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quinta-feira, 23 de abril de 2015

O SEXO REDEFINIDO / DR. DRAUZIO VARELLA

A ideia de que existam apenas dois sexos separados pela presença ou ausência de um cromossoma Y, é simplista. Os cromossomas podem dizer uma coisa, enquanto ovários, testículos, hormônios e a anatomia sexual indicam outra direção.
Descritas como distúrbios de desenvolvimento sexual, condições intersexuais ocorrem em 1% dos seres humanos. Claire Ainsworth publicou uma revisão sobre o tema na revista Nature, uma das mais respeitadas no mundo científico. A discussão se ateve ao lado biológico, não foram abordados aspectos comportamentais.
Quando a genética é levada em consideração, a linha divisória entre os sexos fica nebulosa. Pequenas variações nos genes envolvidos no desenvolvimento sexual exercem efeitos sutis ou marcantes na anatomia e na fisiologia.
Estudos recentes mostram que somos formados por células geneticamente díspares, algumas das quais com cromossomas sexuais que não combinam com os do resto do organismo. A diversidade genética existente nos tecidos de uma pessoa nem sempre se enquadra na ortodoxia binária: masculino/feminino.
Até a quinta semana de vida, o embrião tem potencial para formar órgãos de ambos os sexos. A partir da sexta, surgem as estruturas gonadais que formarão as tubas e o útero da futura menina ou os dutos eferentes, vesículas seminais e os epidídimos.
O ambiente hormonal gerado por ovários ou testículos condicionará o desenvolvimento dos órgãos sexuais externos e, na puberdade, as características secundárias. Desequilíbrios entre as moléculas responsáveis por essas etapas causarão efeitos dramáticos na definição do sexo.
Mutações nos genes que controlam tais eventos moleculares, podem resultar em características tipicamente femininas em indivíduos XY ou masculinas em pessoas XX.
Trata-se de um processo complexo de diferenciação, no qual a identidade das gônadas e dos caracteres sexuais secundários emerge num contexto entre duas redes opostas de genes, uma das quais inibe a expressão da outra.
Modificações da estrutura desses genes e das moléculas codificadas por eles deslocam o equilíbrio das características sexuais para torná-las mais condizentes ou mais distantes do binário XX ou XY.
A conclusão é que, do ponto de vista genético, existe entre as mulheres e os homens típicos um espectro de pessoas com variações cromossômicas sutis, moderadas ou acentuadas. Neste último caso, as gônadas chegam a ser mistas (ovotestis), os cromossomas podem ser XX, XY ou uma mistura de ambos e os genitais externos têm aparência ambígua.
O dogma de que cada célula contém exatamente o mesmo set de genes está ultrapassado. Em alguns casos, os cromossomas se misturam no óvulo fertilizado, de modo que um embrião que iniciou como XY pode perder o cromossoma Y em um grupo de células (mosaicismo).
Se a maioria de suas células for XY, a aparência física será de homem. Se a maioria for XX, a mulher terá ovários atrofiados e baixa estatura (síndrome de Turner).
Cromossomas de sexos diferentes na mesma pessoa também surgem quando dois óvulos fertilizados se fundem no início do desenvolvimento (quimerismo), distúrbio que ocorre em 1% dos nascimentos.
Nos anos 1970, ficou demonstrado que células-tronco do feto cruzavam a placenta, caíam na circulação materna e não eram rejeitadas (microquimerismo). Outras células seguiam no caminho oposto: da mãe para o feto.
Vinte anos mais tarde, nova surpresa: essas células podem sobreviver décadas. Foram encontradas células XY até no cérebro de mulheres autopsiadas, a mais velha das quais tinha 94 anos.
Células com essa origem se integram aos tecidos em que se instalam, adquirindo funções especializadas — como formar novos neurônios, por exemplo.
Hoje, sabemos que células XX e XY se comportam de forma diversa, independente dos hormônios sexuais.
À medida que a Biologia deixa claro que o conceito de sexo envolve um espectro, a sociedade e as leis terão que decidir como traçar a linha divisória entre os gêneros. Devem ser considerados os cromossomas, as células, os hormônios ou a anatomia externa? E o que fazer quando esses parâmetros se contradizem?
Diante de tal complexidade, não seria mais sensato considerarmos irrelevante o sexo ou o gênero de qualquer pessoa?


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Pedir e receber perdão / DANIEL MARTINS DE BARROS

Pedir desculpas e desculpar podem ser difíceis. O rancor é automático, o perdão é mais sofisticado.
Mas pesquisas mostram que tanto um como outro têm grande impacto em nossa vida mental e na saúde como um todo.

É difícil pedir desculpas? Talvez essa cena deletada do premiado seriado Louie, escrito, dirigido, interpretado e editado pelo brilhante comediante americano Louis CK – o cara da comédia, atualmente – possa ajudar (assista). Ao ensinar a filha mais nova a se desculpar, mesmo que tenha sido “sem querer”, a vinheta mostra bem a genialidade de CK, que parece um maestro capaz de orquestrar nossas diversas emoções, choro, riso, raiva e até schadenfreude com harmonia e precisão.
Se soubéssemos o poder real do pedido de desculpas seríamos mais dispostos a utilizá-lo. Ano passado foi publicada uma pesquisa mostrando como desculpar-se interfere na decisão da pessoa ofendida. A taxa de perdão foi duas vezes e meia maior entre as pessoas que receberam uma mensagem se desculpando. Mas é interessante notar que elas demoraram mais para tomar sua decisão – exames de Ressonância Magnética mostraram que mais áreas do cérebro foram recrutadas pelas pessoas que decidiram perdoar, o que levou mais tempo. Quando alguém se desculpa, não pensamos mais apenas racionalmente para decidir se aquilo foi justo; nesse momento a empatia entra em cena, para decidir se é perdoável. O rancor é automático, o perdão é sofisticado.
Mas se pedir perdão é eficaz, perdoar, então, é um mecanismo psicológico muito mais poderoso do que se imagina. Quando sentimos alguma injustiça – seja por sofrermos algo, sermos privados do que merecíamos etc – temos a tendência de buscar reparação. Como essa nem sempre é possível, cria-se uma sensação de ressentimento, raiva, amargura, desconforto associados à injustiça – o tal rancor automático. Esse estado, contudo, é bastante estressante, e se torna prejudicial ao organismo como um todo. Perdoar é um processo – e não um momento – de redução gradual dessas emoções negativas. Existem outras formas de reduzir a sensação de injustiça – vingança, condenação judicial do ofensor, crença na reparação divina, justificação da conduta do outro – mas elas não são eficazes como o perdão real. Quando de fato se perdoa, o estresse associado ao ressentimento diminui a ponto de suas consequências serem fisicamente notáveis – diversos estudos mostram redução da pressão arterial, da frequência cardíaca, da tensão muscular. Além do quê, quem perdoa experimenta maior relaxamento, mais bem estar e sensação de controle.
A decisão racional de perdoar é diferente do perdão emocional, contudo. Ao decidir perdoar, a pessoa reduz a hostilidade mas não necessariamente se livra das emoções negativas; o perdão emocional, aquele em que se abandona de fato o rancor, este sim está associado à redução do estresse e restauração das emoções positivas.
Claro que nem sempre é fácil. Mas mais do que isso, nem sempre desejamos perdoar – ficamos com aquela sensação de que, se o fizermos, estaremos saindo no prejuízo. Ok, você pode decidir guardar sua mágoa. Mas o faça consciente de que, sem a menor sombra de dúvida, quem sofre com isso é você.

VIU ESSA? – LIVROS PARA COLORIR PARA ADULTOS: UMA FERRAMENTA ANTI-STRESS / Ane Caroline Janiro

Johanna Basford, uma ilustradora britânica teve a ideia de criar livros com seus desenhos em preto e branco, com a finalidade de comercializá-los para que sejam coloridos por adultos. A ideia tem dado certo. Johanna já vendeu quase 2 milhões de cópias de seus livros!
E por que será esse grande interesse do público neste material? A ilustradora garante que é uma ótima ferramenta anti stress.


“Para mim, gráficos gerados por computador podem ser frios e sem alma, enquanto o desenho à mão capta uma sensação de energia e caráter que nenhum pixel poderá replicar”, diz ela.
Os desenhos nos livros foram inspirados em visitas feitas aos seus avós ainda quando ela era criança, na Escócia.
Realmente, colorir é uma excelente atividade anti stress! Além disso, quase todo mundo gostava de colorir quando criança e nada como resgatar velhos hábitos que nos trazem bem estar e boas lembranças!
Existe outra boa razão para aderir a essa atividade, e esta razão é explicada pela Arteterapia.
A arteterapia explora a criatividade utilizando recursos artísticos expressivos e frisa que a arte é fonte de transformações e, neste contexto, a “vida tende a pulsar e possibilidades várias de compreensão da natureza das coisas e do ser humano se fazem iminentes.”
Assim, a arteterapia possibilita que qualquer indivíduo entre em contato com seu universo interno, com aqueles que estão à sua volta e com o mundo.
Existem outras possibilidades também, como pinturas em telas, em tecidos, ou mesmo montar seu próprio “livro para colorir” em casa. O que vale é encontrar aquilo que lhe desperte bem estar e funcione como sua “válvula de escape”.

sábado, 18 de abril de 2015

Vaginismo / Site Minha Vida

O que é Vaginismo?

O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual, sem causa física. Alguns estudos questionam a causa destes mecanismos que levam à dor como sendo desencadeada da mesma maneira que a vulvodinea localizada, que é a dor pela manipulação da entrada da vagina.
É frequente nos depararmos com casais que não expõem este tipo de problema, o que acaba levando a sentimentos de raiva, culpa, frustração, rejeição e distanciamento entre o casal. Alguns estudos mostram que menos de 30% das pacientes com sintomas do vaginismo se consultam por este problema. Por isso, sua incidência é muito difícil de estimar, mas pode ocorrer em cerca de 5% a 17% das queixas.

Causas

É importante diferenciar o vaginismo de outras dores que podem ocorrer antes, durante ou depois da relação sexual, as chamadas dispareunias. Existem inúmeras causas de dispareunias, como infecções, atrofia, mal formações, falta de lubrificação, problemas urinários, intestinais e ginecológicos. O vaginismo pode ser um dos diagnósticos já que, muitas vezes, ocorre sobreposição entre eles. O problema pode ser dividido conforme a época do aparecimento, em primário quando ocorre desde o inicio da vida sexual e secundário quando acontece depois de um período de relações normal. As causas do vaginismo ainda não são bem conhecidas, provavelmente multifatoriais. O vaginismo primário está mais relacionado a um mecanismo psicossomático e, o secundário, a uma experiência negativa real ou imaginaria. Independentemente da causa, ela funciona como um ciclo: medo da dor, ansiedade, contração e dor. Por ser multifatorial, é impossível focar apenas nas causas psicológicas ou só nas orgânicas.

Fatores de risco

A resposta sexual psicofisiológica da mulher depende de inúmeras causas desde como foi o desenvolvimento da sua sexualidade, educação, tabus, religiões, moral, personalidade, histórias de abuso, falta de conhecimento sexual, cultural etc. A falta de atitude positiva em relação ao prazer sexual também é um fator importante.

Os sintomas mais comuns de vaginismo são:

Buscando ajuda médica

A dor, dificuldade na relação sexual, dúvidas e necessidade de ajuda são motivos que indicam a necessidade de uma consulta médica. Além disso, é um momento e uma grande oportunidade de melhorar a comunicação, aproximação do casal, autoconhecimento e autoestima.

Diagnóstico de Vaginismo

O diagnóstico do vaginismo é feito pelo histórico do paciente, exame clínico e por exames de imagem, se necessário, para afastar algum problema orgânico.

Tratamento de Vaginismo

O médico deve, sempre que possível, avaliar o casal, condições de tratamento etc. Existem médicos, psicólogos e terapeutas especializados nestes problemas que devem ser consultados para evitar frustração por tratamentos inadequados.
Deve-se tratar com medicamentos doenças associadas que podem causar dor como infecção, e hormônios para atrofia. Alguns trabalhos incluem gel anestésico e Botox para ajudar a relaxar a musculatura. Após excluir e tratar as causas orgânicas é importante dar apoio emocional, orientar a paciente a conhecer seu próprio corpo, avaliar a necessidade de tratamento por psicoterapia, fisioterapia do assoalho pélvico (exercícios de Kegel), terapia cognitiva-comportamental, biofeedback, focando no componente da dor.
As cirurgias podem ajudar a corrigir os problemas anatômicos, mas no vaginismo já são excluídos estas doenças.

Complicações possíveis

A principal complicação da falta de tratamento para o vaginismo é a perda da oportunidade do desenvolvimento psicológico da mulher e do casal. São aqueles momentos difíceis da vida que é necessário atravessar, deixar de lado o pseudo conforto e a segurança da dor já conhecida e enfrentar uma parte oculta e desconhecida.
O "órgão" sexual mais importante é o cérebro. O do desenvolvimento da sexualidade e como ela é digerida e absorvida é diferente para cada pessoa. O ideal seria que a pessoa se conhecesse melhor tanto do ponto de vista psicológico, como do anatômico e do fisiológico. É importante avaliar a necessidade de alguma intervenção no desenvolvimento das atitudes negativas em relação a sexualidade. O indivíduo tem necessidades diferentes nas fases da sexualidade desde que é feto até a morte e isso deve ser feito de maneira mais natural e saudável possível.
FONTE:
  • Fabio Laginha, ginecologista e mastologista, coordenador da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho e especialista Minha Vida (CRM 42141-SP)



terça-feira, 14 de abril de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Abuso emocional na infância tem efeitos devastadores... / Mariana Vicili

A sabedoria popular já ensina que a palavra proferida, assim como uma pedra atirada, não tem volta. Um artigo publicado recentemente no Journal of Psychiatric Research, mostra que ela, dependendo do contexto, também pode ser extremamente prejudicial na formação da personalidade das crianças. O estudo, coordenado pelo professor Diogo Lara, da Faculdade de Biociências da PUCRS, mostra que basta um pouco de abuso emocional em casa durante a infância (ofensas, humilhações) para que a pessoa deixe de se sentir saudável. As chances de tentativa de suicídio aumentam 17 vezes quando esse tipo de abuso ocorre em um nível grave, o que acontece em cerca de 15% da população. Além do abuso, a negligência emocional (falta de carinho, de amor, valorização) também pode ter efeitos devastadores.
O estudo foi feito com base num questionário on-line respondido anonimamente por 10.800 pessoas de todo o Brasil. “Fizemos uma relação entre trauma de infância e traços de personalidade. A primeira coisa que chamou a atenção é que, quanto mais traumas a pessoa tem, piores são os traços que apresenta relacionados à ansiedade, atenção, foco, capacidade de resolver problemas, maturidade, raiva e estabilidade emocional, entre outros. A mente como um todo fica prejudicada; é um desastre global para a personalidade. Essa é uma questão importante que hoje está mudando dentro da neurociência, porque é preciso se entender o cérebro como um sistema integrado”, conta Lara.
Durante o teste, das pessoas que relataram ter passado por nenhum ou quase nenhum trauma (emocionais e/ou físicos) em casa durante a infância, 40% se consideraram saudáveis, confiantes, com bom humor, boa disposição. Dentre os que relataram um grau leve de trauma emocional, esse número já caiu para 20%.
“Basta um pouco de trauma emocional para cair pela metade as chances de alguém não se considerar uma pessoa saudável. Os estudos feitos anteriormente apenas com personalidades doentias e traumas graves não conseguiam observar essa proeminente queda de saúde com tão pouco trauma de ordem emocional”, observa professor.
Segundo o estudo, são muito mais comuns abusos e negligências do ponto de vista emocional. Mais de 50% da população teria passado por algum grau de abuso ou negligência desse tipo, 15% a 20% num nível grave. “O que realmente marca as pessoas de forma negativa é o abuso emocional, são as ofensas, humilhações, a falta de carinho, de apoio, de se sentir amado. O nosso organismo, há muito tempo, vem se desenvolvendo e evoluindo para lidar com a adversidade física, e o faz de maneira espetacular.  Entretanto, temos apenas cerca de 100 mil anos de linguagem, ainda não tivemos tempo de evoluir para termos um mecanismo de defesa emocional quando o nosso pai ou mãe, que são nossas primeiras referências na vida, dizem que somos idiotas. Acabamos acreditando que realmente somos e isso afeta a nossa autoestima de modo profundo.  É necessário fazer ações para combater isso. O que é mais importante para um pai do que querer que o seu filho não tenha um conceito negativo sobre si mesmo?”, alerta Diogo Lara.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

FUNKEIRA DE APENAS 8 ANOS EXPÕE A EROTIZAÇÃO INFANTIL / FONTE: JORNAL EXTRA

MC MELODY, DE 8 ANOS, CAUSA POLÊMICA E PAI DEFENDE: ‘É SÓ PORQUE ELA CANTA FUNK’
Além de ir à escola, passear no shopping com a família e brincar de boneca, a rotina de Melody Abreu, de 8 anos, inclui atividades prá lá de incomuns a uma criança: fazer shows de funk, gravar vídeos e abastecer sua página no Facebook. A pequena MC de São Paulo está causando polêmica na internet e já teve uma página no Facebook com 150 mil fãs (conquistados em um período de 20 dias) tirada do ar por conta de denúncias de usuários da rede social. Segundo o pai e empresário da menina, Thiago Abreu, de 26 anos, também conhecido como MC Belinho, isso não os incomoda e não os fará desistir da carreira musical.
— Ela canta desde pequena, desde que tinha 2 anos.
Recebemos críticas do Brasil inteiro, principalmente de estados onde o funk não é popular, gente do Rio e de São Paulo não critica. Já estamos acostumados com isso. As pessoas denunciam porque não aguentam ver uma criança de 8 anos fazer as caras e bocas que ela faz. Tem muita criança que queria fazer o que ela faz e não consegue. Ela faz tudo sozinha, eu não mando ela fazer nada. Falam que vão denunciar pro Conselho Tutelar, mas não vamos parar, podem denunciar até pro papa. Falam que vão tirar a guarda dela. Tem é que denunciar criança que vende bala e chiclete na rua, criança que mora em abrigo. Ela estuda, é educada, a gente dá tudo do bom e do melhor.
Thiago espera recuperar a primeira página que criou para a filha no Facebook, mas, enquanto isso, criou uma nova há uma semana, que já reúne mais de 28 mil fãs e é abastecida pela própria Melody, sob a supervisão do pai. O EXTRA entrou em contato com o Facebook para saber quais foram os termos de usuário violados pela página que foi tirada do ar e ainda não recebeu resposta.
— Por mais que tenha atitude de uma menina de 12 ou 13 anos, ela ainda é criança, então eu supervisiono. Tem coisa que ela quer colocar e eu sei que as pessoas vão criticar demais, então falo pra não postar. Ela quer colocar coisas de família e eu digo: "Não posta. Isso é página de artista, não pode expor a família".
A carreira da menina está causando polêmica nas redes sociais e as opiniões dos usuários são bem divididas. Enquanto uns elogiam o talento dela e desejam sorte na carreira, outros acusam seus pais de hipersexualização e exposição. Alguns homens inclusive dizem que ela é "uma delicinha" e "um monumento de mulher". Melody já chamou a atenção de grupos feministas e também da página de humor “Irmã Zuleide”, que publicou: “Antes da internet, como você fazia pra passar vergonha? Tá repreendido em nome de Jesus”, ironizou. Segundo Thiago, as críticas só existem porque Melody canta funk.
Falam mal só pelo funk. Quando saiu o clipe de “Single ladies”, da Beyoncé, havia vários vídeos de crianças de 2 anos dançando de biquíni e maiô e ninguém reclamava. Ninguém falava de Sandy & Junior no início da carreira, dançando “Vai ter que rebolar” de shortinho. Só falam mal porque ela é MC. A Melody imita as caras e bocas que a Anitta faz e as pessoas acham isso demais (pra idade dela). Ela não está falando palavrão, não está ‘fazendo sensualidade’.
Apesar da justificativa do pai, na música “Fale de mim”, que, de acordo com ele, começou a ser feita em uma visita à casa do Mr. Catra, no Rio, Melody fala: “Pra todas as recalcadas aí vai minha resposta: se é bonito ou se é feio, mas é f*** ser gostosa”.
— Ah, se ‘f***’ for palavrão… Todo mundo fala ‘f***’ - desconversa Thiago, que disse ter um advogado a postos caso receba alguma intimação do Conselho Tutelar.
Toda a família de Melody trabalha com funk. Além do pai, MC Belinho, a irmã mais velha, Bella, de 10 anos, também é MC, canta na noite há três anos e participava dos shows do pai desde os 4 anos de idade.
— A página dela tinha 500 mil fãs, mas também derrubaram. Ela colocou aparelho (ortodôntico) agora e parou de cantar um pouco - conta Thiago. Além disso, a tia das meninas é cantora de funk e a mãe delas era dançarina, mas agora trabalha como assessora da família.
— A gente sabe o que está fazendo. Dizem “esses pais são loucos”, mas várias crianças aparecem em programas de TV, só que, ao invés de cantar funk, elas cantam sertanejo. Mas vão se expor do mesmo jeito.
Segundo o pai, Melody tem três participações na TV agendadas para o mês de abril. Sem contar os shows que faz em matinês aos domingos, Melody já canta em festas de aniversário - mas as apresentações só podem acontecer até meia-noite.
— Ela só faz domingueira (matinês aos domingos), quando ela faz show sábado, é em festa de aniversário. Baile funk nunca fez. Na última domingueira que ela era atração, fez show com o MC Gui. As pessoas falam: "Ah, vai um monte de pedófilo pra esses lugares", mas também tem menor de idade. Não é culpa nossa se entra menor ou maior de idade. Ela não vai deixar de ser cantora por isso não.
A menina estuda no turno da tarde e já precisou mudar de colégio por causa da carreira. Segundo o pai, ela é muito dedicada aos estudos e tira boas notas.
— Mudei ela de colégio uma vez e agora vou ter que mudar de novo por causa do assédio. Ela estuda em escola particular. Nos intervalos, as diretoras, professoras, todo mundo fica pedindo foto, pedindo pra ela cantar. (A carreira) não está prejudicando a vida dela, essas coisas acontecem quando você fica conhecido. Com certeza aconteceu com a Maisa (Silva) e os pais dela não a tiraram do programa. E agora está aí no SBT, ganhando muito dinheiro. Mas eu não penso só em dinheiro, isso é consequência. Estou ajudando minha filha a realizar um sonho. Faço por ela o que eu não tive quando era criança.