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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ser Mãe

O que é ser mãe? De verdade? Quantas já se fizeram essa pergunta e não conseguiram obter a resposta satisfatória? Ser mãe é parir...ou ser mãe é amar? Amar incondicionalmente. É tão fácil parir e depois abandonar. É tão difícil abrir mão de tantas coisas, das saídas, viagens e, até da carreira. Mas a verdadeira mãe não é aquela que é somente biológica. A verdadeira mãe é aquela que ama, que cuida. Que faz sacrifícios por um ser, que se doa, que compreende, ou pelo menos, tenta.
Estou aqui para contar como é a minha mãe. Pois todos exaltam a figura materna e deixam de enxergar fatos absurdos. A minha mãe me rejeitou e abandonou aos 12 anos. Ela sabia sobre os abusos do meu pai (apesar de negar esse fato), mas sempre ficou ao lado dele. Sempre me agrediu verbalmente, me humilhou e se omitiu. Nunca soube o que era confiar numa mãe...contar segredos e descobertas de adolescente; receber carinho... Mesmo hoje, aos 43 anos, ela ainda me agride verbalmente, ao ponto de eu ficar doente. E por que ainda convivo com ela? Não sei. Talvez esse "cordão umbilical" que nunca se rompe entre uma mãe e uma filha. Talvez por ela ter 70 anos.
Quando cheguei de Porto Velho, tive uma longa e franca conversa com ela. Mas assim mesmo, ela negou os abusos do meu pai, disse que consultou uma psiquiatra que lhe disse que eu era psicótica. Que profissional é essa que dá um diagnóstico sem ter nunca conversado comigo ou ter me visto...?
Por causa da rejeição, da agressão verbal e da omissão praticados pela minha mãe, sofro de ansiedade, depressão e fobia social. Tenho fortes suspeitas de médicos de ter Síndrome de Cushing e a ansiedade causa taquicardia e tremor nas mãos. Tenho problemas alimentares (passo muito tempo sem comer) e insônia. Tomo seis tipos de remédios diferentes, que muitas vezes me deixam prostrada e de cama.
E sabem o que a minha mãe diz de tudo isso? Que as minhas doenças são inventadas, que as finjo (apesar de diagnósticos médicos) e que sofro de problemas mentais...sem comentários...
Por muito tempo evitei de ser mãe, com medo de repetir nos meus filhos as agressões sofridas. Graças a Deus, foi tudo bem diferente. Sou uma mãe liberal e participativa. Os meus filhos só recebem elogios e são ótimos alunos, sem eu precisar cobrar sequer lição de casa. São responsáveis, maduros e, ao mesmo tempo, "moleques". Sempre dei mais valor à vida cultural, do que ficar fazendo comida, ou seja, cotidiano. São crianças saudáveis e com inteligência acima da média (fato já comprovado). Eu sei que sou responsável por uma parte disso e me sinto realizada e feliz!
Essa semana, meu médico, a psicóloga e a psiquiatra chegaram a mesma conclusão: devo manter distância da minha mãe, o que já deveria ter feito há tempos. Sem visitas, sem telefonemas. Só assim poderei concluir a minha melhora, pela qual estou lutando há pelo menos 15 anos.
Escrevi esse texto e o estou compartilhando, para desabafar. Pois apesar de toda violência que sofri, não sou violenta, perdôo fácil e tenho dificuldades a dizer não. Estou aprendendo a dizer não agora. Estou me tornando mais forte, aprendendo a me amar e a me respeitar. Crescendo como pessoa, como indivíduo.
Mas o que quis dizer, principalmente, com esse texto, é que apesar dos abusos do meu pai, ele conseguia demonstrar mais amor e compreensão que a minha mãe...

2 comentários:

  1. MEU DEUS, SUA HISTORIA SE PARECE MUITO COM MINHA...É MUITO TRISTE MAS TE FALO QUE PRECISO DE FORÇA PRA MUDAR.. COMO NAO ME PERGUNTE, MAS PRECISO MUDAR... BJOS

    SUA SEGUIDORA ISA

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  2. Isa, você consegue...vai encontrar forças para realizar a sua mudança. E o tempo se incumbirá de mostrar como. Beijos no coração.

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