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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Bulling

Já ouvimos muitas matérias de balas perdidas. Depois foram sobre desastres naturais. Logo após, sobre a violência sexual e pedofilia. E, agora, chegou a vez do bulling.
Bulling, nada menos que uma provocação, aquela coisa de colocar apelidos, de pegar o ponto fraco da pessoa, como sotaque, um defeito, um gosto, preferência por um time ou uma crença.
Antigamente nâo passava de "tiração de sarro", apelidos e, no máximo, humilhações. Hoje em dia virou um tipo de violência, um tipo de constrangimento, onde predominam as humilhações, violência física, psicológica e, até, a morte.
Nem sempre o assassino é quem pratica o bulling. Na maiora das vezes não é o agressor, e sim, a vítima.
O constrangimento violento faz a vítima acumular tanta raiva e mágoa, que ela não mede as consequências dos seus atos.
Posso citar alguns dos casos:
1. Meu marido, português, chegou ao Brasil com 12 anos e foi estudar num colégio eletista de Sâo Paulo. Desde início, por causa do sotaque, foi vítima de piadas, principalmente praticadas por dois colegas judeus. Como sempre foi paciente, aguentou ao máximo as humilhações, até que não deu mais. Resolveu o problema chegando nos dois, ficando em posição de sentido e proferindo a seguinte frase: " Hei Hitler!". Após esse episódio, foi finalmente deixado em paz. Fez isso por estar sob forte pressão psicológica, pois normalmente jamais teria discriminado alguém.
2. Eu, por vir de um país socialista / comunista, fui vítima durante quatro anos de uma professora de educação física, que dizia que odiava os comunistas. Ela era uma pessoa tão ignorante e era tão agressiva que, juntamente com o problema que eu tinha de conviver no meu dia a dia, precisei aguentar mais esse tipo de violência e discriminação, já que os meus pais não fizeram nada. Quase repeti por faltas na matéria...
3. Eu e o meu marido somos voluntários de um colégio estadual do bairro. Um dia chegando ao mesmo, deparamos com uma menina, alta e robusta, sangrando na cabeça. O agressor, por incrível que pareça, era um menino baixo e magro, que no ato de provocação sentiu tanta raiva, que conseguiu ser o mais forte e machucá-la, jogando uma carteira na cabeça dela. Os dois foram para o Conselho Tutelar. Por sorte, o menino não matou a colega, fato que poderia ter acontecido se tivesse pego no lugar mais sensível da cabeça.
4. Em maio, na cidade de Belo Horizonte, os pais de um menino foram obrigados pelo juiz a pagar oito mil reais ao colega do filho, que foi vítima de bulling praticado por esse menino.

Fora os outros casos, infelizmente com finais trágicos, que os jornais mostram quase que diariamente. Mas, se pararmos para pensar, por que há tantos assassinatos nos Estados Unidos? São as vítimas de bulling, que acumulam a raiva, o rancor durante anos, até extravasar tudo numa rajada de metralhadora.
Os pais precisam orientar sempre os filhos contra o preconceito, que é o grande causador desse mal. Mostrar que as diferenças existem, que é preciso aceitá-las e conviver normalmente com elas no dia a dia. Afinal, todos nós temos os nossos defeitos, os nossos gostos e desgostos.






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