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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Resolução


Resolvi divulgar o que passei e tentar ajudar outras mulheres após fazer uma terapia em grupo (minha primeira e única vez), exatamente 05 dias após ter completado 42 anos.
A pessoa que deu o depoimento antes de mim era uma mulher de 32 anos, que aos nove, durante 03 meses foi molestada por um vizinho. Ela mal conseguia falar! Não contou a ninguém da família (como eu). Chorava muito, disse que nunca conseguiu ter um namorado, não conseguia se relacionar com ninguém. Senti tanto por ela. Percebi como o assunto é sério e afeta completamente a vida das pessoas. Após a terapia entrei em crise e entendi que enquanto não lutasse, não fizesse alguma tentativa de algo, nunca ia ser feliz. Eu tinha que não viver mais no passado. Precisava me agarrar a algum tipo de resolução e foi isso que fiz.
Vejam o meu caso: estou a mais de 2000 km de São Paulo, onde tinha amigos, familiares e uma vida cultural riquíssima. Sempre íamos às exposições, museus, teatro, cinema, etc. Saíamos com os amigos. Hoje em dia estou "exilada", há 06 anos, numa cidade que não tem nada, só o ano passado é que construíram um shopping; durante esses anos fui ao cinema somente duas vezes! Por causa das ameaças que sofri e sofro, não tenho telefone fixo, somente celular. Então não posso ter internet em casa, já que a internet 3G não funciona aqui. Dependo das precárias Lang Houses.
E por falar em ameaças, em vez de estar curtindo a minha decoração de Natal (que eu tanto amo), estou procurando uma nova casa e um novo colégio para os meus filhos, já que em novembro sofri duas ameaças. Precisei mandar minha filha para fora, pois de tão estressada com toda essa situação, ela está dormindo 04 a 05 horas por noite, uma menina de 13 anos. Meu filho não quis ir, com medo de nós deixar e de acontecer alguma coisa conosco. É justo meus filhos (de 13 e 11 anos) em 06 anos irem para o seu quinto colégio daqui? Logo não terei mais opções de colégio particular, estamos pensando até mudar de cidade. Até quando teremos que fugir por causa de uma situação que não foi provocada por nós?
E é por isso que estou escrevendo, que é o meu jeito de lutar, pedindo para muitos divulgarem o meu drama e esperando que outras mulheres, que já passaram por isso, possam falar, se abrir, desabafar. Só o fato de ter alguém "ouvindo" ajuda muito. Quando esse alguém também começa a te compreender, faz toda a diferença!
E assim fico na esperança que o meu "projeto" vingue e que uma rede de solidariedade se forme, ajudando outras mulheres a desabafar e com isso ajuda-las. E também a me ajudar!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bya, quem está te ameaçando? E por que não o denuncia ao invés de ficar fugindo?

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  3. Minha própria família. Não tenho como denuncia-los, pois seria a minha palavra contra a do meu pai, que já, aliás, faleceu. O que mais eu quero é resguardar os meus filhos, que já sofrem muito com toda essa situação. Mas já estou dando os primeiros passos: esse ano vou voltar para São Paulo. Um abraço.

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