenas um desejo, atravessando a barreira da imaginação para o contato real com a criança, a pedofilia deixa de ser apenas pedofilia para se tornar abuso sexual.
Abuso sexual constitui-se em todo e qualquer comportamento sexual inadequado com uma criança. Inclui carícias nos órgãos genitais da criança, do mesmo modo que a criança acariciando os órgãos genitais do adulto, relações sexuais, incesto, estupro, sodomia, exibicionismo e exploração sexual.
Estas atitudes, aliadas à ingenuidade e incapacidade de se defender das crianças, somados ainda ao medo, vergonha e humilhação que as mesmas sentem, ao terem consciência da violência que sofreram, constitui-se na maior covardia que o ser humano (termo inadequado para caracterizar quem pratica esta violência) pode cometer, sendo certo que estes monstros somente conhecem a verdadeira punição ao seu crime, não quando são presos e condenados pela Justiça, mas sim quando encontram-se com os criminosos comuns nos presídios, que se sensibilizam com este crime, e aplicam-lhes o verdadeiro corretivo.
5.SINAIS DE ABUSO SEXUAL
Geralmente a criança que sofre abuso sexual se sente demasiadamente humilhada, envergonhada e muitas vezes tem medo de contar para alguém a violência por que passou ou vem passando, assim, para se saber se uma criança foi vítima ou ainda vem sofrendo o abuso, é importante observar um ou mais dos seguintes comportamentos indicativos:
a)Brincadeira sexual persistente com outras crianças, elas próprias, brinquedos ou animais.
b)Dor inexplicada, inchaço, sangramento ou irritação na boca, área genital ou anal; infecções urinárias; doenças sexualmente transmissíveis.
c)Conhecimento sexual exibido por linguajar ou comportamento que estão além do que é normal para a idade delas.
d)Medo ou aversão de certas pessoas ou lugares.
e)Atividade sexual ou gravidez precoce.
f)Drogas ou problemas com álcool.
6.PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUAL
Quatro pontos principais precisam ser ensinados a crianças:
a)Acredite nos seus sentimentos. Diga não!
b)Fuja!
c)Conte e continue contando até que alguém escute e acredite em você.
d)Nunca é sua culpa se alguém a/o tocar inapropriadamente.
É mais provável que a pessoa que abusa sexualmente da criança seja alguém que a criança conheça e confie, ao invés de um total desconhecido. Sendo assim, é importante que os pais e pessoas em que a criança confiem estejam sempre prontas a ouvir a criança, assim como acreditem, ou pelos menos investiguem quando o menor lhes procurarem.
Sabe-se que a maior parte dos abusos sexuais contra as crianças é praticado pelos próprios pais. Desta forma, é importante ensinar à criança a comunicar caso qualquer pessoa a toque de maneira desagradável ou que considere fora do comum.
7.A CRIANÇA E O ABUSO SEXUAL
A monstruosidade do abuso sexual de crianças, além de ser reprovável por si só, traz para o menor sérias conseqüências, conseqüências que carregará para o resto de sua vida.
Inicialmente é importante observar que o abuso sexual geralmente ocorre por parte dos pais da criança ou por alguma pessoa de sua confiança.
Sendo o abuso praticado por um dos pais, a criança, cuja base é sua família, principalmente representada pelos pais, se vê numa situação completamente desesperadora, pois não conta para o outro pai a violência sofrida, com medo de extinguir a sua família.
Por outro lado, se conta para o outro parente a violência sofrida, muitas vezes é tida como mentirosa, sofrendo repressão decorrente da fraqueza e medo do outro cônjuge de ver dissolvido o ‘casamento maravilhoso’, ficando assim covardemente entregue a uma vida marcada pela impunidade e covardia.
Quando o abuso é praticado pelos dois pais, pilares máximos de sua vida, resta ao menor apenas crescer e rezar para morrer, pois será descrente de qualquer valor que possa lhe ser transmitido.
Caso o abuso seja praticado por uma pessoa de sua confiança, isto lhe tirará qualquer possibilidade de vir a confiar em outra pessoa, sendo certo que o medo de contar para os pais esta humilhação, talvez lhe faça amargar para sempre esta lembrança.
Ressalte-se ainda que o abuso sexual da criança sempre lhe trará medo e vergonha, o que muitas vezes fará com que ela se cale ao invés de procurar por ajuda, para não ter que passar novamente pela humilhação de expor aos pais ou amigos, ou mesmo à autoridade policial, a violência que sofreu.
Por fim, chame-se a atenção para o fato de que em 100% dos casos de crianças molestadas sexualmente, as mesmas sofrerão de dificuldades sexuais ou emocionais na vida adulta.
8.CONCLUSÃO
Finalmente, como conclusão deste trabalho sobre pedofilia e abuso sexual da criança, vale transcrever as palavras de Freitag R, Lazoritz S, Kini N, no livro “Psychosocial aspects of child abuse for primary care pediatricians”, Pediatr Clin North Am 1998, Apr; 45 (2): 391-402:
“A infância é a imagem que se usa para chamar a atenção e elevar no espírito o sentimento de zelar pela inocência. A sociedade freqüentemente conclama para a proteção de nossas crianças e o fortalecimento da saúde familiar. Ao mesmo tempo, milhares de crianças experimentam a violência de maneira regular e suas vidas são irremediavelmente alteradas. Para essas crianças, os locais de violência não são a guerra da periferia das cidades ou o crime que domina as ruas, mas dentro das suas próprias casas.”
9.BIBLIOGRAFIA
Artigo “Abuso Sexual na Infância”, de M. L. S. Kuhn, J. E. S. Reis, A. Trindade Filho, extraído do site http://www.geocities.com/ projetopiracema
Informações obtidas no curso de Psicologia Jurídica do CEAP, BH/MG.http://www.geocities.com/ projetopiracema
sexta-feira, 11 de maio de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Partidas e Chegadas / Richard Simonetti
Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade
que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz:
já se foi, haverá outras vozes,
mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro".
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos:
já se foi, no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo
as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós.
domingo, 6 de maio de 2012
Está na hora de varrer suas fotos
Não é porque aconteceu com uma famosa como Carolina Dieckmann que não pode acontecer com você. Invasão de privacidade, hackeamento de fotos e documentos, vídeos que ridicularizam as pessoas e vão parar no YouTube para deleite dos “amigos” são as novas modalidades de chantagem, extorsão e humilhação. Não há nada que se possa fazer contra isso — além de chamar a polícia, claro — e, mesmo assim, o mal já está feito. Diante dessa evidência, está mais do que na hora de limpar seu telefone, seu computador e suas páginas nas redes sociais; apenas uma questão de proteção.
Tudo pode ser usado contra você, até uma singela foto numa mesa de bar com os amigos, brindando com um copão de chope. Caso de uma conhecida minha que foi demitida, sem mais nem menos, do emprego. Ela mantinha em seu Facebook um álbum de fotos batizado ‘Drinks’, em que aparecia sempre segurando um copo de bebida alcoólica na mão, em situações festivas. Pois, bem depois de sua demissão, ela descobriu que um colega do trabalho mostrou ao chefe aquele álbum, dizendo-se “preocupado” com o apreço dela pelo álcool e que talvez fosse por isso que ela não conseguiu cumprir uma determinada tarefa. Os psicopatas estão à espreita.
Mas você pode argumentar que o que faz na vida privada não tem nada a ver com sua persona pública; que jamais vai deixar de compartilhar seus momentos de alegria e lazer com os amigos; ou que não merece viver com medo dos prejuízos que uma a pessoa mal intencionada possa desejar lhe causar. Pois quem avisa amigo é: com tantos exemplos se espalhando por aí, essa postura deixou de ser ingênua para ser tola. Se qualquer criança de oito anos sabe burlar uma senha de celular, imagine um bandido pronto para tirar vantagem de um momento de fraqueza. Então vamos combinar que não pode:
1. No ápice do sexo, deixar-se fotografar pelo parceiro. Nem todo amor dura para sempre, e a maioria dos romances termina com grandes ressentimentos
2. Postar incessantemente fotos narcisistas de seu corpinho semidesnudo na praia, na piscina, na academia. Está carente, precisando de confete? Procure um analista
3. Deixar que as pessoas cliquem ou filmem você em momentos de total relaxamento, sobretudo aqueles em que você está mais “vulnerável” a julgamentos, como bebendo, de biquíni, gritando, colocando a língua para fora num momento de êxtase
4. Publicar fotos de crianças pequenas — elas ainda não têm idade para frequentar o Facebook nem o livre-arbítrio para desejar estar na rede
5. Postar grandes desabafos de natureza pessoal. Hoje você não é apenas julgado por aquilo que diz, mas também pelo que publica. As pessoas tendem a traçar um perfil seu — triste, alegre, deprimido, narcisistas — a partir desses posts, que não necessariamente refletem sua personalidade, mas apenas um momento de fragilidade
Soube de uma pessoa que detonou uma operadora de cartão de crédito por causa do telemarketing. Meses depois, quando pintou a chance de trabalhar a empresa, seu perfil no Twitter foi rastreado e a reclamação virou um ponto em desfavor na entrevista.
Se lhe cansa o fato de que, nas redes sociais, as pessoas são sempre felizes, bem-sucedidas e realizadas, dê um tempo do mundo virtual e vá arejar a cabeça. Essas pessoas não são bobas; são apenas inteligentes.
Fotos de cachorros, pratos, cartazes, peças de teatro, flores, da lua (como vimos ontem à noite): ninguém aguenta mais, mas elas não oferecem o menor risco. Permitem que você se mantenha ativo na rede sem se queimar e ainda se divirta com a indiscrição — dos outros.
Antes de postar qualquer coisa, pense que seu chefe, sua mãe, sua ex e sua futura namoradas poderão vê-la um dia. Cole esses nomes num post-it amarelo na tela do computador, e seus dedos congelarão, como num passe de mágica.
E uma última observação: li comentários muito infelizes sobre o episódio de Carolina Dieckmann. Uma famosa, que recentemente teve a foto do filho recém-nascido publicada sem autorização (o que a deixou furiosa), debochou da atriz; um twitteiro disse que ela “mereceu” o que teve porque não deveria ter tirado as fotos. Pois Carolina, casada e mãe de dois filhos, foi vítima de um crime medonho, cujo autor espero que seja encontrado e exemplarmente condenado. O que lhe aconteceu pode ocorrer com qual-quer um de nós, e é muito triste se dar conta de que não restou mais qualquer privacidade neste mundo insano.
É triste, mas é fato; intimidade é coisa do século passado.
De Bruno Astuto na revista Época
Tudo pode ser usado contra você, até uma singela foto numa mesa de bar com os amigos, brindando com um copão de chope. Caso de uma conhecida minha que foi demitida, sem mais nem menos, do emprego. Ela mantinha em seu Facebook um álbum de fotos batizado ‘Drinks’, em que aparecia sempre segurando um copo de bebida alcoólica na mão, em situações festivas. Pois, bem depois de sua demissão, ela descobriu que um colega do trabalho mostrou ao chefe aquele álbum, dizendo-se “preocupado” com o apreço dela pelo álcool e que talvez fosse por isso que ela não conseguiu cumprir uma determinada tarefa. Os psicopatas estão à espreita.
Mas você pode argumentar que o que faz na vida privada não tem nada a ver com sua persona pública; que jamais vai deixar de compartilhar seus momentos de alegria e lazer com os amigos; ou que não merece viver com medo dos prejuízos que uma a pessoa mal intencionada possa desejar lhe causar. Pois quem avisa amigo é: com tantos exemplos se espalhando por aí, essa postura deixou de ser ingênua para ser tola. Se qualquer criança de oito anos sabe burlar uma senha de celular, imagine um bandido pronto para tirar vantagem de um momento de fraqueza. Então vamos combinar que não pode:
1. No ápice do sexo, deixar-se fotografar pelo parceiro. Nem todo amor dura para sempre, e a maioria dos romances termina com grandes ressentimentos
2. Postar incessantemente fotos narcisistas de seu corpinho semidesnudo na praia, na piscina, na academia. Está carente, precisando de confete? Procure um analista
3. Deixar que as pessoas cliquem ou filmem você em momentos de total relaxamento, sobretudo aqueles em que você está mais “vulnerável” a julgamentos, como bebendo, de biquíni, gritando, colocando a língua para fora num momento de êxtase
4. Publicar fotos de crianças pequenas — elas ainda não têm idade para frequentar o Facebook nem o livre-arbítrio para desejar estar na rede
5. Postar grandes desabafos de natureza pessoal. Hoje você não é apenas julgado por aquilo que diz, mas também pelo que publica. As pessoas tendem a traçar um perfil seu — triste, alegre, deprimido, narcisistas — a partir desses posts, que não necessariamente refletem sua personalidade, mas apenas um momento de fragilidade
Soube de uma pessoa que detonou uma operadora de cartão de crédito por causa do telemarketing. Meses depois, quando pintou a chance de trabalhar a empresa, seu perfil no Twitter foi rastreado e a reclamação virou um ponto em desfavor na entrevista.
Se lhe cansa o fato de que, nas redes sociais, as pessoas são sempre felizes, bem-sucedidas e realizadas, dê um tempo do mundo virtual e vá arejar a cabeça. Essas pessoas não são bobas; são apenas inteligentes.
Fotos de cachorros, pratos, cartazes, peças de teatro, flores, da lua (como vimos ontem à noite): ninguém aguenta mais, mas elas não oferecem o menor risco. Permitem que você se mantenha ativo na rede sem se queimar e ainda se divirta com a indiscrição — dos outros.
Antes de postar qualquer coisa, pense que seu chefe, sua mãe, sua ex e sua futura namoradas poderão vê-la um dia. Cole esses nomes num post-it amarelo na tela do computador, e seus dedos congelarão, como num passe de mágica.
E uma última observação: li comentários muito infelizes sobre o episódio de Carolina Dieckmann. Uma famosa, que recentemente teve a foto do filho recém-nascido publicada sem autorização (o que a deixou furiosa), debochou da atriz; um twitteiro disse que ela “mereceu” o que teve porque não deveria ter tirado as fotos. Pois Carolina, casada e mãe de dois filhos, foi vítima de um crime medonho, cujo autor espero que seja encontrado e exemplarmente condenado. O que lhe aconteceu pode ocorrer com qual-quer um de nós, e é muito triste se dar conta de que não restou mais qualquer privacidade neste mundo insano.
É triste, mas é fato; intimidade é coisa do século passado.
De Bruno Astuto na revista Época
sexta-feira, 4 de maio de 2012
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