"Nós nos consumimos, nós nos destruímos.
Revivemos todas as manhãs, reinventando-nos.
Tentando a todo custo não olhar para as mãos calejadas, os olhos assustados, o peito cheio.
Recriminamos quem nos avisa do perigo.
Bajulamos quem só nos diz o que queremos ouvir.
Sabemos da verdade.
Nosso coração sempre está adiante.
Preenchemos nossos vazios espaços com inutilidades.
Fingimos felicidade.
Negamos as tristezas.
Rezamos sem prestar atenção na oração proferida.
Discriminamos os aventureiros.
Agredimos a nós mesmos.
Absorvemos informações equivocadas.
Perseguimos o que não podemos alcançar.
Tendemos a nos sentir sozinhos dentre tantos.
E continuamos sendo um mundo de vastidão.
Escondemos nossas riquezas maiores.
Nos enaltecemos com coisas pequenas.
Sangramos pelo óbvio.
Fingimos frieza com o válido.
Seguramos as expressões para não sermos mal interpretados.
Expressamos-nos da força errada.
Falamos demais.
Sentimos de menos.
Qual a pobreza da humanidade, quando ainda julgamos as lutas de todos?
Por que ainda ha guerras?
Por que pessoas ainda se sentem acima do bem e do mal, manipulando, transferindo e destilando ruindades?
Qual veneno lhe parece mais amargo?
Qual a dor que te convém?
Em que mundo você vive?
Por que não podemos viver as verdades, cada um, a sua?
Sim, todos, cada qual tem as suas!
Respeitemos-nos.
Não subjuguem ninguém.
Todos estamos aqui para aprender algo.
Todos existimos para ensinar muito.
Experimente."
Esse blog não trata só de abusos, principalmente sexual. Há um segundo blog com os depoimentos. É claro que o tema é relevante, mas o blog trata de outros temas diversos, principalmente culturais.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
sábado, 19 de julho de 2014
RUBEM ALVES
"Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. De alguma forma a gota de chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora.
Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a própria dialética do divino.
Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça.
Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta,a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro."
"Compreendi, então,
que a vida não é uma sonata que,
para realizar a sua beleza,
tem de ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário,
de que a vida é um álbum de mini-sonatas.
Cada momento de beleza vivido e amado,
por efêmero que seja,
é uma experiência completa
que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e amor
justifica a vida inteira."
"Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que não podem ser ajudadas.
Tem que acontecer de dentro para fora."
"Na saudade descobrimos que pedaços de nós já ficaram para trás.
E descobrimos, na saudade, uma coisa estranha: desejamos encontrar, no futuro, aquilo que já experimentamos como alegria, no passado.
Só podemos amar o que um dia já tivemos."
Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a própria dialética do divino.
Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça.
Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta,a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro."
"Compreendi, então,
que a vida não é uma sonata que,
para realizar a sua beleza,
tem de ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário,
de que a vida é um álbum de mini-sonatas.
Cada momento de beleza vivido e amado,
por efêmero que seja,
é uma experiência completa
que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e amor
justifica a vida inteira."
"Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que não podem ser ajudadas.
Tem que acontecer de dentro para fora."
"Na saudade descobrimos que pedaços de nós já ficaram para trás.
E descobrimos, na saudade, uma coisa estranha: desejamos encontrar, no futuro, aquilo que já experimentamos como alegria, no passado.
Só podemos amar o que um dia já tivemos."
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Diga Não a Pedofilia No Brasil / Delair Zermiani
Olá!
Eu criei uma petição pública e gostaria muito de sua ajuda para coletar assinaturas. Ela se chama: SALVE CRIANÇAS VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E EX-VÍTIMAS A SUPERAR ISSO! Destina-se ao Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves.: Que o PL 4754/2012 seja votado e aprovado com máxima urgência, se possível, antes da Copa. Eu fui à Brasília duas vezes, uma para esse Projeto de Lei ser criado e outra para ser votado. Mas isso é moroso e ainda não há muito interesse nos parlamentares em enxergar esse problema social...
Eu criei uma petição pública e gostaria muito de sua ajuda para coletar assinaturas. Ela se chama: SALVE CRIANÇAS VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E EX-VÍTIMAS A SUPERAR ISSO! Destina-se ao Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves.: Que o PL 4754/2012 seja votado e aprovado com máxima urgência, se possível, antes da Copa. Eu fui à Brasília duas vezes, uma para esse Projeto de Lei ser criado e outra para ser votado. Mas isso é moroso e ainda não há muito interesse nos parlamentares em enxergar esse problema social...
Eu realmente me preocupo sobre este assunto (assim como você) porque sou uma sobrevivente desse inferno (Youtube - Pedofilia e Incesto - Superação do Trauma). E juntos nós podemos fazer algo maior a respeito disso! Cada pessoa que assina nos ajuda a chegar mais próximo do objetivo de 100.000 assinaturas -- será que você pode me ajudar assinando a petição?
Essa é minha missão e a minha bandeira! Quando esse Projeto de Lei virar lei realmente terá valido à pena passar por tudo o que passei. Que tal tirar muitas crianças desse inferno e contribuir para a recuperação de tantos que também foram vítimas? Se não nos mobilizarmos corremos o risco de aceitar a pedofilia como opção sexual (como já ocorre em alguns países dos EUA, na Holanda e na França). Por favor, junte-se à nós?
Clique aqui para ler mais a respeito e assine:
http://www.avaaz.org/po/petition/Para_o_Presidente_da_Camara_dos_Deputados_Henrique_Eduardo_Alves_Que_o_PL_47542012_seja_votado_e_aprovado_com_maxima_urg/?launch
http://www.avaaz.org/po/petition/Para_o_Presidente_da_Camara_dos_Deputados_Henrique_Eduardo_Alves_Que_o_PL_47542012_seja_votado_e_aprovado_com_maxima_urg/?launch
Campanhas como esta sempre começam pequenas, mas elas crescem quando pessoas como nós se envolvem -- por favor reserve um segundo agora mesmo para nos ajudar assinando e passando esta petição adiante.
Posso contar com seu apoio divulgando para sua rede de contatos?
Muito obrigada!
Delair Borges Zerrmiani
Idealizadora e fundadora da ONG "EVAS - Ex-Vítimas de Abuso Sexual".
Idealizadora e fundadora da ONG "EVAS - Ex-Vítimas de Abuso Sexual".
Unicef no Brasil
Hoje, 18 de julho, é o Dia Internacional Nelson Mandela. #Mandeladay#NelsonMandela
"Meus queridos jovens: vejo a luz em seus olhos, a energia de seus corpos e a esperança que está em seu espírito. Sei que são vocês, e não eu, que farão o futuro. São vocês, e não eu, que consertarão nossos erros e levarão adiante tudo que está certo no mundo.
Se eu pudesse, de boa-fé, prometer-lhes a infância que eu tive, eu prometeria. Se eu pudesse prometer-lhes que cada um de seus dias será um dia de aprendizado e de crescimento, eu prometeria. Se eu pudesse prometer-lhes que nada – nem guerras, nem pobreza, nem injustiças – privará vocês de seus pais, de seu nome, de seu direito a uma boa infância, e que essa infância levará vocês a uma vida plena e frutífera, eu prometeria.
Mas prometerei apenas o que eu sei que posso cumprir. Vocês têm a minha palavra de que continuarei a aplicar tudo que aprendi no começo de minha vida, e tudo que aprendi a partir de então, para proteger seus direitos. Trabalharei todos os dias de todas as maneiras que conheço para apoiá-los enquanto crescem. Buscarei suas vozes e suas opiniões, e farei com que outras pessoas também as ouçam.
(...)
Cada um de vocês é uma pessoa única, que tem direitos, que merece respeito e dignidade. Cada um de vocês merece ter o melhor começo de vida possível, para completar uma educação básica da mais alta qualidade, para que possa desenvolver plenamente seu potencial e ter a garantia das oportunidades de uma participação significativa em suas comunidades. E enquanto cada um de vocês, quem quer que seja, não usufruir de seus direitos, eu, Nelson, e eu, Graça [Machel], não descansaremos."
Se eu pudesse, de boa-fé, prometer-lhes a infância que eu tive, eu prometeria. Se eu pudesse prometer-lhes que cada um de seus dias será um dia de aprendizado e de crescimento, eu prometeria. Se eu pudesse prometer-lhes que nada – nem guerras, nem pobreza, nem injustiças – privará vocês de seus pais, de seu nome, de seu direito a uma boa infância, e que essa infância levará vocês a uma vida plena e frutífera, eu prometeria.
Mas prometerei apenas o que eu sei que posso cumprir. Vocês têm a minha palavra de que continuarei a aplicar tudo que aprendi no começo de minha vida, e tudo que aprendi a partir de então, para proteger seus direitos. Trabalharei todos os dias de todas as maneiras que conheço para apoiá-los enquanto crescem. Buscarei suas vozes e suas opiniões, e farei com que outras pessoas também as ouçam.
(...)
Cada um de vocês é uma pessoa única, que tem direitos, que merece respeito e dignidade. Cada um de vocês merece ter o melhor começo de vida possível, para completar uma educação básica da mais alta qualidade, para que possa desenvolver plenamente seu potencial e ter a garantia das oportunidades de uma participação significativa em suas comunidades. E enquanto cada um de vocês, quem quer que seja, não usufruir de seus direitos, eu, Nelson, e eu, Graça [Machel], não descansaremos."
Nelson Mandela, em Situação Mundial da Infância 2001
(UNICEF 2000)
(UNICEF 2000)
terça-feira, 15 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Mulheres vítimas de abusos sexuais têm serviço de referência
Mulheres vítimas de abusos sexuais têm serviço de referência
É importante que a mulher abusada procure os serviços de saúde até 72 horas depois de sofrida a violência
Criado no dia 26 de abril do ano passado para atender mulheres que sofrem violência sexual, o Ambulatório Girassol faz parte dos serviços ofertados pelo Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) em Goiânia. Agora, o ambulatório quer integrar o Grupo Gestor Intermunicipal (GGI), que está redesenhando a Rede de Atendimento às vítimas de violência em Goiânia. Os integrantes do GGI se reuniram na quinta-feira (10), na Diretoria de Atenção à Saúde (DAS), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A rede reúne integrantes de outras pastas, como a Guarda Civil Metropolitana, mas a maioria é da área de saúde, como a Divisão de Vigilância à Violência e a Divisão de Ciclos de Vida, ambas de diretorias da SMS. O grupo fará a próxima reunião no dia 8 de agosto, quando definirá novas ações de políticas de acolhimento e tratamento das vítimas da violência na Capital, uma vez que a criminalidade vem aumentando.
Importância
Segundo a coordenadora do Ambulatório Girassol, médica Maria Laura Porto, a ideia de entrar no grupo tem como objetivo atrair mais mulheres para o serviço que trabalha com equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros).
“É importante que a mulher vítima de violência sexual saiba que o primeiro serviço que deve procurar nas primeiras 72 horas é a saúde, pois é nesse período que os medicamentos fazem mais efeito, tanto para prevenir gravidez, quanto para evitar doenças sexualmente transmissíveis”, explica a médica. “Temos profissionais e serviços em pleno funcionamento para esse atendimento. As mulheres ainda sentem medo e vergonha, mas garantimos sigilo”, ressalta a coordenadora.
Laura Porto esclarece que depois de receber atendimento médico e psicológico, as pacientes recebem esclarecimentos sobre seus direitos legais por parte da assistência social e, só então, são encaminhadas, devidamente acompanhadas, para delegacias ou outras instâncias necessárias, como o Instituto Médico Legal (IML), onde são feitos exames periciais.
“Ao procurar a saúde primeiro, a mulher evita agravos desta violência”, destaca Laura Porto. O Ambulatório Girassol funciona das 8 às 12h, de segunda a sexta-feira, mas a vítima pode procurar a Maternidade Dona Iris, no serviço de emergência, todos os dias. O Girassol atende mulheres acima de 14 anos residentes em Goiânia.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
SONO DE PEDRA / Poema de Raquel Naveira. Ilustração de Liliane Lililane Gobbo
Durante o sono
Não era dono
De nada:
Nem de seu corpo,
De músculos relaxados,
Nem de sua consciência,
Suspensa
Como um fruto de outono.
Sono de pedra,
Sonhos
Feitos de minério
Colhido no leito dos rios
E dos caminhos.
Sono de pedra
Em que, às vezes,
Passava do opaco
Ao translúcido
Como um topázio
Que guarda em segredo
O seu mistério precioso.
Sono de pedra,
Cheio de limo
E umidade,
Palpável ao toque,
Quente
Como uma força ígnea.
Sono de pedra
Em que virava pilha
E acumulava energia
Natural das rochas.
(Jean-Antoine Houdon, Morpheus, 1777)
Não era dono
De nada:
Nem de seu corpo,
De músculos relaxados,
Nem de sua consciência,
Suspensa
Como um fruto de outono.
Sono de pedra,
Sonhos
Feitos de minério
Colhido no leito dos rios
E dos caminhos.
Sono de pedra
Em que, às vezes,
Passava do opaco
Ao translúcido
Como um topázio
Que guarda em segredo
O seu mistério precioso.
Sono de pedra,
Cheio de limo
E umidade,
Palpável ao toque,
Quente
Como uma força ígnea.
Sono de pedra
Em que virava pilha
E acumulava energia
Natural das rochas.
(Jean-Antoine Houdon, Morpheus, 1777)
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Sexualidade / APAE DE SÃO PAULO
Ao elegermos o tema da sexualidade, o fazemos por acreditar que o tema permeia todas as relações humanas, com implicação direta no desenvolvimento afetivo e social dos indivíduos.
Tratar do tema da sexualidade transversalmente ao tema da violência contra a criança e o adolescente, é abrir um espaço para a discussão e compreensão de uma modalidade de prática violenta, ainda pouco compreendida e debatida na sociedade: a violência sexual, abuso e exploração sexual comercial.
Entendemos, assim, que tanto a questão da violência, quanto a questão da sexualidade são aspectos constitutivos da formação do psiquismo e subjetividade humana.
A discussão da sexualidade ganha grande espaço e sofre forte transformação a partir das formulações e contribuições de Freud e da psicanálise no inicio do séc. XX, que rompe com conceitos dominantes até então, de uma sexualidade ligada exclusivamente à necessidade instintiva da reprodução humana, pelo coito entre um homem e uma mulher, para uma conceituação e compreensão da sexualidade mais abrangente e complexa que acompanha e perpassa a vida do individuo do nascimento à morte.
A compreensão da sexualidade deixa de ser meramente reprodutiva e passa a ocupar o espaço de elemento formador da constituição do psiquismo e da subjetividade humana.
Desde o nascimento o bebê irá experimentar, em sua relação com a mãe, sensações de prazer (alimentação, calor, aconchego, p.ex. ) e desprazer , fúria ( fome, cólica, frio, por.ex). Ao sentir fome, o bebê experimenta uma sensação ruim e de desconforto. A mãe atenta às necessidades de seu filho irá alimentá-lo, gerando uma experiência de prazer e satisfação. O bebê irá buscar, na relação com sua mãe, a repetição desta experiência de prazer. Assim sendo, podemos imaginar que toda experiência de prazer\desprazer, busca de satisfação, acontecerá na presença e na relação com outro ser humano, fundando assim a sexualidade.
Porém, não devemos confundir a sexualidade do bebê e da criança, pautada na busca da sobrevivência em um primeiro momento e da repetição de uma experiência prazerosa, posteriormente, com a sexualidade adulta, madura, genital e voltada para a relação sexual para obtenção de prazer e reprodução. São momentos distintos no desenvolvimento humano e assim devem ser vistos e compreendidos. Freud propôs uma compreensão do desenvolvimento infantil e da sexualidade humana em fases e etapas distintas, que são definidas por processos de maturidade bio-fisiológica e desenvolvimento afetivo. Tentaremos descrever as etapas descritas por Freud de forma resumida, para que possamos iniciar nossas reflexões e compreensão da sexualidade humana e sua relação com a violência e o abuso sexual da criança e do adolescente, com e sem deficiência intelectual.
Fase Oral – Momento do desenvolvimento que vai do nascimento até por volta dos 2 anos de idade e se caracteriza pela oralidade como forma de exploração do mundo exterior e busca de prazer pela criança. O mundo lhe será apresentado, neste período, através dos olhos e da fala da mãe.
Fase Anal – Ocorre dos 2 aos 4 anos de idade. É o momento em que a criança vivência o início da independência e da autonomia, onde irá experimentar a possibilidade de controlar suas próprias produções e o seu corpo. O aprendizado da marcha e da linguagem irão permitir que a criança experimente comunicar seus anseios e desejos. As relações, antes estritamente duais, passam a permitir a entrada de novos elementos, as relações triangulares. É comum, neste momento do desenvolvimento, crianças apresentarem comportamentos mais birrentos, testando e buscando o controle do ambiente a sua volta; em função disso é comum, neste momento, que pais e cuidadores respondam a estes comportamentos com violência, tirania e abuso, calando a voz da criança e coibindo suas ações e expressões.
Fase Fálica - Caminha dos 4 aos 6 anos aproximadamente. Fase crucial do desenvolvimento da subjetividade, onde ela viverá e tentará elaborar o Complexo de Édipo. A criança nesta fase irá se identificar com um dos pais, buscando encantar o outro. É o momento da interdição da criança, com a entrada na cultura. É a elaboração da interdição que irá nos constituir como sujeitos.
Fase de Latência - Ocorre dos 4 aos 10 anos. É o momento em que a criança trabalhará intensamente na elaboração e internalização das regras e normas sociais, passando a experimentá-las como elemento organizador. Neste momento, as crianças costumam ter preferência por jogos e brincadeiras mais estruturadas e se dividem por grupos de gênero. Meninos e meninas. A vida social e escolar ganha força e fica em destaque.
Puberdade e adolescência - Iniciando-se próximo aos 11 anos costuma alongar-se até por volta dos 19 anos de idade. Momento intenso na vida da criança, onde irá experimentar sentimentos ambíguos e contraditórios. A passagem da infância para a vida adulta. É necessário elaborar o luto pela perda do corpo infantil e acostumar-se com as intensas mudanças que irão transformá-lo em um corpo adulto. A curiosidade com o corpo do outro, com aspectos da sexualidade e o desejo sexual voltam à tona com força. Trata-se de momento de intenso conflito e contraposições com as figuras paternas e de autoridade, na busca de se diferenciar e se constituir como sujeito mais livre e autônomo.
“As crises da adolescência duram apenas um tempo e o tempo é seu remédio natural. Ou seja, existe um trabalho do tempo que opera mudanças. É claro que muitas vezes essas crises representam riscos que precisam ser considerados, porém, no atacado, se elas não forem impedidas, sempre acabam relativamente bem. Não se deve combatê-las, curá-las ou encurtá-las, mas acompanhá-las e explorá-las para que o sujeito tire o maior proveito delas” (Winnicott apud Pavan, 2003).
Tentamos apresentar aqui um recorte do tema sexualidade, apresentando alguns marcos do desenvolvimento, pelo olhar da psicanálise, trazendo à discussão e jogando luz na importância e na complexidade do tema para a formação da subjetividade e da identidade do sujeito.
O tema da sexualidade deve ser encarado com seriedade e cuidado e os mitos e tabus, que ainda persistem, devem ser desmistificados possibilitando lidar com o tema de forma mais livre e crítica.
A manifestação da sexualidade nas crianças não deve ser ignorada ou punida como atos desviantes. Muitas das dificuldades do adulto em tratar do tema da sexualidade de crianças com ou sem deficiência intelectual, consiste na impossibilidade do adulto em se distanciar de sua vivência da sexualidade, genital, e se aproximar da sexualidade infantil, pré-genital. Os adultos pensam e sentem necessidades sexuais diferentes da criança e do adolescente, que ainda estão em fase de construção de sua identidade e subjetividade.
Tratar do tema sexualidade com crianças, adolescentes e pessoas com deficiência intelectual, faz com que tenhamos que olhar para nossa própria experiência e sexualidade, questionar nossos mitos, crenças e valores. Por isto mãos à obra, temos muito trabalho pela frente.
Bibliografia indicada:
PAULA, A.R. de e REGEN, M. Sexualidade e a Pessoa com Deficiência - Reabilitação de Pessoas com Deficiência: A Intervenção em discussão. Editora ROCA, São Paulo, 2006.
PAULA. A.R. de e REGEN, M. Sexualidade e Deficiência: rompendo o silêncio. Editora Expressão e Arte, São Paulo, 2ᵃ edição, 2011.
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