Durante o sono
Não era dono
De nada:
Nem de seu corpo,
De músculos relaxados,
Nem de sua consciência,
Suspensa
Como um fruto de outono.
Sono de pedra,
Sonhos
Feitos de minério
Colhido no leito dos rios
E dos caminhos.
Sono de pedra
Em que, às vezes,
Passava do opaco
Ao translúcido
Como um topázio
Que guarda em segredo
O seu mistério precioso.
Sono de pedra,
Cheio de limo
E umidade,
Palpável ao toque,
Quente
Como uma força ígnea.
Sono de pedra
Em que virava pilha
E acumulava energia
Natural das rochas.
(Jean-Antoine Houdon, Morpheus, 1777)
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