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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Certeza da Impunidade

Eu estava esperando um OK de uma pessoa ligada à Polícia Federal, para postar esse texto com mais um caso que gostaria de citar. Como não obtive a resposta, não poderei cita-lo aqui...
Nessas últimas semanas tenho acompanhado diversos fatos, muitos dos quais do conhecimento geral. Acredito que todos eles foram movidos pela certeza da impunidade. Citarei apenas três, dois dos quais foram amplamente divulgados. O do goleiro Bruno; os estupradores adolescentes de Santa Catarina; e os assassinos do Rio Grande do Sul, três menores, que mataram uma adolescente no final de julho.
Apesar de não haver conexão entre esses casos e dos motivos de tanta violência serem diversos, uma coisa me chamou a atenção: todos acreditavam na impunidade. O goleiro Bruno, achando que como pertencia ao clube de futebol elitista, manteve-se sempre seguro e arrogante. Ele acreditava que logo ia ser solto e ameaçava processar a imprensa e a justiça. Os dois adolescentes de Florianópolis são de alta classe social. O desprezo, o desrespeito que eles sentiam / sentem pela sociedade é tão grande, que não pensaram duas vezes antes de postar um vídeo num site conhecido e amplamente divulgado. Nesse vídeo, além da música fazer apologia à violência, eles confessaram o estupro, tratando o mesmo com tanto descaso e tanta banalidade, que é simplesmente de qualquer um ficar pasmo... Ainda há o assassinato  de uma menina de 13 anos, quase 14, que não teve tempo de completar. O crime foi praticado por três menores, sendo a mais nova com 12 anos. Ela assumiu a autoria, pois não pode ser condenada, presa ou até responsabilizada. Conversei com um advogado que me explicou isso. Talvez ela até não tenha participado da ação, somente assumiu a autoria para não incriminar os amigos. Nesse caso, a certeza da impunidade levou a melhor.
No caso do goleiro Bruno, a justiça está sendo feita. Ontem foi lhe negada a liberdade. Ele deverá aguardar o julgamento na prisão. O que me deixou espantada é ver a participação da esposa e das amantes. Tudo tratado pelos mesmos com absoluta naturalidade...Ficaremos aguardando a certeza da justiça.
Não sei o andamento do caso dos adolescentes estupradores. O principal faz parte de uma família rica, dona de uma emissora conhecida de TV. Então, quase não há divulgação... Fiquei assombrada quando soube que esses adolescentes conviviam diariamente com a violência. Não sofrendo-a, mas sim praticando. E isso dentro de um colégio de padres tradicional de Florianopólis! Os próprios professores estavam revoltados com tantos casos de estupro que ocorriam ali dentro e com o descaso da direção.
Citei esses três casos, pois os três envolvem pessoas que se achavam acima da lei. Ainda bem que estavam enganados. Pois o repúdio foi praticamente geral... Não cabe a nós discutir se as vítimas provocaram a violência. Cabe pesar a ação. E lutar contra! Repudiar! Para que amanhã os nossos filhos não passem por isso. E, principalmente, para que os jovens tenham em mente que nem sempre o dinheiro, o status, poderão livra-los do repúdio e da justiça.

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