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sábado, 18 de abril de 2015

Vaginismo / Site Minha Vida

O que é Vaginismo?

O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual, sem causa física. Alguns estudos questionam a causa destes mecanismos que levam à dor como sendo desencadeada da mesma maneira que a vulvodinea localizada, que é a dor pela manipulação da entrada da vagina.
É frequente nos depararmos com casais que não expõem este tipo de problema, o que acaba levando a sentimentos de raiva, culpa, frustração, rejeição e distanciamento entre o casal. Alguns estudos mostram que menos de 30% das pacientes com sintomas do vaginismo se consultam por este problema. Por isso, sua incidência é muito difícil de estimar, mas pode ocorrer em cerca de 5% a 17% das queixas.

Causas

É importante diferenciar o vaginismo de outras dores que podem ocorrer antes, durante ou depois da relação sexual, as chamadas dispareunias. Existem inúmeras causas de dispareunias, como infecções, atrofia, mal formações, falta de lubrificação, problemas urinários, intestinais e ginecológicos. O vaginismo pode ser um dos diagnósticos já que, muitas vezes, ocorre sobreposição entre eles. O problema pode ser dividido conforme a época do aparecimento, em primário quando ocorre desde o inicio da vida sexual e secundário quando acontece depois de um período de relações normal. As causas do vaginismo ainda não são bem conhecidas, provavelmente multifatoriais. O vaginismo primário está mais relacionado a um mecanismo psicossomático e, o secundário, a uma experiência negativa real ou imaginaria. Independentemente da causa, ela funciona como um ciclo: medo da dor, ansiedade, contração e dor. Por ser multifatorial, é impossível focar apenas nas causas psicológicas ou só nas orgânicas.

Fatores de risco

A resposta sexual psicofisiológica da mulher depende de inúmeras causas desde como foi o desenvolvimento da sua sexualidade, educação, tabus, religiões, moral, personalidade, histórias de abuso, falta de conhecimento sexual, cultural etc. A falta de atitude positiva em relação ao prazer sexual também é um fator importante.

Os sintomas mais comuns de vaginismo são:

Buscando ajuda médica

A dor, dificuldade na relação sexual, dúvidas e necessidade de ajuda são motivos que indicam a necessidade de uma consulta médica. Além disso, é um momento e uma grande oportunidade de melhorar a comunicação, aproximação do casal, autoconhecimento e autoestima.

Diagnóstico de Vaginismo

O diagnóstico do vaginismo é feito pelo histórico do paciente, exame clínico e por exames de imagem, se necessário, para afastar algum problema orgânico.

Tratamento de Vaginismo

O médico deve, sempre que possível, avaliar o casal, condições de tratamento etc. Existem médicos, psicólogos e terapeutas especializados nestes problemas que devem ser consultados para evitar frustração por tratamentos inadequados.
Deve-se tratar com medicamentos doenças associadas que podem causar dor como infecção, e hormônios para atrofia. Alguns trabalhos incluem gel anestésico e Botox para ajudar a relaxar a musculatura. Após excluir e tratar as causas orgânicas é importante dar apoio emocional, orientar a paciente a conhecer seu próprio corpo, avaliar a necessidade de tratamento por psicoterapia, fisioterapia do assoalho pélvico (exercícios de Kegel), terapia cognitiva-comportamental, biofeedback, focando no componente da dor.
As cirurgias podem ajudar a corrigir os problemas anatômicos, mas no vaginismo já são excluídos estas doenças.

Complicações possíveis

A principal complicação da falta de tratamento para o vaginismo é a perda da oportunidade do desenvolvimento psicológico da mulher e do casal. São aqueles momentos difíceis da vida que é necessário atravessar, deixar de lado o pseudo conforto e a segurança da dor já conhecida e enfrentar uma parte oculta e desconhecida.
O "órgão" sexual mais importante é o cérebro. O do desenvolvimento da sexualidade e como ela é digerida e absorvida é diferente para cada pessoa. O ideal seria que a pessoa se conhecesse melhor tanto do ponto de vista psicológico, como do anatômico e do fisiológico. É importante avaliar a necessidade de alguma intervenção no desenvolvimento das atitudes negativas em relação a sexualidade. O indivíduo tem necessidades diferentes nas fases da sexualidade desde que é feto até a morte e isso deve ser feito de maneira mais natural e saudável possível.
FONTE:
  • Fabio Laginha, ginecologista e mastologista, coordenador da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho e especialista Minha Vida (CRM 42141-SP)



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