Matéria de 05/07/11
A americana Casey Anthony foi inocentada nesta terça-feira da acusação de matar sua filha de dois anos em 2008 em Orlando, na Flórida. O júri formado por sete mulheres e cinco homens chegou ao veredicto após 11 horas de deliberação em um julgamento que se arrastou por mais de seis semanas e mobilizou a opinião pública. Dos sete crimes atribuídos pela promotoria a Casey, os jurados só a condenaram por quatro acusações, todas ligadas a falsos testemunhos à polícia.
Casey Anthony, de 25 anos, se declarou o tempo todo inocente das acusações. Ela nega ter machucado sua filha ou atrapalhado as investigações da polícia. Durante o julgamento, aparentou nervosismo e foi vista mordendo os lábios enquanto esperava o veredicto. Ao ouvi-lo, chorou.
Acusação - A teoria da acusação era a de que Casey usou clorofórmio para anestesiar a criança e lhe vedou o nariz e a boca com uma fita adesiva para sufocá-la. Depois, a mãe teria enrolado o corpo da menina em um cobertor e o deixado no porta-malas de seu carro durante alguns dias antes de jogá-lo num matagal próximo à casa de seus pais, avós da criança.
Ainda que tenha contado com uma equipe de 50 investigadores, que recolheram 400 pistas no local onde Caylee foi encontrada, a promotoria não conseguiu comprovar a sua tese, nem havia testemunha que a ligasse diretamente ao crime. O próprio promotor, Bruce Poston, admitiu mais tarde que as evidências contra Casey eram circunstanciais e que não havia provas suficientes que explicassem a morte de Caylee, já que o corpo da menina estava em um estado avançado de decomposição quando foi encontrado.
Orlando Sentinel/Getty Images
Caylee Anthony, 2 anos
Indiferença - Os promotores também apontaram o comportamento suspeito de Casey durante os 31 dias de desaparecimento de sua filha. De acordo com testemunhos, ela não parecia abalada pelo sumiço de Caylee e mudou-se para a casa de seu então namorado, Tony Lazzaro. Ela também teria ido a boates em Orlando, feito uma tatuagem com a inscrição “Bella Vita” (“bela vida”, em italiano) e até teria participado de um concurso de beleza. O seu ex-namorado e outros amigos disseram que Casey não mencionou a ninguém que sua filha estava desaparecida, não pediu ajuda e sequer pareceu ansiosa ou triste durante esses 31 dias.
Defesa - Já a defesa diz que a criança não foi assassinada, mas encontrada afogada na piscina da casa dos avós em 16 de junho de 2008, último dia em que foi vista. Em seu argumento, a defesa responsabiliza o pai de Casey, George Anthony, que, segundo os advogados, teria entrado em pânico e ajudado a esconder o cadáver. George chegou a chorar ao falar de uma tentativa sua de suicídio em 2009, pouco após a descoberta do corpo de Caylee.
Pena - Na próxima quinta-feira, Casey receberá a sentença pelos crimes ligados ao falso testemunho à polícia. A pena será de no máximo quatro anos de cadeia, e alguns analistas acreditam que ela nem será sentenciada à prisão. Se fosse condenada pelo homicídio premeditado da filha, Casey podia pegar prisão perpétua e até pena de morte.
Repercussão - Permeado de pontos obscuros e versões divergentes, o caso chocou os Estados Unidos e dominou o noticiário. Milhares de pessoas tentaram acompanhar a audiência no tribunal. Os americanos mais curiosos até acamparam nos arredores do tribunal para tentar conseguir assentos no tribunal - chegando a se engalfinhar para assistir ao capítulo final do drama da família Anthony. O caso já provocava uma forte repercussão desde o início do julgamento, há seis semanas. Os telejornais da Flórida mudaram sua grade de programação para poder divulgar novas informações sobre o desenrolar da história ao vivo. Os grandes jornais dos Estados Unidos também acompanharam de perto o caso, que, com esse final surpreendente, ganhou as manchetes da maioria deles.
O filme pode ser visto no Telecine...está à disposição no NOW.
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