Como o abuso em crianças é de natureza social e cultural, é lógico que há muitas inconsistências entre as culturas e subculturas em relação precisa do que constitui abuso. A definição utilizada foi tirada do Departamento de saúde (2003) do Reino Unido.
ABUSO FÍSICO: bater, sacudir, arremessar, envenenar, queimar ou escaldar, afogar, sufocar ou, de outra forma, causar danos físicos a uma criança. Danos físicos também podem ser causados quando o pai ou responsável finge sintomas de má saúde para a criança ou deliberadamente os causa. Esta situação é conhecida como "Síndrome de Munchhausen por procuração".
ABUSO EMOCIONAL: os maus tratos emocionais contínuos de uma criança com a intenção de causar efeitos adversos severos e contínuos ao seu desenvolvimento emocional. Isso pode transmitir à criança a ideia de que ela é inútil, não amada, inadequada ou valorizada apenas na medida em que satisfaz as necessidades de outra pessoa. Pode ser caracterizar pela imputação à criança de expectativas inapropriadas à idade ou ao seu desenvolvimento. Pode envolver o ato de fazer com que a criança se sinta frequentemente assustada ou pode implicar sua exploração ou sua corrupção. Embora o abuso emocional esteja presente em todos os tipos de maus-tratos, ele também pode ocorrer isoladamente.
NEGLIGÊNCIA: o fracasso constante em satisfazer as necessidades físicas e/ou psicológicas de uma criança, o qual pode resultar em deterioração séria da saúde ou do desenvolvimento da criança. Pode incluir indiferença em relação às necessidades básicas da criança.
ABUSO SEXUAL: forçar ou incitar uma criança ou um jovem a tomar parte em atividades sexuais, estejam ou não cientes do que está acontecendo. As atividades podem envolver contato físico, incluindo atos penetrantes (por exemplo estupro ou sodomia) e atos não-penetrantes. Pode incluir atividades sem contato, tais como levar a criança a olhar ou produzir material pornográfico ou a assistir a atividades sexuais ou a encorajá-la a comportar-se de maneiras sexualmente inapropriadas.
Embora os quatro tipos de abuso sejam considerados categorias bem distintas, é possível argumentar que eles podem se sobrepor e que uma criança pode sofrer qualquer um desses abusos, alguns deles ou todos eles. Também se pode argumentar que, na base do abuso físico, da negligência e do abuso sexual há certo grau de abuso emocional, em especial em abuso sexual, que combina tanto a exploração sexual e emocional quanto a violação da criança.
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