Esse blog não trata só de abusos, principalmente sexual. Há um segundo blog com os depoimentos. É claro que o tema é relevante, mas o blog trata de outros temas diversos, principalmente culturais.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Pessoas que não sabem amar.../ Bya Albuquerque
Há tipos de pessoas que não sabem compreender...escutar...estender a mão...praticar generosidade...que te negam a amizade sem razão aparente...que te machucam...que te excluem. São pessoas que não sabem amar. São pessoas frias, egocêntricas, arrogantes. E, provavelmente, são pessoas fadadas à solidão...Muitas vezes um sorriso, um olhar fazem toda a diferença!!!
Filhos / Luciana Miranda
Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'. 'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?' 'Vai mudar a sua vida', eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.
'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.. .'
Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que se tornar mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicura impecável, seu terno estiloso e penso que não importa quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor roupa sem hesitar nem por um instante. Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê.
Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.
Não importa quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho.
Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados. Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.
Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado que é ser Mãe.
Só entendemos nossas mães, quando estamos no papel de mães.
Ser mãe, é saber o verdadeiro sentido da palavra AMOR.
Ser mãe, é saber o verdadeiro sentido da palavra AMOR.
"Que DEUS me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas."
quinta-feira, 26 de abril de 2012
MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS
CARTA ABERTA À EXMA. PRESIDENTE DILMA ROUSSEF
Rio de Janeiro, 18 de abril de janeiro de 2012.
À Exma. Sra. Dilma Rouseff
DD Presidente da Republica do Brasil
Ao Exmo. Deputado Aldo Rebello
DD Ministro do Esporte
Ao Ilmo. Sr. Jerome Valcke
DD. Secretario Gerald a FIFA.
Ao Ilmo. Sr. Ronaldo Nazario
DD. Rep. Comitê Organizador Local da Copa do Mundo FIFA 2014.
Para todos os Deputados e Senadores do Congresso Nacional Brasileiro.
Excelentíssima Sra. Presidenta Dilma Roussef, autoridades e organizadores da Copa do Mundo FIFA2014.
Considerando que todo país sediador de Copa do Mundo tem por princípio escolher um tema social para representá-lo perante os milhões de espectadores e milhares de jornalistas da mídia nacional e mundial durante o evento;
Considerando que no dia 07 de novembro de 2011 chegou ao meu conhecimento a pauta da audiência pública realizada na Câmara Federal, onde os deputados federais, membros da Comissão das Copas do Mundo e das Confederações, o Ilmo. Presidente do COL e CBF, Sr. Ricardo Teixeira e o Ilmo. Secretario Geral da FIFA, Sr. Jerome Valcker, discutiram itens referentes ao Projeto de Lei 2.330/2011 e onde foi submetido o tema social sugerido pelo Deputado Wilson Filho ,“POR UM MUNDO SEM ARMAS, SEM DROGAS”;
Considerando que os problemas sociais no Brasil abrangem temas relevantes como a pobreza, a desigualdade, o analfabetismo, a violência incluindo os abusos e exploração de natureza sexual de crianças, a exploração do trabalho infantil, a gravidez na adolescência e a educação precária entre tantos outros;
E, inconformada, tomada pela absoluta sensação de exclusão do debate para a escolha do tema social da Copa, protocolei, na qualidade de cidadã brasileira, contribuinte, eleitora, autora e coordenadora do Projeto Vida de Criança o requerimento de n° 144746/PL 2.330/2011, datado de 07/11/2011, no qual solicito o apoio dos parlamentares, membros da Comissão supracitada para que, regimentalmente, um ou qualquer um deles apresentem o tema social sugerido por mim “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS” pois, até então, o tema do desarmamento era único e sem concorrentes e, agora, que o texto da Lei Geral da Copa foi aprovado e que o tema da Violência, Abuso e Exploração Sexual Infantil não foi inserido e que a mídia não para de mostrar milhares de casos terrificantes;
Saibam Vossas Excelências, que não estou mais só nesta empreitada pois participei e frequento, constantemente, de eventos organizados pelo próprio governo federal para promover mais justiça, igualdade social, racial, religiosa, econômica, de acessibilidade, de gênero e direitos da criança e do adolescente e, no desespero de constatar que tema tão relevante ficou excluído como tema social para a Copa coletei milhares de assinaturas em favor da inclusão do “nosso”tema. Além disso, tenho feito da minha história um caminho de mobilização e conscientização popular ferramenta de luta à violência contra menores pois me envolvi no enfrentamento ao abuso e exploração sexual de menores, em 1998, quando o caso do meu filho gerou a criação da primeira coordenadoria de investigação de crimes eletrônicos cometidos contra crianças, no Brasil. Para quem não conhece esta historia sugiro acessar o blog do Projeto Vida de Criança para entende-la (http://projetovidadecrianca.blogspot.com/) e (http://brasileirissima.blogspot.com/).
Por estes motivos, por razões cívicas e por um sentimento democrático estou lutando para fazer entender a muitos compatriotas e autoridades que este assunto não pode ser decidido apenas no ambito do legislativo e apenas entre organizadores. Nosso suor e nossos impostos estão incluidos em despesas bilionárias para esta Copa do Mundo FIFA 2014.
Nossa opinião deve ser levada em consideração e o tema do desarmamento para representar o “nosso” país durante o evento mais popular do planeta nada acrescenta às reais necessidades prioritárias do Brasil que tanto esforço está fazendo para sair do profundo descaso social e desagrada a maioria da população.
Os subsídios para justificar a “nossa” sugestão, “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS, foram extraídos, diretamente, do site da Presidência da Republica, dos sites de diversos Ministérios do Governo Federal, sites de Ongs e de forma urgente impressos e anexados ao requerimento n° 144746/pl 2.330/2011, protocolado na Comissão das Copas e das Confederações da Camara Federal no dia 07/11/2011.
Redução da pobreza:Programas ações e projetos tais como Fome Zero,BolsaFamilia, Minha casa, Minha vida, Luz para Todos, micro-crédito para agro negocio familiar, primeiro emprego e outros.
Redução da desigualdade: Estatuto do Negro, Cotas Raciais,
criação de Secretarias de Políticas Públicas para a defesa dos direitos de varios seguimentos alvos da violência fisica e moral, discriminação, tratamento diferenciado, tais como aqueles dedicados aos Negros, Indios, Ciganos, Homossexuais, Lesbicas, Bisexuais, Transsexuais, grupos religiosos, deficientes físicos e mentais.
Redução da violência contra a criança: criação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica, estatuto da criança e do adolescente, criação do n° 100 para denuncias, CPI da Pedofilia, programas, projetos e ações de varios ministerios e Ongs contra o trabalho escravo, abuso e violação dos direitos de menores.
No dia 19/01/2012, apresentamos à algumas de V. Excias, material literário enviado pela SECOM (Secretaria de Comunicação da Presidência da Republica) que nos fez acreditar, mais intensamente, ser o desarmamento um tema inadequado para representar o Brasil em virtude do incomensurável trabalho desprendido no sentido de reduzir a pobreza, a desigualdade e a violência contra o menor.
Discordamos daqueles que defendem o tema “POR UM MUNDO SEM ARMAS, SEM DROGAS” primeiro por entender que, interpretativamente, a expressão “POR UM MUNDO” parece se referir um lugar utópico, distante, de sonhos, que não conhecemos e que será muito difícil alcança-lo pois o único mundo real para nós é onde vivemos e nêle, especialmente no Brasil, nós consideramos o tema sugerido pelo Deputado Wilson Filho contraditório e desprovido de unanimidade nacional haja vista o resultado do plebiscito de 2005 onde 64% da população brasileira se pronunciou, através do voto, contrária ao desarmamento e, portanto, contra ele pesa a rejeição de mais da metade da população.
Com relação a “POR UM MUNDO SEM DROGAS” observamos um contra-senso, uma discrepância, um verdadeiro paradoxo em virtude do principal patrocinador da Copa do Mundo FIFA 2014 ser um fabricante de bebida alcoólica que, como todo comerciante, pretende vender seu produto nos estádios contrariando nossa lei do torcedor, favorecendo a possibilidade de muitos se embriagarem e consequentemente podendo causar além de acidentes, cenas de violência nas ruas, no próprio estádio e nos lares. Vale ressaltar que o álcool é considerado uma das piores drogas depressoras do sistema nervoso central tendo a OMS (Organização Mundial da Saúde) apresentado, em 2004, no Brasil, relatório onde enfatiza a grande preocupação com o consumo de álcool no país. Naquele documento a OMS afirma que não tem como exigir, mas sugere ao Governo Federal que um primeiro caminho seria controlar a publicidade sobre bebidas alcoólicas. Afirma, ainda, no relatório que "uma parte considerável da carga mundial de doenças e incapacidade pode ser atribuída ao consumo de substâncias psicoativas".
Questionamos, mais uma vez, o fato de, nesse momento, da maioria dos brasileiros não ser consultada nem ter conhecimento do processo de escolha da mensagem social que nos representará perante o mundo. Cada segmento tem o direito de sugerir temas os mais variados desde que seja submetido com transparência à sociedade.
Votei contra o desarmamento, assim como grande maioria do povo brasileiro, por varias razões destacadas a seguir:
01- Não é o instrumento que mata mas o instinto animal do ser humano. Podemos reduzi-lo através de educação preventiva e, em certos casos, até com religião – a fé torna, sem duvida, o homem mais humano.
02- O número de acidentes com armas de fogo é menor diante do numero de mortes provocadas por armas que entram criminosamente através das fronteiras e são vendidas por alguns contrabandistas , às vezes, infiltrados nas instituições de segurança chegando às mãos de bandidos e de policiais mal intencionados.
03- As estatísticas das mortes provocadas por armas brancas e ações letais não são divulgadas. Um ser humano pode matar o outro com armas brancas e ações letais como faca, facão, foice, enxada, lamina, vidro, estilete, enforcamento, punhal, martelo, marreta, machado, sôco, paulada, pedrada, veneno, afogamento, asfixia, gás, seringas, overdose de substancias variadas, carro ou até mesmo fogo como já aconteceu com um índio dormindo em ponto de ônibus em Brasília e casos de pessoas empurradas do alto de edificios, penhascos e abismos e até com espetinho de churrasco como aconteceu em um carnaval da Bahia.
04- A arma de ação mais letal que existe é a CANETA pois a caneta que assina pelo desarmamento também pode ser a mesma que assinará as autorizações para a importação e ou implantação de fábrica de armas, de artefatos, de material ou equipamento bélico ou a mesma caneta pode assinar, ainda, Tratados de Guerras entre Nações, penas de morte, e proliferação de armas nucleares. Em contrapartida, a CANETA QUE DEIXA DE ASSINAR TAMBÉM PODE MATAR E CAUSAR MUITOS DANOS E LESÕES CORPORAIS. BASTA UMA VISITA AOS HOSPITAIS PUBLICOS, PENITENCIARIAS, AOS BOLSÕES DE MISÉRIA PELO MUNDO AFORA E A OBSERVAÇAO DA FALTA DE INSTRUMENTOS QUE PROMOVAM A EDUCAÇAO PRODUZINDO OPORTUNIDADES PARA O MENOR.
05- Segundo um relatório do UNODOC das Nações Unidas revela que não há como estabelecer cientificamente uma relação entre a quantidade de armas em circulação e as taxas de homicídios, sendo possível, inclusive, que esta correlação se opere de forma inversamente proporcional. Este estudo vem sendo considerado por especialistas em segurança pública um importante marco para a desmistificação da tese de incremento da violência em face do acesso às armas de fogo. É a primeira vez que um documento oficial das Nações Unidas reconhece inexistir comprovação cientifica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então, vinha, equivocadamete, sendo tomado como verdade absoluta.
Sendo o desarmamento um tema polêmico, contraditório e paradoxal, já rejeitado por 64% da população nacional, solicitamos o apoio aos Deputados Membros da Comissão Especial das Copas do Mundo e das Confederações, dos Exmos paralmentares membros das Comissões que estão analisando o texto da Lei Gerald a Copa nesse momento e de Vossas Excelencias para o tema: “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS” porque não estamos mais sós. Trazemos o apoio de ONGs, da UNB de Brasília e estamos coletando milhares de assinaturas via internet, congressos e conferencias de segmentos atingidos pela desigualdade (Conferencia Nacional das Mulheres, Congresso Nacional da Consciência Negra com inclusão de Afro-transcendentes, Salão Nacional da Acessibilidade, Conferencia LGBT e movimentos contra o abuso e exploração sexual infantil).
Pelo exposto, e na melhor forma, solicitamos, mais uma vez, que seja considerada nossa sugestão para o tema social da Copa, “O MUNDO LIVRE DA POBREZA, DA DESIGUALDADE, DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS”, sobretudo o item VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS e estendido à apreciação da população a escolha de todas as propostas em um tratamento digno e próprio de uma democracia e que inclua-se ao tema social a conscientização de que abuso e exploração sexual infantil é crime contra a humanidade levando-se em conta o sofrimento daqueles que privados da sua dignidade, de sua privacidade foram e continuam sendo expostos ao vexame do abuso sem coragem de denunciar seus agozes. Pensem que o advento da internet tornou esse crime uma industria bilionária onde pedofilos e quadrilhas de predadores exploram imagens pornográficas de crianças e aliciam menores para trafico de órgãos, prostituição, rituais de magia negra, adoções criminosas e para isso usam até cartões de credito. Portanto é urgente e importante uma reflexão sobre esta silenciosa calamidade histórica que marcou a vida de muitos seres humanos das gerações passadas e as digitais de pessoas tão nocivas poderão continuar tatuando o corpo e alma de vitimas das gerações futuras.
Não podemos perder a oportunidade de conscientizarmos milhões de pessoas sobre o que foi descrito.
Apelo ao Congresso Nacional, à CPI da Pedofilia e Turismo Sexual Infantil recentemente instaurada para apurar inúmeros crimes contra crianças e, para acentuar nossa preocupação, citamos os casos mostrados na mídia esta semana onde um estrangeiro diplomata estava abusando de meninas menores de idade, do pai espando seu filho e do julgamento de uma Jurista, Ministra que julgou inocente um homem que estuprou 3 meninas menores.
“…PELO AMOR DE DEUS! VAMOS CUIDAR DAS NOSSAS CRIANÇAS!”
Foi o que disse um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos ao completar o seu milésimo gol, Luiz Arantes do Nascimento, Pelé.
Respeitosamente.
Marta Serrat
Autora e Coordenadora do Projeto Vida de Criança
http://projetovidadecrianca.blogspot.com/
projetovidadecrianca@gmail.com
Projeto Vida de Criança
projetovidadecrianca.blogspot.com
(21) 98787835 -
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Pais deixam de preparar filhos para a internet
Pais precisam se envolver com a vida de seus filhos na internet
Professor de Harvard diz que, por falta de intimidade com as novas mídias, responsáveis deixam de preparar as crianças para o mundo digitalAtordoados com um desenvolvimento tecnológico que não conseguem acompanhar na mesma velocidade que seus filhos, os pais vêm se abstendo de prepará-los para o universo digital, deixando-os expostos a riscos.
O diagnóstico é de Michael Rich, 58, professor do Centro de Mídia e Saúde Infantil da Universidade Harvard e um dos maiores especialistas americanos nas interações de crianças com mídias diversas.
Ele veio ao Rio na última quinta para fazer uma palestra no 1º Encontro Internacional sobre o Uso de Tecnologias da Informação por Crianças e Adolescentes, organizado pela Universidade do Rio de Janeiro (Uerj).
"Os pais precisam engolir seu orgulho e se tornar aprendizes dos filhos na parte técnica, para que possam ser seus professores na parte humana", disse Rich à Folha.
Pai de quatro filhos (os mais novos têm cinco e sete anos), Rich tem um site (cmch.typepad.com/mediatrician) no qual tira dúvidas dos pais.
Em entrevista à Folha, ele falou sobre como busca introduzir dados científicos em uma discussão que ainda é guiada por valores morais.
Michael Rich - Não, mas também não é bom. O problema é que os pais dão essas ferramentas para as crianças não porque elas precisem ou saibam usar, mas por causa da pressão social e das próprias crianças. Os filhos dizem "eu quero um iPhone porque todos os meus amigos têm um". Assim como você pensa em quando deve mostrar para uma criança o que é uma serra elétrica, deveria considerar quando e como vai apresentar a televisão, a internet, os celulares.
Há uma idade certa para as crianças serem apresentadas às mídias?
Varia de acordo com cada mídia e cada criança. Escolhemos ferramentas diferentes dependendo da idade, do estágio de desenvolvimento e das necessidades.
Temos pesquisas que mostram que, antes dos 30 meses, crianças não aprendem muito por meio de telas. Conseguem assistir e imitar o que veem, mas não identificam aquilo como uma representação de uma realidade tridimensional. O melhor software para as crianças está entre as orelhas delas: é o que se coloca na cabeça delas em termos do que elas são como pessoas e como cidadãos.
O sr. diria que os pais em geral têm noção dos riscos que a exposição das crianças à tecnologia pode trazer?
De modo algum. Eles não têm a menor ideia, muitas vezes porque não querem saber. Eles sentem que as crianças sabem muito mais do que eles, porque são nativos digitais, enquanto os pais são imigrantes digitais, acabaram de chegar, não falam a língua, não entendem o lugar. Os pais estão acostumados a ser os experts da família e sabem que, nesse ambiente, não o são, então decidem não comprar essa briga, apenas dão o laptop, o celular e pensam "desde que eles estejam no quarto, não vão se meter em problemas", o que é um erro.
Como eles podem se envolver na vida digital de seus filhos e até que ponto devem fazê-lo?
Os pais precisam se envolver com a vida digital de seus filhos tanto quanto se envolvem com a vida fora da rede. Um pai não deixaria o filho ir a uma festa em uma casa na qual não sabe se vai haver bebida, drogas, armas. Do mesmo modo, não deveria deixar o filho desacompanhado na internet. Como os pais não sentem-se confortáveis na internet como seus filhos, os egos atrapalham. Eles precisam se permitir ser os aprendizes. Precisam sentar e jogar videogame com eles, aprender a parte técnica e, aproveitando essa posição de vulnerabilidade, discutir outros temas.
Mas como lidar com o fato de que os jovens sabem esconder dos pais o que fazem na internet?
A educação que recebem quando crianças é fundamental, aí se formam os adolescentes que serão. É preciso construir neles respeito por si mesmos e pelos outros. Isso vai se traduzir em comportamentos saudáveis na web. Tentar policiar ou pegá-los em flagrante nunca vai funcionar, eles sempre vão conseguir contornar as regras.
Os pais têm de superar a distinção que fazem entre educação, que levam muito a sério, e entretenimento, que tratam como se fosse um momento em que as crianças desligam o cérebro.
Fazemos grandes esforços para mandá-los para as melhores escolas e achamos que, quando voltam e ficam jogando "Call of Duty" [um dos mais populares jogos de tiro] por três horas, não estão aprendendo nada, mas estão.
Falando dos problemas da exposição de modo mais específico, quais seriam os mais frequentes?
As crianças se metem em problemas porque acham que são anônimas ou não rastreáveis na internet. Fazem coisas naquele ambiente que nunca fariam pessoalmente, porque têm essa ilusão de que ninguém pode identificá-las.
De uma perspectiva médica, os dois maiores problemas são a obesidade e a ansiedade. A obesidade é um problema mundial, gerado por estilos de vida pouco ativos e pelo marketing.
Do lado da ansiedade, as crianças são cada vez mais pressionadas a fazer mais, conseguir mais, mais rapidamente. Nos EUA, é recorde o número das que recebem medicação psiquiátrica por problemas de déficit de atenção, ansiedade, depressão.
Em sua palestra, o sr. disse que os pais não deixam que as crianças fiquem entediadas, e que isso é ruim. Por quê?
O cérebro humano busca novidades, sentir e experimentar novas coisas. O problema é que, se formos constantemente estimulados pela televisão, pelos videogames e pela internet, nunca aprendemos a ser reflexivos, criativos, a buscar a novidade dentro de nós. É preciso tédio para chegar lá. Sair de casa também funciona. A natureza é um grande estimulante.
Os pais deveriam proibir que os filhos usassem celulares e internet em algum momento?
Conheço gente que determina uma espécie de pausa digital semanal, um dia no qual desliga tudo por 24 horas. E as famílias que fazem isso sentem-se incrivelmente libertas, porque seus membros passam a interagir, conversar uns com os outros, coisas que nunca fariam se estivessem com seus iPhones, laptops ou TVs.
Há alguma mídia que tenha comprovadamente mais efeitos negativos sobre a saúde das crianças?
Para problemas específicos há algumas mídias que interferem mais do que outras. Por exemplo, a televisão pode estar mais ligada à obesidade, por conta da imobilidade, e os videogames causam um aumento da ansiedade, porque você fica em um estado de adrenalina constante. Mas isso varia muito entre crianças.
Esse discurso sobre os perigos das mídias pode ser sequestrado pelo discurso político mais conservador?
Sem dúvida. Invariavelmente os políticos usam isso a partir de um ponto de vista moral, "as crianças não devem ver pessoas nuas, não devem ver violência", e a solução deles é restringir, censurar. Não acho que criar leis resolve a questão, o que resolve é educar.
Texto de Marco Aurélio Canônico na Folha de São Paulo de 23/04/2012
domingo, 22 de abril de 2012
Prevenção / by Quebre o Silêncio
Família e escola precisam ter atitudes preventivas no sentido de evitar ou extirpar a ocorrência de abusos.
Para muitos é estranho ter que falar sobre sexualidade com as crianças, mas é importante saber que não temos que estimular a sexualidade, mas sim ensinar a criança a gostar de seu corpo e aprender a respeitá-lo, cuidando de sua saúde, higiene e evitando acidentes, como por exemplo, não se
machucar com objetos cortantes.
Para isso é necessário que a criança tenha um vínculo de confiança com essa pessoa que orienta e saiba que poderá procurá-la para perguntar ou contar algo sem tomar ‘bronca’ ou ser criticada.
Explique à criança que o corpo dela precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser cuidadosa e desconfiar se alguém tentar tocá-lo, inclusive as partes íntimas; ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo.
É preciso orientar a criança que se afaste dessa pessoa e procure a mãe, irmã mais velha, uma avó ou a professora e conte o que aconteceu. Orientar as crianças para não terem vergonha e se preciso até gritar ou correr em situações em que sintam-se ameaçadas.
Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham que obedecer e fazer tudo que eles mandam. Principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo e se a criança não se sentir bem.
O velho ensinamento de não aceitarem convite por dinheiro, presente ou agrado, de quem conhecem ou não, para fazerem ‘coisas’ com o corpo é fundamental.
É difícil em muitas situações evitar o abuso sexual, devido à proximidade do abusador. Não receie pedir que outros adultos ajudem a olhar as crianças.
Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias e também estimule as crianças a não ficarem isoladas, procurando ficar em grupo.
Para muitos é estranho ter que falar sobre sexualidade com as crianças, mas é importante saber que não temos que estimular a sexualidade, mas sim ensinar a criança a gostar de seu corpo e aprender a respeitá-lo, cuidando de sua saúde, higiene e evitando acidentes, como por exemplo, não se
machucar com objetos cortantes.
Para isso é necessário que a criança tenha um vínculo de confiança com essa pessoa que orienta e saiba que poderá procurá-la para perguntar ou contar algo sem tomar ‘bronca’ ou ser criticada.
Explique à criança que o corpo dela precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser cuidadosa e desconfiar se alguém tentar tocá-lo, inclusive as partes íntimas; ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo.
É preciso orientar a criança que se afaste dessa pessoa e procure a mãe, irmã mais velha, uma avó ou a professora e conte o que aconteceu. Orientar as crianças para não terem vergonha e se preciso até gritar ou correr em situações em que sintam-se ameaçadas.
Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham que obedecer e fazer tudo que eles mandam. Principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo e se a criança não se sentir bem.
O velho ensinamento de não aceitarem convite por dinheiro, presente ou agrado, de quem conhecem ou não, para fazerem ‘coisas’ com o corpo é fundamental.
É difícil em muitas situações evitar o abuso sexual, devido à proximidade do abusador. Não receie pedir que outros adultos ajudem a olhar as crianças.
Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias e também estimule as crianças a não ficarem isoladas, procurando ficar em grupo.
Pedofilia: o silêncio dos inocentes | Boilerdo
"Longe vão os tempos em que a pedofilia era predominantemente incestuosa, habitualmente entre pai e filha. Actualmente existem redes mafiosas espalhadas por todo o mundo, altamente organizadas e lucrativas.
Com o aparecimento da internet, desenvolveu-se uma nova forma de pedofilia destinada a satisfazer uma clientela cada vez mais doentia, onde são utilizadas, para fotografias e vídeos, crianças por vezes bebés em cenas cada vez mais violentas, acabando frequentemente por serem mortas.
A pedofilia em Portugal.
90% dos abusos sexuais de menores têm lugar no seio da família, em 9% dos casos o abusador pertence ao meio de contacto da família e em apenas 1% não existe qualquer laço de conhecimento entre a vítima e o abusador. Na maioria dos casos, a pedofilia está associada à incapacidade de estabelecer relações íntimas com adultos. Na esmagadora maioria dos casos (95%) os pedófilos são homens.
A pedofilia não é só um processo autor-vítima, mas é cada mais um processo de redes bem organizadas e altamente lucrativas.
O tema dos abusos sexuais sobre menores só ganhou estatuto de interesse público em Portugal em 1996 com a descoberta de uma rede de pedofilia na Bélgica. Mais tarde, com os acontecimentos da Casa Pia, criou-se um consenso generalizado na condenação da pedofilia.
No final dos anos 90 os serviços secretos portugueses investigaram e elaboraram um relatório intitulado: "A pedofilia em Portugal: ponto da situação", esse relatório ficou estão esquecido nas gavetas. Já na altura, chamava-se a atenção para o facto de nosso país ser um dos roteiros das redes de pedofilia na Europa, juntamente com a Espanha e a Romênia.
As regiões mais afetadas pela pedofilia são a Madeira, o Porto, os Açores e Lisboa. Na região de Lisboa, as crianças têm maioritariamente entre 10 e 14 anos de idade e muitas são engariadas, para além dos abusos sexuais, para participar em filmes que serão vendidos a peso de ouro.
Nas zonas da Baixa, da Praça da Alegria e do Bairro Alto muitas destas práticas ocorreriam com a cumplicidade de vários proprietários de pensões. Já na altura o SIS referia que a zona do varandim contíguo ao Play Center, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, era um local de abordagem de menores por parte de pedófilos.
As zonas do Rossio e dos Restauradores eram referidas pelo famoso roteiro gay, "Spartacus", como sendo uma zona de "caça" relativamente fácil. O Parque Eduardo VII era uma zona frequentada por pedófilos geralmente de nível social elevado. Por fim a zona da Avenida 25 de Abril, na Costa da Caparica, ainda é, hoje em dia, um local de engate e de compra de favores sexuais com menores.
A explosão da pedofilia com a chegada da internet.
Transnacional, a Internet oferece aos pedófilos um sistema de comunicação extremamente eficaz. À simples distância de um teclado de computador, os pedófilos têm a possibilidade de oferecer e adquirir fotografias e vídeos nos cantos do mundo e a possibilidade de contatar diretamente com crianças ou adolescentes. Este negócio tornou-se tão rentável como o da droga ou o da venda de armas.
Estas rede de pedofilia são extremamente complexas e coordenadas, necessitam (além das crianças) de atores pedófilos que aparecem nas imagem como abusadores, de produtores dessas imagens, de agentes técnicos que realizam a edição do material e de distribuidores desse material destinado aos consumidores.
Em 2011 foi desmantelada a maior rede internacional de pornografia infantil na internet: 670 suspeitos identificados, 184 presos, 230 crianças identificadas. O fórum "boylover.net" tinha 70 000 membros que trocavam entre eles fotografias e vídeos de pornografia infantil.
Em 2007, em França, 132 pessoas foram acusadas de possuir e divulgar imagens e vídeos de pedopornografia a 10 000 membros, no total 1,4 milhões de fotografias e 27 000 vídeos. A França é o segundo maior país europeu no consumo dessas imagens, logo atrás da Alemanha, e o quinto a nível mundial.
Redes complexas difíceis de penetrar.
Os vídeos onde são violadas crianças são vendidos a um preço de mais de 500 euros cada, alguns "especiais" podem atingir preços 20 ou 50 vezes mais elevados. Esse vídeos especiais são os chamados "snuff movies", onde a violação e a tortura sexual acaba no assassinato da criança.
A produção, mas sobretudo a distribuição deste material requer grandes conhecimentos de informática e até de criptologia, por isso não será de estranhar que sejam realizados sobretudo na América do Norte e no Norte da Europa. O Japão também se tornou numa placa giratória de distribuição deste material para o mundo inteiro. O Brasil e o México produzem material mais artesanal destinado principalmente à América do Norte.
Os milhares de sites fornecedores de pornografia infantil são de difícil acesso, não é qualquer pessoa que os consegue penetrar, passam por uma série de pseudônimos, palavras-chave e linguagem codificada.
A admissão de um membro pressupõe o fornecimento, por parte deste, de um lote de fotografias, essas imagens passam depois por uma série de servidores de "cobertura", de spam enviados aos pedófilos que os direcionam para sites "escondidos", além de que as moradas desses sites estão constantemente a serem alteradas. As técnicas para escapar à filtragem desses sites requer meios e custos avultados e estão nas mãos de autenticas máfias, atualmente instaladas principalmente na Rússia.
Depois de vendida, uma fotografia passa a não valer nada, dado que é difundida em larga escala e que claro não existe aqui um copy right. Então são necessárias mais fotografias, e portanto mais crianças, esta necessidade de novidade obriga a que os filmes seja cada vez mais violentos.
Uma elite consumidora.
O preço exorbitante que atingem certos filmes fazem-nos deduzir que não estão ao alcance de qualquer bolsa. Os consumidores são habitualmente pessoas com um grande poder de compra, são políticos, gente do show business, magistrados ou donos de empresas.
Perante esta elite consumidora, compreendemos melhor porque é que a maioria das redes desmanteladas chagam sempre às mesmas conclusões: acusação de um único individuo que serve de bode expiatório, pressão sobre os país que querem encontrar os seus filhos desaparecidos, desaparecimento e assassinato de investigadores demasiado informados e muitas vezes encerramento dos processos por falta de provas.
Uma outra vertente menos falada da pedofilia é a utilização de crianças em rituais. Sabemos que existem no mundo toda uma série de sociedades secretas e que algumas praticam rituais mais ou menos satânicos, neles são muitas das vezes utilizadas crianças de tenra idade. Frequentemente acabam com a execução da criança.
Não raramente, os participantes e os rituais são filmados, mais tarde, esses filmes poderão ser utilizados como forma de chantagem sobre os intervenientes ou simples espectadores. Vários serviços de segurança, como a CIA, utilizam esta técnica de chantagem e por consequência encobrem, quando não dinamizam, várias redes de pedofilia.
Quando turismo rima com sexo.
O "turismo sexual" é, em certos aspectos, uma nova forma de colonialismo e de pilhagem dos países pobres que fornecem mulheres e crianças baratas aos homens dos países ricos. Os corpos são os novos territórios a colonizar.
Calcula-se que existem, no mundo, mais de 150 000 adeptos do turismo sexual, provenientes sobretudo dos Estados unidos, do Canada, da Europa, do Japão, da Austrália e da China. Quase metade desses "turistas" deslocam-se sozinhos e apenas uma pequena minoria o fazem integrados num verdadeiro circuito de sexo organizado. São provenientes de todas as classes sociais.
Uma parte importante dessa prostituição é feita por menores, sendo que certa de 3 milhões de crianças são vítimas todos os anos deste tipo de exploração sexual. É desta forma, que os bons pais de família europeus e americanos compram, por um valor insignificante, raparigas e rapazes oriundo de bairros pobres.
Nestes casos, as redes pedófilas deslocam as suas atividades de país para país em função das políticas jurídicas mais ou menos repressivas no que diz respeito repressão da pedofilia. O turismo sexual representa um comercio extremamente lucrativo que atinge anualmente mais de 5 mil milhões de dólares a nível mundial. Um dos problemas que impede a sua maior repressão é o facto de ser também bastante benéfico em termos econômicos para os país onde existe, das agência de viagens à hotelaria, todos ganham com o turismo sexual.
A adoção de leis mais rigorosas na Tailândia e nas Filipinas, deslocaram os adeptos do turismo sexual para outros destinos como o Camboja e o Laos. Muitas raparigas vietnamitas das regiões pobres do delta do Mekong são levadas para se prostituírem no vizinho Camboja, onde são vendidas pelos proxenetas por 500 dólares.
Com os esforços de repressão realizados pelas autoridades Filipinas, a Índia tornou-se um novo centro de turismo sexual, onde cerca de 100 000 crianças são exploradas, principalmente na região de Goa.
Na América do Sul o Brasil e Cuba já são destinos clássicos, mas atualmente surgiram novos países, entre eles, a Costa Rica e sobretudo a República Dominicana onde 30% dos rapazes e das raparigas prostituídos têm entre 12 e 15 anos de idade.
Em África, o turismo sexual desenvolveu-se sobretudo nas zonas balneares de Marrocos e da Mauritânia, por um lado, e por outro lado nas do Quênia e de Madagáscar. Finalmente a Polônia e a Rússia atrai uma clientela vinda principalmente dos países árabes.
Recentemente, apareceu uma nova clientela, desta vez feminina, que procura em Cuba, Santo Domingo e alguns países africanos o turismo sexual masculino, frequentemente menores. Este fenômeno revela a banalização da exploração sexual e maneira como certas mulheres conseguiram chegar a um ponto em que usam dos mesmos abusos que os homens."
quinta-feira, 19 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
A VIOLÊNCIA SEXUAL
A repórter Jussara Soares fez uma série de reportagens sobre o tema VIOLÊNCIA SEXUAL, que transcrevo a seguir.
Os textos foram escaneados do Jornal de Diário São Paulo e gentilmente cedidos pela repórter Jussara Soares.
Inimigo íntimo
81% da violência sexual contra criança ocorre dentro de casa
Professora abusada pelo pai, dos 12 aos 29 anos rompe o silêncio
Beijar é bom. Um abraço apertado acalma. Tem carinho que arrepia de tão gostoso que é.
Sexo às vezes é pura vontade, mas também pode ser amor. Para Flor de Lótus, de 32 anos, não é bem assim. Um simples toque no braço, para ela, pode desencadear uma sequência de dor e medo. O próprio pai lhe apresentou à força esses avessos.
Dos 12 aos 29 anos, ela sofreu abusos sexuais frequentes de quem deveria protegê-la. A violência que começou no corpo de menina ainda dói como ferida aberta na alma de mulher.
Flor de Lótus é o codinome usado na internet por uma professora que mora na Zona Oeste da capital. Sua história é a primeira de várias que começam a ser contadas hoje, pelo DIÁRIO, na série de reportagens
Infância Interrompida
Graças a um desabafo em uma comunidade sobre abuso sexual no Orkut, os 17 anos de silêncio e tortura psicológica vividos dentro de casa foram rompidos.
Outras vítimas anônimas ou com perfis falsos deram a Flor de Lótus a segurança que lhe faltou entre a família.
“O que me dói é me criticarem porque não falei antes.
Sempre tive medo que não acreditassem em mim. Vivi todo esse tempo recolhida no meu mundo”, desabafa a professora, que durante os anos de silêncio desenvolveu compulsão alimentar.
Com 1,54m de altura, chegou a pesar 120 quilos. A obesidade era uma maneira distorcida de tentar se proteger. E , sobretudo, um pedido de atenção que ninguém conseguiu perceber.
Foi preciso coragem para tirar a própria mordaça e as vendas dos olhos dos familiares. “A família perfeita não existia. Meu irmão disse que viu uma vez, mas não falou nada. E minha mãe trabalhava demais”, conta.
A revelação, no entanto, não foi suficiente para afastar o seu agressor. Apenas uma determinação judicial foi capaz de tirálo de casa. Flor de Lótus está processando o pai, um severo inspetor de alunos de 62 anos.
Atitudes como a da professora ainda são uma exceção. Estima-se que apenas um entre cada dez casos é denunciado. “A maioria prefere manter o segredo.
Sente culpa e não entende por que não reagiu”, explica a psicóloga Fátima Panangeiro, especialista em traumas e criadora da comunidade do Orkut:
“Abuso... o preço do silêncio”.
Outro fator que dificulta a revelação desses crimes é a proximidade com o agressor. Uma pesquisa realizada pelo Núcleode Estudos e Pesquisas Forenses e Psicologia Jurídica (Nufor), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, mostra que 81% dos abusadores são da família.
Os números são resultado de uma análise de 118 casos de abuso sexual acompanhados pelo núcleo entre 2004 a 2008.
Nesse levantamento, todos os agressores eram homens, dos quais 37% eram padrastos, 34% pais e 10% outros parentes. Os desconhecidos foram 19%. “Meu pai nunca me viu como uma filha. Sempre como uma mulher”, diz Lótus, com a voz embargada de mágoa. “Por pura sorte não engravidei. Não estava na minha vida ser mãe de um filho dele”, conta.
Os abusos sexuais chegaram ao fim. Os efeitos dele, ainda não.
Depois da denúncia, a professora tentou se matar três vezes. As lembranças de infância se perderam.
Apenas uma Hello Kitty é a certeza de que um dia ela foi criança. A insônia ainda precisa ser vencida. Sono tranquilo ela só tem de dia. É a consequência das madrugadas em claro rezando baixo para que não acontecesse de novo. Ela não gosta de abraços e só se senta de pernas cruzadas. É para se proteger.
“O abuso é passado, mas ainda está 100% no meu presente”, justifica Flor de Lótus, que faz tratamento com antidepressivos, análise e terapia de energização. O desafio agora é transformar as feridas abertas em cicatrizes. “Não tenho como apagar essas marcas, mas posso conseguir conviver com elas sem dor”, diz.
A mulher de 32 anos está se dando chance de recuperar a adolescência perdida. E agora redescobre o próprio corpo, após ter emagrecido 43 quilos com uma cirurgia de redução do estômago. Tem até um rapaz de quem gosta e quer se dar ao direito das sensações das primeiras vezes.
“Quero beijar, namorar, sair de mãozinha dada, bem adolescente mesmo. E quero casar e ter filhos. Mas tenho que descobrir que sexo é bom. Para mim ainda é uma coisa ruim”, confessa Flor de Lótus.
O maior desejo da professora hoje, no entanto, é fazer jus ao codinome que escolheu. A Flor de Lótus emerge da lama e desabrocha em pétalas brancas imaculadas. É um símbolo da pureza. “Minha vida começou de novo. Agora sim estou em busca da minha felicidade”, explica esperançosa.
Comunidade do Orkut citadas:
Abuso... o preço do silêncio
Abuso Sexual Intrafamiliar
Estupro é Crime Hediondo
Estupro: nojento, estúpido
Fonte: Diário de São Paulo de 24/05/09 - Repórter Jussara Soares
Vítimas do silêncio
Violentada aos 11 anos, Marisa adotou 27 crianças
Um a um eles foram chegando, trazendo no olhar indefeso um pedido de proteção que a pedagoga Marisa Mello Mendes, de 44 anos, conhecia bem. As dores de seus meninos — como ela chama as 27 crianças que adotou vítimas de abuso sexual,
agressão física e maus-tratos — também são suas. Mãe e filhos se reconheciam não nas semelhanças físicas, mas nas marcas deixadas pela infância interrompida pela violência. Aos 11 anos, Marisa foi violentada pelo pai.
Ele estava drogado e sozinho com ela em uma casa de classe média de São Paulo.
Mais de 30 anos depois, o que mais dói em Marisa não são as lembranças daquele dia, que ela chama de “black sabbath” (sábado negro). É perceber que as mesmas cenas de abuso se repetem em quartos decorados por bonecas, carrinhos e brinquedos coloridos. Quem passa por isso sabe que um único toque pode dar tons cinzas às memórias de infância e tirar a cor de uma vida inteira.
O estado de São Paulo é o campeão de denúncias feitas ao Disque 100, do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Entre maio de 2003 e abril de 2009, foram relatados 12.565 casos de abuso e exploração sexual.
Dos 645 municípios paulistas, 476 já fizeram ao menos uma denúncia. A capital lidera o
ranking com 4.056 telefonemas.
Campinas é a cidade do interior com mais ligações: 356.
Efeitos do trauma
Os textos foram escaneados do Jornal de Diário São Paulo e gentilmente cedidos pela repórter Jussara Soares.
Inimigo íntimo
81% da violência sexual contra criança ocorre dentro de casa
Professora abusada pelo pai, dos 12 aos 29 anos rompe o silêncio
Beijar é bom. Um abraço apertado acalma. Tem carinho que arrepia de tão gostoso que é.
Sexo às vezes é pura vontade, mas também pode ser amor. Para Flor de Lótus, de 32 anos, não é bem assim. Um simples toque no braço, para ela, pode desencadear uma sequência de dor e medo. O próprio pai lhe apresentou à força esses avessos.
Dos 12 aos 29 anos, ela sofreu abusos sexuais frequentes de quem deveria protegê-la. A violência que começou no corpo de menina ainda dói como ferida aberta na alma de mulher.
Flor de Lótus é o codinome usado na internet por uma professora que mora na Zona Oeste da capital. Sua história é a primeira de várias que começam a ser contadas hoje, pelo DIÁRIO, na série de reportagens
Infância Interrompida
Graças a um desabafo em uma comunidade sobre abuso sexual no Orkut, os 17 anos de silêncio e tortura psicológica vividos dentro de casa foram rompidos.
Outras vítimas anônimas ou com perfis falsos deram a Flor de Lótus a segurança que lhe faltou entre a família.
“O que me dói é me criticarem porque não falei antes.
Sempre tive medo que não acreditassem em mim. Vivi todo esse tempo recolhida no meu mundo”, desabafa a professora, que durante os anos de silêncio desenvolveu compulsão alimentar.
Com 1,54m de altura, chegou a pesar 120 quilos. A obesidade era uma maneira distorcida de tentar se proteger. E , sobretudo, um pedido de atenção que ninguém conseguiu perceber.
Foi preciso coragem para tirar a própria mordaça e as vendas dos olhos dos familiares. “A família perfeita não existia. Meu irmão disse que viu uma vez, mas não falou nada. E minha mãe trabalhava demais”, conta.
A revelação, no entanto, não foi suficiente para afastar o seu agressor. Apenas uma determinação judicial foi capaz de tirálo de casa. Flor de Lótus está processando o pai, um severo inspetor de alunos de 62 anos.
Atitudes como a da professora ainda são uma exceção. Estima-se que apenas um entre cada dez casos é denunciado. “A maioria prefere manter o segredo.
Sente culpa e não entende por que não reagiu”, explica a psicóloga Fátima Panangeiro, especialista em traumas e criadora da comunidade do Orkut:
“Abuso... o preço do silêncio”.
Outro fator que dificulta a revelação desses crimes é a proximidade com o agressor. Uma pesquisa realizada pelo Núcleode Estudos e Pesquisas Forenses e Psicologia Jurídica (Nufor), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, mostra que 81% dos abusadores são da família.
Os números são resultado de uma análise de 118 casos de abuso sexual acompanhados pelo núcleo entre 2004 a 2008.
Nesse levantamento, todos os agressores eram homens, dos quais 37% eram padrastos, 34% pais e 10% outros parentes. Os desconhecidos foram 19%. “Meu pai nunca me viu como uma filha. Sempre como uma mulher”, diz Lótus, com a voz embargada de mágoa. “Por pura sorte não engravidei. Não estava na minha vida ser mãe de um filho dele”, conta.
Os abusos sexuais chegaram ao fim. Os efeitos dele, ainda não.
Depois da denúncia, a professora tentou se matar três vezes. As lembranças de infância se perderam.
Apenas uma Hello Kitty é a certeza de que um dia ela foi criança. A insônia ainda precisa ser vencida. Sono tranquilo ela só tem de dia. É a consequência das madrugadas em claro rezando baixo para que não acontecesse de novo. Ela não gosta de abraços e só se senta de pernas cruzadas. É para se proteger.
“O abuso é passado, mas ainda está 100% no meu presente”, justifica Flor de Lótus, que faz tratamento com antidepressivos, análise e terapia de energização. O desafio agora é transformar as feridas abertas em cicatrizes. “Não tenho como apagar essas marcas, mas posso conseguir conviver com elas sem dor”, diz.
A mulher de 32 anos está se dando chance de recuperar a adolescência perdida. E agora redescobre o próprio corpo, após ter emagrecido 43 quilos com uma cirurgia de redução do estômago. Tem até um rapaz de quem gosta e quer se dar ao direito das sensações das primeiras vezes.
“Quero beijar, namorar, sair de mãozinha dada, bem adolescente mesmo. E quero casar e ter filhos. Mas tenho que descobrir que sexo é bom. Para mim ainda é uma coisa ruim”, confessa Flor de Lótus.
O maior desejo da professora hoje, no entanto, é fazer jus ao codinome que escolheu. A Flor de Lótus emerge da lama e desabrocha em pétalas brancas imaculadas. É um símbolo da pureza. “Minha vida começou de novo. Agora sim estou em busca da minha felicidade”, explica esperançosa.
Comunidade do Orkut citadas:
Abuso... o preço do silêncio
Abuso Sexual Intrafamiliar
Estupro é Crime Hediondo
Estupro: nojento, estúpido
Fonte: Diário de São Paulo de 24/05/09 - Repórter Jussara Soares
Vítimas do silêncio
Violentada aos 11 anos, Marisa adotou 27 crianças
Um a um eles foram chegando, trazendo no olhar indefeso um pedido de proteção que a pedagoga Marisa Mello Mendes, de 44 anos, conhecia bem. As dores de seus meninos — como ela chama as 27 crianças que adotou vítimas de abuso sexual,
agressão física e maus-tratos — também são suas. Mãe e filhos se reconheciam não nas semelhanças físicas, mas nas marcas deixadas pela infância interrompida pela violência. Aos 11 anos, Marisa foi violentada pelo pai.
Ele estava drogado e sozinho com ela em uma casa de classe média de São Paulo.
Mais de 30 anos depois, o que mais dói em Marisa não são as lembranças daquele dia, que ela chama de “black sabbath” (sábado negro). É perceber que as mesmas cenas de abuso se repetem em quartos decorados por bonecas, carrinhos e brinquedos coloridos. Quem passa por isso sabe que um único toque pode dar tons cinzas às memórias de infância e tirar a cor de uma vida inteira.
O estado de São Paulo é o campeão de denúncias feitas ao Disque 100, do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Entre maio de 2003 e abril de 2009, foram relatados 12.565 casos de abuso e exploração sexual.
Dos 645 municípios paulistas, 476 já fizeram ao menos uma denúncia. A capital lidera o
ranking com 4.056 telefonemas.
Campinas é a cidade do interior com mais ligações: 356.
Tortura psicológica - DISQUE 100
No mesmo período, foram registradas 95.449 ligações de todo Brasil. Deste total, 10.683 ocorreram nos primeiros quatro meses deste ano. Dos casos de abusos sexual, que correspondem a 59% das denúncias ao Disque 100, 80% das vítimas são meninas.
O único número a se comemorar é o aumento das denúncias.
Em 2003, eram 12 por dia. Hoje, a média é de 89.
“Só a denúncia pode proteger a criança e evitar novas vítimas.
Cada vez mais recebemos casos de violência sexual dentro da família.
O Disque 100 garante o anonimato de quem denuncia.
Por ser um número fácil, a própria vítima é capaz de fazer a denúncia. Temos uma escuta especializada para adotar uma linguagem para crianças e adolescentes”, explica a assessora técnica do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Rosária Ferreira.
Uma simples ligação pode garantir não só o fim dos abusos sexuais, mas também o da tortura psicológica que a convivência com o agressor causa.
Marisa sabe a importância disso.
Após ser violentada, a única providência que assistiu ser tomada pela própria mãe foi mandar o pai dormir na sala.
“Fiquei muito machucada e eles cuidaram de mim. Mas ninguém me explicou nada.
Agiram como se nada tivesse acontecido. Não fizeram denúncia.
Eu queria morrer”, diz a pedagoga, que mesmo sendo uma menina decidiu que não valia mais a pena viver. Uma série de remédios a deixaram em coma. Aos 13 anos, resolveu sair de casa. Casou-se aos 14 com um marido violento. Com 19, tinha dois filhos e nenhuma perspectiva.
Foi quando a educadora então resolveu fazer pelos seus meninos o que não fizeram por ela. Proteger cada criança foi também o modo como Marisa encontrou para salvar a si mesma do sofrimento. “Eu me imaginava em cada uma delas.
Estava correndo atrás do meu próprio resgate”, reconhece.
Dar carinho, alimentação, educação e segurança aos 27 filhos adotivos, além dos três
biológicos, não era fácil.
“Dormia três horas por noite. Fiquei doente”, lembra. Na terapia, descobriu que, ainda que salvasse todas as crianças do mundo, não resolveria o problema se não cuidasse de si mesma. “Acolhia todos meninos que apareciam no meu portão. Na verdade, eu não conseguia falar não era para mim mesma”, admite.
Marisa parou de adotar crianças, mas não se cansou de oferecer-lhes ajuda. A pedagoga é fundadora da ONG Parábola, que desde 1989 trabalha no atendimento a vítimas de diversos tipos de violência. Em 20 anos de trabalho, a Parábola,
por meio de apoio psicológico palestras em escolas, empresas, universidades, abrigos e favelas, já atendeu 22 mil crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em 2008, foram
dois mil atendimentos, dos quais 40% ocorreram no estado de São Paulo. No primeiro
trimestre deste ano, 700.
“Se tem uma porta de entrada para esse sofrimento, tem uma porta de saída. Não importa há quanto tempo aconteceu o abuso: se foi ontem, há 20 ou há 30 anos. Nunca é tarde para ser tratado. É possível tirar forças das fraquezas”, diz.
Marisa fez a escolha que definiu o próprio destino. “Poderia ser vítima a vida inteira ou
dar a volta por cima. Foi o que eu fiz”, orgulha-se a mãe coragem de 30 filhos, com idades entre 16 e 31 anos, avó de nove netos, madrasta de dois enteados
e o anjo da guarda para 22 mil crianças e adolescentes.
Comunidades citadas:
Disque 100 e denuncie o abuso
Estupro: causas e consequências
Sos Abuso sexualVítimas do abuso sexual
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 25/05/09
Meninos não choram
G. foi abusado por um primo aos 6 anos e hoje diz ter atração por outras crianças
Pedofilia atinge 0,09% dos homens
Na infância, sempre lhe disseram para não aceitar balas de estranhos. Mas nunca lhe alertaram para os perigos dos doces que se ganham de mãos amigas.
Aos 43 anos, o carioca G. ainda sente a boca amargar ao falar dos abusos sexuais sofridos quando tinha apenas 6 anos de idade. Era com pirulitos, chicletes e outras guloseimas que um primo o atraía para o quarto nos fins de tarde. O rapaz, que brincava de bola com ele, dizia que era apenas um carinho. G. não sabia o que podia ou não ser feito com o seu corpo mirrado de menino, nem aprendeu a dizer “não” aos mais velhos.
“Sempre fui diferente dos outros garotos. Era muito envergonhado.
Parei até de jogar bola.
Vez ou outra, eu sentia muita tristeza. Na adolescência, não tive namorada. Era tímido demais para namorar. E, por muito tempo, achei que fosse homossexual”, recorda G., um funcionário público aposentado por transtorno generalizado de ansiedade.
Há 15 anos, ele faz terapia para superar o trauma.
O carioca esteve internado seis vezes em clínicas psiquiátricas no Rio de Janeiro. Por dia, são 11 comprimidos que ajudam a estabilizar o humor e a controlar a síndrome do pânico.
Teve problemas com alcoolismo.
Recentemente, passou a usar cocaína.
“Já nem queria mais continuar com essa loucura. Não consigo parar”, diz, quase que
pedindo desculpa a si mesmo.
No entanto, essa não é a maior batalha que G. trava com os próprios desejos. Nem é o motivo pelo qual mais se penitencia e se julga uma ameaça à sociedade. O funcionário público repete o comportamento do seu abusador: tem atração sexual
por crianças. “É mais forte que eu. É involuntário, mas às vezes penso em crianças”, confessa.
“É alarmante. Sei que é totalmente imoral e meu psiquiatra é muito severo.
Sei o que é passar por um abuso”, continua o funcionário público. Ele garante
que jamais tocou em uma menina ou menino. E que tudo é fantasia.
“De vez em quando sinto vontade, mas eu me controlo. É por isso que me trato.”
Código da doença
O único número a se comemorar é o aumento das denúncias.
Em 2003, eram 12 por dia. Hoje, a média é de 89.
“Só a denúncia pode proteger a criança e evitar novas vítimas.
Cada vez mais recebemos casos de violência sexual dentro da família.
O Disque 100 garante o anonimato de quem denuncia.
Por ser um número fácil, a própria vítima é capaz de fazer a denúncia. Temos uma escuta especializada para adotar uma linguagem para crianças e adolescentes”, explica a assessora técnica do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Rosária Ferreira.
Uma simples ligação pode garantir não só o fim dos abusos sexuais, mas também o da tortura psicológica que a convivência com o agressor causa.
Marisa sabe a importância disso.
Após ser violentada, a única providência que assistiu ser tomada pela própria mãe foi mandar o pai dormir na sala.
“Fiquei muito machucada e eles cuidaram de mim. Mas ninguém me explicou nada.
Agiram como se nada tivesse acontecido. Não fizeram denúncia.
Eu queria morrer”, diz a pedagoga, que mesmo sendo uma menina decidiu que não valia mais a pena viver. Uma série de remédios a deixaram em coma. Aos 13 anos, resolveu sair de casa. Casou-se aos 14 com um marido violento. Com 19, tinha dois filhos e nenhuma perspectiva.
Foi quando a educadora então resolveu fazer pelos seus meninos o que não fizeram por ela. Proteger cada criança foi também o modo como Marisa encontrou para salvar a si mesma do sofrimento. “Eu me imaginava em cada uma delas.
Estava correndo atrás do meu próprio resgate”, reconhece.
Dar carinho, alimentação, educação e segurança aos 27 filhos adotivos, além dos três
biológicos, não era fácil.
“Dormia três horas por noite. Fiquei doente”, lembra. Na terapia, descobriu que, ainda que salvasse todas as crianças do mundo, não resolveria o problema se não cuidasse de si mesma. “Acolhia todos meninos que apareciam no meu portão. Na verdade, eu não conseguia falar não era para mim mesma”, admite.
Marisa parou de adotar crianças, mas não se cansou de oferecer-lhes ajuda. A pedagoga é fundadora da ONG Parábola, que desde 1989 trabalha no atendimento a vítimas de diversos tipos de violência. Em 20 anos de trabalho, a Parábola,
por meio de apoio psicológico palestras em escolas, empresas, universidades, abrigos e favelas, já atendeu 22 mil crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em 2008, foram
dois mil atendimentos, dos quais 40% ocorreram no estado de São Paulo. No primeiro
trimestre deste ano, 700.
“Se tem uma porta de entrada para esse sofrimento, tem uma porta de saída. Não importa há quanto tempo aconteceu o abuso: se foi ontem, há 20 ou há 30 anos. Nunca é tarde para ser tratado. É possível tirar forças das fraquezas”, diz.
Marisa fez a escolha que definiu o próprio destino. “Poderia ser vítima a vida inteira ou
dar a volta por cima. Foi o que eu fiz”, orgulha-se a mãe coragem de 30 filhos, com idades entre 16 e 31 anos, avó de nove netos, madrasta de dois enteados
e o anjo da guarda para 22 mil crianças e adolescentes.
Comunidades citadas:
Disque 100 e denuncie o abuso
Estupro: causas e consequências
Sos Abuso sexualVítimas do abuso sexual
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 25/05/09
Meninos não choram
G. foi abusado por um primo aos 6 anos e hoje diz ter atração por outras crianças
Pedofilia atinge 0,09% dos homens
Na infância, sempre lhe disseram para não aceitar balas de estranhos. Mas nunca lhe alertaram para os perigos dos doces que se ganham de mãos amigas.
Aos 43 anos, o carioca G. ainda sente a boca amargar ao falar dos abusos sexuais sofridos quando tinha apenas 6 anos de idade. Era com pirulitos, chicletes e outras guloseimas que um primo o atraía para o quarto nos fins de tarde. O rapaz, que brincava de bola com ele, dizia que era apenas um carinho. G. não sabia o que podia ou não ser feito com o seu corpo mirrado de menino, nem aprendeu a dizer “não” aos mais velhos.
“Sempre fui diferente dos outros garotos. Era muito envergonhado.
Parei até de jogar bola.
Vez ou outra, eu sentia muita tristeza. Na adolescência, não tive namorada. Era tímido demais para namorar. E, por muito tempo, achei que fosse homossexual”, recorda G., um funcionário público aposentado por transtorno generalizado de ansiedade.
Há 15 anos, ele faz terapia para superar o trauma.
O carioca esteve internado seis vezes em clínicas psiquiátricas no Rio de Janeiro. Por dia, são 11 comprimidos que ajudam a estabilizar o humor e a controlar a síndrome do pânico.
Teve problemas com alcoolismo.
Recentemente, passou a usar cocaína.
“Já nem queria mais continuar com essa loucura. Não consigo parar”, diz, quase que
pedindo desculpa a si mesmo.
No entanto, essa não é a maior batalha que G. trava com os próprios desejos. Nem é o motivo pelo qual mais se penitencia e se julga uma ameaça à sociedade. O funcionário público repete o comportamento do seu abusador: tem atração sexual
por crianças. “É mais forte que eu. É involuntário, mas às vezes penso em crianças”, confessa.
“É alarmante. Sei que é totalmente imoral e meu psiquiatra é muito severo.
Sei o que é passar por um abuso”, continua o funcionário público. Ele garante
que jamais tocou em uma menina ou menino. E que tudo é fantasia.
“De vez em quando sinto vontade, mas eu me controlo. É por isso que me trato.”
Código da doença
Distorções como essa são sintomas da pedofilia. O distúrbio tem registro no código internacional de doença: CID F65.4.
“A pedofilia do ponto de vista médico não é considerada um crime”, explica o psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC.
Para a legislação brasileira a pedofilia, a pornografia e a exploração infantil são crimes, sim.
(Vide lei 12.015 que foi aprovada meses depois desta reportagem)
Estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores têm penas previstas que variam de um a dez anos de prisão. O Código Penal ainda estabelece punição para quem produz, vende e distribui imagens de crianças pela web.A pedofilia, no entanto, atinge apenas 0,9% dos homens.
Segundo Baltieri, apenas 30% dos abusadores podem ser considerados doentes. “É
uma constatação internacional que 70% cometem os abusos em decorrência de álcool ou drogas e não apresentam nenhuma doença psiquiátrica”, pontua o médico.
“Nem todo agressor sexual é pedófilo. E nem todo pedófilo é agressor. Seu desejo pode ficar apenas no campo da fantasia, usando, inclusive, imagens sem qualquer conteúdo erótico”, diz o professor de psicologia jurídica do Mackenzie,
Marcelo Moreira Neumann, coordenador do Projeto Acolher, que presta atendimento
psicológico a adolescentes que cometeram atos libidinosos e são assistidos pela Vara Especial da Infância e da Juventude do Brás. “Há muitos casos de adolescentes que abusam de crianças de 5 e 6 anos.”
“A pedofilia do ponto de vista médico não é considerada um crime”, explica o psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC.
Para a legislação brasileira a pedofilia, a pornografia e a exploração infantil são crimes, sim.
(Vide lei 12.015 que foi aprovada meses depois desta reportagem)
Estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores têm penas previstas que variam de um a dez anos de prisão. O Código Penal ainda estabelece punição para quem produz, vende e distribui imagens de crianças pela web.A pedofilia, no entanto, atinge apenas 0,9% dos homens.
Segundo Baltieri, apenas 30% dos abusadores podem ser considerados doentes. “É
uma constatação internacional que 70% cometem os abusos em decorrência de álcool ou drogas e não apresentam nenhuma doença psiquiátrica”, pontua o médico.
“Nem todo agressor sexual é pedófilo. E nem todo pedófilo é agressor. Seu desejo pode ficar apenas no campo da fantasia, usando, inclusive, imagens sem qualquer conteúdo erótico”, diz o professor de psicologia jurídica do Mackenzie,
Marcelo Moreira Neumann, coordenador do Projeto Acolher, que presta atendimento
psicológico a adolescentes que cometeram atos libidinosos e são assistidos pela Vara Especial da Infância e da Juventude do Brás. “Há muitos casos de adolescentes que abusam de crianças de 5 e 6 anos.”
Tratamento psicológico
A pedofilia é tratada com psicoterapia e medicações para controle de impulso sexual. “Quanto menor for a criança e quanto mais repetitivo tenha sido o abuso, e se o agressor é do mesmo gênero, maior a chance de repetir o ato do abuso na vida
adulta. É preciso buscar ajuda”, ressalta Baltieri, acrescentando que tratar os agressores sexuais é a melhor forma de prevenir novas vítimas de abuso.
Continuar os tratamentos psiquiátricos significa para G. não passar de vítima a agressor.
“Não é porque fizeram comigo que eu preciso repetir. Se não tivesse acontecido isso, eu poderia ter sido feliz”, desabafa o funcionário público.
Solteiro, ele vive isolado em dois cômodos no fundo da casa da mãe em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. O relacionamento com a família não é bom. Por muito tempo, usou a internet para tentar marcar encontro com mulheres.
Hoje, nem isso faz. A síndrome do pânico o mantém em casa. Passa a maior parte do
tempo gravando clássicos do cinema, que dá de presente ao psiquiatra, e ouvindo rock.
Para G., pouca coisa mudou durante esses anos. “Ainda me sinto um menino. Sinto o cheiro daquele quarto.” Para ele, todo entardecer tem o gosto da infância roubada.
Comunidades citadas
Combate à Pedofilia
Destranque o cadeado
Diga Não à Pedofilia
Pedofilia é crime! Denuncie!Reportagem de Jussara no Diário de São Paulo de 26 de maio de 2009
Confesso que sobrevivi
Da sensação de abandono e desproteção, ela se lembrava. Da menina chorando com a roupa rasgada e do lenço sujo de sangue também. O que aquelas cenas que permaneciam vivas na memória significavam, não.
Fragmentos desconexos da infância faziam da pedagoga Marcia Longo, de 45 anos, uma mulher aos pedaços após sucessivas crises de depressão. Para ser inteira,
foi preciso juntar cada lembrança como quem monta um quebra-cabeça.
Como a maioria das vítimas de abuso sexual, Marcia tinha apenas vagas lembranças da violência que viveu. O tempo e o mundo de fantasia criado para não conviver com a própria dor se encarregaram de esconder nos recantos da alma os traumas
de infância. “Mas recuperar o passado foi o único caminho para a minha cura”, observa.
Aos 30 anos, quando conheceu um grupo de autoajuda para mulheres abusadas sexualmente no Rio de Janeiro, Marcia decidiu vasculhar o baú de memórias.
Ela se lembrava do pai lhe acariciando. E de uma vez ter prometido ao irmão mais velho “mil beijos” se ele a ensinasse a nadar. O rapaz de 17 anos achou pouco e cobrou outras carícias.
Marcia tinha 10 anos e muito medo. Aos poucos, ela descobriu que havia sido abusada sexualmente dos 3 aos 11 anos pelo pai. E aos 10 pelo irmão. A mãe sempre soube de tudo. “Lembrar nos faz sofrer muito. É como se estivesse revivendo tudo o
que aconteceu. São as mesmas angústias e dores”, diz.
O mais difícil foi aceitar que os carinhos paternos eram abusos.
Com a depressão da mãe, o pai assumiu a casa, inclusive o banho das crianças. Foi quando ele fez da filha caçula um brinquedo sexual. “Meu pai era carinhoso e isso me dava prazer. Senti culpa e vergonha. Tecnicamente, sei que era meu corpo
respondendo ao estímulo. Emocionalmente, é difícil”, revela.
adulta. É preciso buscar ajuda”, ressalta Baltieri, acrescentando que tratar os agressores sexuais é a melhor forma de prevenir novas vítimas de abuso.
Continuar os tratamentos psiquiátricos significa para G. não passar de vítima a agressor.
“Não é porque fizeram comigo que eu preciso repetir. Se não tivesse acontecido isso, eu poderia ter sido feliz”, desabafa o funcionário público.
Solteiro, ele vive isolado em dois cômodos no fundo da casa da mãe em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. O relacionamento com a família não é bom. Por muito tempo, usou a internet para tentar marcar encontro com mulheres.
Hoje, nem isso faz. A síndrome do pânico o mantém em casa. Passa a maior parte do
tempo gravando clássicos do cinema, que dá de presente ao psiquiatra, e ouvindo rock.
Para G., pouca coisa mudou durante esses anos. “Ainda me sinto um menino. Sinto o cheiro daquele quarto.” Para ele, todo entardecer tem o gosto da infância roubada.
Comunidades citadas
Combate à Pedofilia
Destranque o cadeado
Diga Não à Pedofilia
Pedofilia é crime! Denuncie!Reportagem de Jussara no Diário de São Paulo de 26 de maio de 2009
Confesso que sobrevivi
Da sensação de abandono e desproteção, ela se lembrava. Da menina chorando com a roupa rasgada e do lenço sujo de sangue também. O que aquelas cenas que permaneciam vivas na memória significavam, não.
Fragmentos desconexos da infância faziam da pedagoga Marcia Longo, de 45 anos, uma mulher aos pedaços após sucessivas crises de depressão. Para ser inteira,
foi preciso juntar cada lembrança como quem monta um quebra-cabeça.
Como a maioria das vítimas de abuso sexual, Marcia tinha apenas vagas lembranças da violência que viveu. O tempo e o mundo de fantasia criado para não conviver com a própria dor se encarregaram de esconder nos recantos da alma os traumas
de infância. “Mas recuperar o passado foi o único caminho para a minha cura”, observa.
Aos 30 anos, quando conheceu um grupo de autoajuda para mulheres abusadas sexualmente no Rio de Janeiro, Marcia decidiu vasculhar o baú de memórias.
Ela se lembrava do pai lhe acariciando. E de uma vez ter prometido ao irmão mais velho “mil beijos” se ele a ensinasse a nadar. O rapaz de 17 anos achou pouco e cobrou outras carícias.
Marcia tinha 10 anos e muito medo. Aos poucos, ela descobriu que havia sido abusada sexualmente dos 3 aos 11 anos pelo pai. E aos 10 pelo irmão. A mãe sempre soube de tudo. “Lembrar nos faz sofrer muito. É como se estivesse revivendo tudo o
que aconteceu. São as mesmas angústias e dores”, diz.
O mais difícil foi aceitar que os carinhos paternos eram abusos.
Com a depressão da mãe, o pai assumiu a casa, inclusive o banho das crianças. Foi quando ele fez da filha caçula um brinquedo sexual. “Meu pai era carinhoso e isso me dava prazer. Senti culpa e vergonha. Tecnicamente, sei que era meu corpo
respondendo ao estímulo. Emocionalmente, é difícil”, revela.
Efeitos do trauma
Durante os 30 anos em que ficou em silêncio, Marcia viveu sob os efeitos do trauma. Crises de depressão, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento com namorados e até mesmo com o filho mais velho. Marcia se casou aos 18 anos, quando saiu de casa. E não sabia a diferença entre carinho e abuso.
“Tinha medo de abraçar e beijar porque achava que era abuso.
Não conseguia dizer que amava o meu filho. Quando meu pai abusava de mim, ele também dizia eu te amo.”
Ao recuperar a própria história, Marcia aprendeu o caminho da superação. O resultado do processo ela transformou no livro “Eu me lembro...”, disponível apenas para download na internet (www.florescer.multiply.com).
É lá que ela ensina como chegar às mais obscuras memórias de infância e a sobreviver a todas elas.
A pedagoga ainda escreveu o livro “Abuso sexual na infância: como lidar com isso?” — uma cartilha para pais e professores.
E faz palestras em escolas de Araras, onde coordena um abrigo para crianças e adolescentes.
Ela também criou o grupo de apoio Florescer, que reúne vítimas de abuso pelo
MSN, na internet.
Libertar-se do silêncio implicou se afastar da família, mas isso também permitiu a Marcia olhar para trás sem sentir mágoas. “Vejo o meu passado e não sofro mais”, diz.
“A felicidade hoje é completa. Eu sobrevivi.”
“Tinha medo de abraçar e beijar porque achava que era abuso.
Não conseguia dizer que amava o meu filho. Quando meu pai abusava de mim, ele também dizia eu te amo.”
Ao recuperar a própria história, Marcia aprendeu o caminho da superação. O resultado do processo ela transformou no livro “Eu me lembro...”, disponível apenas para download na internet (www.florescer.multiply.com).
É lá que ela ensina como chegar às mais obscuras memórias de infância e a sobreviver a todas elas.
A pedagoga ainda escreveu o livro “Abuso sexual na infância: como lidar com isso?” — uma cartilha para pais e professores.
E faz palestras em escolas de Araras, onde coordena um abrigo para crianças e adolescentes.
Ela também criou o grupo de apoio Florescer, que reúne vítimas de abuso pelo
MSN, na internet.
Libertar-se do silêncio implicou se afastar da família, mas isso também permitiu a Marcia olhar para trás sem sentir mágoas. “Vejo o meu passado e não sofro mais”, diz.
“A felicidade hoje é completa. Eu sobrevivi.”
Perceba os sinais na criança
Dores de cabeça, vômitos e outra dificuldades digestivas que têm motivo psicológico
Dor, inchaço e lesão nos orgãos genitais
Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue
Medo
Oscilações de humor, tais como retraído e extrovertido
Baixa autoestima
Masturba-se compulsivamente
Comportamento destrutivo, agressivo e raivoso
Expressão de afeto sensualizada
Desenhar orgãos genitais com detalhes
Perda ou excesso de apetite
Sono perturbado, pesadelos frequentes, gritos e insônia
Fugas de casa
Uso de álcool e drogas
Queda no rendimento escolar
O que você pode fazer
Dor, inchaço e lesão nos orgãos genitais
Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue
Medo
Oscilações de humor, tais como retraído e extrovertido
Baixa autoestima
Masturba-se compulsivamente
Comportamento destrutivo, agressivo e raivoso
Expressão de afeto sensualizada
Desenhar orgãos genitais com detalhes
Perda ou excesso de apetite
Sono perturbado, pesadelos frequentes, gritos e insônia
Fugas de casa
Uso de álcool e drogas
Queda no rendimento escolar
O que você pode fazer
Fale com a criança em um ambiente tranquilo e seguro
Ele deve ser ouvida sozinha
Evite interrupções, para não perder a confiança
A conversa pode usar jogos, desenhos e livros
Não critique nem duvide de que a vítima fala a verdade
Não pressione a criança para obter informação, não pergunte detalhes da violência e não a faça repetir a história
A criança deve se expressar com sua próprias palavras. Use linguagem simples
Jamais diga "isso não foi nada" e "não precisa chorar", pois a vítima revive a dor, a raiva, a culpa e o medo quando fala
Reforce que a criança não teve culpa
Só revele a identidade da criança a quem possa ajudá-la
Faça denúncia ao Conselho Tutelar, às delegacias especializadas
ou ao DISQUE 100
Comunidades citadas
Abuso psicológico
Eu me lembro...
Jardim das borboleta
Pele de cristal
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Ele deve ser ouvida sozinha
Evite interrupções, para não perder a confiança
A conversa pode usar jogos, desenhos e livros
Não critique nem duvide de que a vítima fala a verdade
Não pressione a criança para obter informação, não pergunte detalhes da violência e não a faça repetir a história
A criança deve se expressar com sua próprias palavras. Use linguagem simples
Jamais diga "isso não foi nada" e "não precisa chorar", pois a vítima revive a dor, a raiva, a culpa e o medo quando fala
Reforce que a criança não teve culpa
Só revele a identidade da criança a quem possa ajudá-la
Faça denúncia ao Conselho Tutelar, às delegacias especializadas
ou ao DISQUE 100
Comunidades citadas
Abuso psicológico
Eu me lembro...
Jardim das borboleta
Pele de cristal
Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Não era brincadeira
O caso da nadadora Joanna Maranhão
O caso da nadadora Joanna Maranhão
Aos 21 anos, a nadadora Joanna Maranhão mergulha todos os dias em busca do melhor tempo. E treina com afinco para aprimorar sua técnica. Empurra a água com força, perseguindo recordes para a natação brasileira.
A maior superação, no entanto, ela tem que conquistar fora da piscina: vencer os traumas do abuso sexual.
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado, Joanna estava longe do esgotamento físico. No entanto, emocionalmente, ela já havia chegado ao seu limite. Em público, a nadadora acusou o ex-treinador e amigo da família, Eugênio Miranda, de ter abusado sexualmente dela quando tinha apenas 9 anos de idade.
“Retraí todas as lembranças.
Ia convivendo com isso, mas uma hora ia ter que enfrentar. O trauma estava me afetando como nadadora, filha e namorada.
Estava cada vez mais sozinha”, explica a jovem, que passou a adolescência alternando depressão e agressividade.
O desabafo não colocaria o ex-treinador na cadeia. O tempo não deixou provas, apenas as marcas dos assédios sofridos dentro da piscina e na casa dele.
Joanna era amiga da filha de Eugênio.
Falar apenas a deixaria livre para seguir em frente. “O silêncio é a pior coisa. Contar foi doloroso, mas me deixou mais leve, mais corajosa para enfrentar a vida”, afirma.
Logo depois dos abusos, a nadadora tentou falar sobre o assunto com a mãe, a médica Teresinha Maranhão, de 49 anos. Joanna ainda não tinha despertado para a sexualidade.
Portanto, não entendia o que havia acontecido, só sabia que doía. “Sentia medo e um pouco de rancor pela minha família não ter compreendido. Você coloca a culpa em todo mundo e se sente culpada também”, afirma.
“Achei que ela pudesse ter interpretado mal um carinho.
Nossas famílias eram amigas”, justifica Teresinha, que começou a desconfiar de que aquilo era realmente sério quando a filha decidiu mudar de clube.
Livre para seguir
A psicóloga Dalka Ferrari, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, alerta que é preciso estar atento ao que
os filhos dizem. Principalmente porque eles têm dificuldade de se expressar.
“As crianças param de falar se não lhe dão atenção. É preciso ficar atento porque
elas falam por linhas tortas.”
Saber ouvir também pode garantir a recuperação da vítima.
“Quanto mais cedo começar o trabalho de apoio, menos difícil é superar o abuso”, diz o médico Theo Lerner, do Programa de Atenção à Violência Sexual (Pavas), da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O ex-treinador nega as acusações e ingressou com uma ação contra Joanna e a mãe.
Como o processo é baseado na Lei de Imprensa, revogada no dia 30 de abril, o advogado de Eugênio Miranda estuda pedir uma readequação da ação pelo Código Penal. “Além disso, vamos ingressar com uma ação cível de indenização por danos
morais”, explica o advogado João Olympio.
Joanna deixa que o marido, o estudante de direito Rafael Franco de Sá, de 26 anos,
acompanhe o processo. A nadadora, que acaba de trocar Recife por Belo Horizonte para treinar no Minas Tênis Clube, tem outras prioridades. “Não posso viver em função disso.”
A repercussão da sua denúncia já a tornou um exemplo para outras vítimas. “Muitas
me agradecem porque conseguiram fazer o mesmo.” Apesar disso, Joanna avisa que não pretende mais falar dos abusos.
“Foi um desabafo. E ainda estou aprendendo a conviver com isso.” A nadadora voltará a ficar em silêncio, só que agora para descobrir o caminho que lhe devolverá a tranquilidade dentro e fora da piscina.
As crianças dificilmente fantasiam sobre a experiencia de abuso sexual. A maioria não possui uma noção clara sobre o que é sexualidade e o que pode ou não ser feito com o seu corpo.
Meninos correm os mesmos riscos que as meninas de serem abusados. Para eles, é mais difícil revelar a violência por causa do preconceito. Muitos acreditam ser uma fraqueza, uma "simples" iniciação sexual ou homossexualidade
O abuso sexual não ocorre ocorre apenas em famílias desestruturadas. A violência acontece, inclusive, em famílias acima de qualquer suspeita. Isto dificulta ainda mais a denúncia e a apuração dos fatos
Abusadores não monstros. Para conseguir seu objetivo, eles precisam se tornar amigos e ganhar a confiança da vítima, dos seus pais e responsáveis.
Fique atento
Falar sobre abuso sexual protege a criança. Éa informação que permite a ela conhecer o próprio corpo e de maneira ele pode ser tocado
Fonte desse texto, que foi reproduzido pelo Diário de São Paulo, "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?
A maior superação, no entanto, ela tem que conquistar fora da piscina: vencer os traumas do abuso sexual.
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado, Joanna estava longe do esgotamento físico. No entanto, emocionalmente, ela já havia chegado ao seu limite. Em público, a nadadora acusou o ex-treinador e amigo da família, Eugênio Miranda, de ter abusado sexualmente dela quando tinha apenas 9 anos de idade.
“Retraí todas as lembranças.
Ia convivendo com isso, mas uma hora ia ter que enfrentar. O trauma estava me afetando como nadadora, filha e namorada.
Estava cada vez mais sozinha”, explica a jovem, que passou a adolescência alternando depressão e agressividade.
O desabafo não colocaria o ex-treinador na cadeia. O tempo não deixou provas, apenas as marcas dos assédios sofridos dentro da piscina e na casa dele.
Joanna era amiga da filha de Eugênio.
Falar apenas a deixaria livre para seguir em frente. “O silêncio é a pior coisa. Contar foi doloroso, mas me deixou mais leve, mais corajosa para enfrentar a vida”, afirma.
Logo depois dos abusos, a nadadora tentou falar sobre o assunto com a mãe, a médica Teresinha Maranhão, de 49 anos. Joanna ainda não tinha despertado para a sexualidade.
Portanto, não entendia o que havia acontecido, só sabia que doía. “Sentia medo e um pouco de rancor pela minha família não ter compreendido. Você coloca a culpa em todo mundo e se sente culpada também”, afirma.
“Achei que ela pudesse ter interpretado mal um carinho.
Nossas famílias eram amigas”, justifica Teresinha, que começou a desconfiar de que aquilo era realmente sério quando a filha decidiu mudar de clube.
Livre para seguir
A psicóloga Dalka Ferrari, coordenadora do Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, alerta que é preciso estar atento ao que
os filhos dizem. Principalmente porque eles têm dificuldade de se expressar.
“As crianças param de falar se não lhe dão atenção. É preciso ficar atento porque
elas falam por linhas tortas.”
Saber ouvir também pode garantir a recuperação da vítima.
“Quanto mais cedo começar o trabalho de apoio, menos difícil é superar o abuso”, diz o médico Theo Lerner, do Programa de Atenção à Violência Sexual (Pavas), da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O ex-treinador nega as acusações e ingressou com uma ação contra Joanna e a mãe.
Como o processo é baseado na Lei de Imprensa, revogada no dia 30 de abril, o advogado de Eugênio Miranda estuda pedir uma readequação da ação pelo Código Penal. “Além disso, vamos ingressar com uma ação cível de indenização por danos
morais”, explica o advogado João Olympio.
Joanna deixa que o marido, o estudante de direito Rafael Franco de Sá, de 26 anos,
acompanhe o processo. A nadadora, que acaba de trocar Recife por Belo Horizonte para treinar no Minas Tênis Clube, tem outras prioridades. “Não posso viver em função disso.”
A repercussão da sua denúncia já a tornou um exemplo para outras vítimas. “Muitas
me agradecem porque conseguiram fazer o mesmo.” Apesar disso, Joanna avisa que não pretende mais falar dos abusos.
“Foi um desabafo. E ainda estou aprendendo a conviver com isso.” A nadadora voltará a ficar em silêncio, só que agora para descobrir o caminho que lhe devolverá a tranquilidade dentro e fora da piscina.
De olhos bem abertos
As crianças dificilmente fantasiam sobre a experiencia de abuso sexual. A maioria não possui uma noção clara sobre o que é sexualidade e o que pode ou não ser feito com o seu corpo.
Meninos correm os mesmos riscos que as meninas de serem abusados. Para eles, é mais difícil revelar a violência por causa do preconceito. Muitos acreditam ser uma fraqueza, uma "simples" iniciação sexual ou homossexualidade
O abuso sexual não ocorre ocorre apenas em famílias desestruturadas. A violência acontece, inclusive, em famílias acima de qualquer suspeita. Isto dificulta ainda mais a denúncia e a apuração dos fatos
Abusadores não monstros. Para conseguir seu objetivo, eles precisam se tornar amigos e ganhar a confiança da vítima, dos seus pais e responsáveis.
Fique atento
Falar sobre abuso sexual protege a criança. Éa informação que permite a ela conhecer o próprio corpo e de maneira ele pode ser tocado
Fonte desse texto, que foi reproduzido pelo Diário de São Paulo, "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?
De que forma pode ocorrer o abuso sexual?
R – O abuso sexual pode ocorrer de diversas formas e em qualquer classe social, das seguintes maneiras:
- Sem contato físico: por meio de “cantadas” obscenas, exibição dos órgãos sexuais com intenção erótica, pornografia infantil (fotos e poses pornográficas ou de sexo explícito com crianças e adolescentes);
- Com contato físico: por meio de beijos, carícias nos órgãos sexuais, ato sexual (oral,
anal e vaginal);
- Sem emprego de violência: usando-se sedução, persuação, mediante presentes
e/ou mentiras;
- Com emprego de violência: usando-se força física ou ameaças verbais;
- Na forma de exploração sexual: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de
atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento (passeios, presentes, comida, etc.).
Fonte: Cartilha da Pedofilia do site Todos Contra a Pedofilia, reproduzida aqui pelo Diário de São Paulo de 28/05/09.
Comunidades citadas
CONTRA VIOLÊNCIA ÀS CRIANÇAS
Contra o abuso sexual
Não à violência sexual
Pedofilia, a inocência perdida Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
- Sem contato físico: por meio de “cantadas” obscenas, exibição dos órgãos sexuais com intenção erótica, pornografia infantil (fotos e poses pornográficas ou de sexo explícito com crianças e adolescentes);
- Com contato físico: por meio de beijos, carícias nos órgãos sexuais, ato sexual (oral,
anal e vaginal);
- Sem emprego de violência: usando-se sedução, persuação, mediante presentes
e/ou mentiras;
- Com emprego de violência: usando-se força física ou ameaças verbais;
- Na forma de exploração sexual: pedir ou obrigar a criança ou o jovem a participar de
atos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento (passeios, presentes, comida, etc.).
Fonte: Cartilha da Pedofilia do site Todos Contra a Pedofilia, reproduzida aqui pelo Diário de São Paulo de 28/05/09.
Comunidades citadas
CONTRA VIOLÊNCIA ÀS CRIANÇAS
Contra o abuso sexual
Não à violência sexual
Pedofilia, a inocência perdida Reportagem de Jussara Soares no Diário de São Paulo de 27/05/09
Quem é o ABUSADOR?
Parentesco
37% - Padrasto
34% - Pai
19% - Desconhecidos
10% - Outros parentes
A idade do abusador
57% - 35 a 45 anos
18% - 25 a 34 anos
13% - 46 a 55 anos
07% - 18 a 24 anos
05% - mais de 56 anos
Tempo do abuso
60% dos casos duram 1 a 12 meses
30% dos casos duram 1 a 04 anos
10% dos casos duram mais de 04 anos
.
Fonte consultada pela repórter Jusssara Soares: Núcleo de Estudos e Pesquisas Foresnses de Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas da USP
Perfil do abusador
Os abusadores, na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e do círculo de confiança das crianças e adolescentes, como, por exemplo, familiares, amigos, vizinhos,
colegas ou mesmo os seus responsáveis
Famílias incestuosas tendem a ser quietas e se relacionam pouco. Os pais são autoritários e as mães, submissas
É extremamente protetor ou possessivo, não permitindo contato social
É sedutor
Acredita que o contato sexual é uma forma de amor familiar
Faz uso de susbstância como álcool e outras drogas ilícitas
É frequente que tenha sofrido abuso físico, emocional ou sexual na infância
Desconhecidos podem abordar a vítima pessoalmente ou pela internet
Muitos usam sites de relaciomento como Orkut, Myspace, Gazzag, MSN e salas de bate-papo.
Costumam se passar por crianças e adolescentes até criar um laço de amizade
Fonte citada pela repórter: Cartilha da CPI da Pedofilia e "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?"
Frases
- Falar é doloroso, mas fiquei mais leve
- Eu poderia ter sido feliz
- Recuperar o passado foi o caminho para a minha cura
.
.
Onde procurar ajuda
.
NUCLEO DE REFERÊNCIA ÀS VÍTIMAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTAE - N.R.V.V.
Realiza tratamento individual e familiar.Equipe com psicológos e assistentes sociais.
Rua Ministro de Godoi, 1484 - Perdizes - São Paulo - SP
Telefone: 11-3866-2756/2729
E-mail: nrvv@sedes.org.br
INSTITUIÇÃO FILANTROPICA E EDUCACIONAL PARÁBOLA
www.parabola.com.brparabola@parabola.com.br
Telefone: 11-8753-8283
.
CENTRO DE REFERÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CERCA
Atendimento social, psicológico e jurídico de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e de maus-tratos
Av. Brigadeiro Luís Antonio, 554 - centro - São Paulo - SP
Telefones: 11-3104-4850 e 3115-6119
.
PROGRAMA DE ATENDIMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO LEGAL - HOSPITAL PÉROLA BYINGTON
Atendimento médico, psicológico e sexual e de maus-tratos
Av.Brigadeiro Luís Antônio,683 - centro - São Paulo - SP
Telefone: 3242-3433
A série de reportagem acima foi produzida por JUSSARA SOARES para o jornal Diário de São Paulo e foi publicada de DOMINGO 24/05/09 à QUINTA-FEIRA dia 28/05/09.
37% - Padrasto
34% - Pai
19% - Desconhecidos
10% - Outros parentes
A idade do abusador
57% - 35 a 45 anos
18% - 25 a 34 anos
13% - 46 a 55 anos
07% - 18 a 24 anos
05% - mais de 56 anos
Tempo do abuso
60% dos casos duram 1 a 12 meses
30% dos casos duram 1 a 04 anos
10% dos casos duram mais de 04 anos
.
Fonte consultada pela repórter Jusssara Soares: Núcleo de Estudos e Pesquisas Foresnses de Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas da USP
Perfil do abusador
Os abusadores, na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e do círculo de confiança das crianças e adolescentes, como, por exemplo, familiares, amigos, vizinhos,
colegas ou mesmo os seus responsáveis
Famílias incestuosas tendem a ser quietas e se relacionam pouco. Os pais são autoritários e as mães, submissas
É extremamente protetor ou possessivo, não permitindo contato social
É sedutor
Acredita que o contato sexual é uma forma de amor familiar
Faz uso de susbstância como álcool e outras drogas ilícitas
É frequente que tenha sofrido abuso físico, emocional ou sexual na infância
Desconhecidos podem abordar a vítima pessoalmente ou pela internet
Muitos usam sites de relaciomento como Orkut, Myspace, Gazzag, MSN e salas de bate-papo.
Costumam se passar por crianças e adolescentes até criar um laço de amizade
Fonte citada pela repórter: Cartilha da CPI da Pedofilia e "Abuso sexual na infância: como lidar com isso?"
Frases
- Falar é doloroso, mas fiquei mais leve
- Eu poderia ter sido feliz
- Recuperar o passado foi o caminho para a minha cura
.
.
Onde procurar ajuda
.
NUCLEO DE REFERÊNCIA ÀS VÍTIMAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTAE - N.R.V.V.
Realiza tratamento individual e familiar.Equipe com psicológos e assistentes sociais.
Rua Ministro de Godoi, 1484 - Perdizes - São Paulo - SP
Telefone: 11-3866-2756/2729
E-mail: nrvv@sedes.org.br
INSTITUIÇÃO FILANTROPICA E EDUCACIONAL PARÁBOLA
www.parabola.com.brparabola@parabola.com.br
Telefone: 11-8753-8283
.
CENTRO DE REFERÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CERCA
Atendimento social, psicológico e jurídico de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e de maus-tratos
Av. Brigadeiro Luís Antonio, 554 - centro - São Paulo - SP
Telefones: 11-3104-4850 e 3115-6119
.
PROGRAMA DE ATENDIMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL E ABORTO LEGAL - HOSPITAL PÉROLA BYINGTON
Atendimento médico, psicológico e sexual e de maus-tratos
Av.Brigadeiro Luís Antônio,683 - centro - São Paulo - SP
Telefone: 3242-3433
A série de reportagem acima foi produzida por JUSSARA SOARES para o jornal Diário de São Paulo e foi publicada de DOMINGO 24/05/09 à QUINTA-FEIRA dia 28/05/09.
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